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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ALCAINS - Quem é amigo, quem é?

Quem é amigo, quem é?


Imagine o leitor que tem uma casa em Alcains, na rua Dr. Francisco Alves Pereira Mateus e que há três anos não consegue ter acesso à sua garagem?
Continue a imaginar que, todo o seu quintal, está invadido pelas árvores da via pública e que os autarcas da sua Junta da Freguesia, presidente, secretário e tesoureiro, não permitem sequer que se toque, num ramo do que é deles, público.
Esta proibição foi e é acompanhada de ameaças... se te metes com a junta, levas.
Pedindo ainda mais um esforço, que faria se visse o seu muro do jardim desconjuntado, aberto portanto, porque as árvores dos ditos autarcas sob o efeito das suas raízes, levantaram o muro que ameaça ruína?


E se em rua transversal à rua supra mencionada, observasse que igual munícipe arrancou ou os autarcas permitiram que se arrancassem duas árvores, apenas por questões estéticas, para não tirar a vista à casa?
Será que a razão residirá no facto de que um dos munícipes nasceu na Póvoa do Rio de Moínhos e o outro nasceu em Alcains?
Mas mais!!!
Sabia que os autarcas, presidente secretário e tesoureiro, mandaram cortar um figueira, abebreira branca, que dava excelentes figos, propriedade do munícipe nascido na Póvoa do Rio de Moínhos que estava a ocupar a via pública num canto ermo, na mesma rua?


E qual foi o crime que o munícipe nascido na Póvoa do Rio de Moínhos, mas que foi criado em Alcains, cometeu, para ser assim socialisticamente tratado?
A vítima tem nome, é um trabalhador humilde, civilizado, de nome António Rosário Duarte, que cometeu o crime de ter investido todas as poupanças de uma vida digna de emigrante honrado, na que já foi a maior aldeia de Portugal, hoje, Vila de Alcains.
A pastelaria do mercado, uma das melhores, senão a melhor de Alcains, é investimento seu, o restaurante Santo António, idem, a quinta Trigueiros de Aragão e a tapada do falecido Sr. José Marques Rafael, foram os crimes cometidos pelo senhor António Duarte, e que merecem por parte dos autarcas esta punição.
Querem melhor incentivo ao investimento particular na freguesia de Alcains? Quem é assim tratado que vontade tem de prosseguir? Mas é assim que a equipa de autarcas que não gere, está por lá, na junta, trata quem engrandece Alcains, convicta de que os autarcas desta terra, são gente que ajuda quem quer ajudar a desenvolver Alcains.


Quem me lê e se puder passar por lá, que vá e veja o tratamento dúplice dado aos munícipes... para os da terra, veludo, para os da Póvoa lixa grossa.
Assim não, os elevados prejuízos morais e materiais causados ao senhor António Rosário Duarte, cuja responsabilidade é da junta da freguesia, não podem passar incólumes.
Numa sociedade com valores e princípios de equidade, a autarquia seria obrigada a repor, sem custos materiais para o senhor António Rosário Duarte, a situação anterior, cortando as árvores, desentupindo o colector de esgoto, fazendo novo muro, fixando as grades do jardim, repondo o pavimento de acesso á garagem, pintar os muros, etc, etc, etc.


Os prejuízos morais, as insónias, os nervos, o cansaço de expor a situação sem êxito, as idas sem êxito à junta, o dizer aqui e ali ficando só, a angústia de não conseguir, a admissão de falhar, são raivas e dores que consomem apenas as pessoas com vergonha na cara.
Esta gente, leve, que usa os cargos públicos para humilhar cidadãos, sonegando-lhe os seus mais elementares direitos, não é digna de plagiar o nome de autarca, pois conheço muitos, sérios e que tratam os munícipes não em função do amiguismo mas sim dos verdadeiros valores da ética que foram o apanágio de quem pensou que com a liberdade tudo viria por acréscimo.
Estas são as injustiças que me chegam, factos, não má vontade contra quem quer que seja.


Estas são as questões que por serem fáceis de resolver, me inquietam, e não posso sob pena de trair a minha passagem por cá, de publicamente denunciar.
Uma sociedade de calados, de mudos, é uma sociedade com medos, medo de perder o lugar, medo de desagradar, medo de frente ao chefe opinar...
A continuar assim, não vamos lá.

Manuel Peralta

Nota - Para os leitores que não se podem deslocar ao local dos factos, convido-os a irem à internet, ao blog, Terra dos Cães, onde poderão observar um conjunto de fotos que evidenciam os prejuízos causados.

Texto publicado no jornal Reconquista de 13 de Agosto de 2011

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