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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Líria, licença para poluir?

Dou a conhecer aos leitores do “Terra do Cães”, email enviado ao Sr. Prof. Carlos Cupeto, homem forte da ARH/TEJO, bem como para conhecimento a toda uma série de pessoas e instituições que têm a ver com a Líria, ribeira que atravessa Alcains, pergunta sobre a atribuição de “Licença para utilização de recursos hídricos para descarga de águas residuais”.

Essa licença, tem sido concedida ao matadouro industrial, OVIGER, ex Consal, e caducou em 14 de janeiro de 2012.


De: Manuel Peralta [mailto:manuel-r-peralta@sapo.pt]
Enviada: quinta-feira, 19 de Abril de 2012 14:47
Para: 'Carlos Cupeto'; 'geral@arhtejo.pt'
Cc: 'seaot@mamaot.gov.pt'; 'GNR_CO_DSEPNA_SOSAmbiente'; 'celeste.capelo@gmail.com'; 'geral@aguasdocentro.pt'; geral@sm-castelobranco.pt; 'camara@cm-castelobranco.pt'; 'junta.alcains@netvisao.pt'; 'celeste.capelo@gmail.com'; 'amavel.santos@aguasdocentro.pt'; 'joao.carvalho@sm-castelobranco.pt'; 'doai@drapc.min-agricultura.pt'; 'drapc@drapc.min-agricultura.pt'

Assunto: FW: Ribeira da Liria.Alcains.Licença para Utilização de Recursos Hídricos para descarga de Águas residuais.Matadouro Industrial OVIGER

Sr. Prof. Carlos Cupeto.

Convido-o a abrir o ofício supra.

Trata-se de uma resposta do Sr. Chefe de Gabinete de Sua Excelência o Sr. Secretário de Estado do Ambiente e Administração do Território, relativa à questão mais geral da poluição da ribeira da Líria em Alcains.


Há entre algumas questões sem resposta, apenas constatações mais que reconhecidas, uma que tenho empenho em aclarar.

Espero que seja o Sr. Prof. Carlos Cupeto a pessoa, Entidade, para me responder.

Como ali se diz, e em carta recebida em tempos do SEPNA/GNR, entidade de méritos reconhecidos na ajuda a resolver esta questão, informavam-me que a licença para utilização de recursos hídricos, para descarga de águas residuais, que o Matadouro Industrial, OVIGER, detinha, caducava em 14 de janeiro de 2012.


Pergunto-lhe então:

1 – Foi renovada a licença à OVIGER?
2 – Se caso foi renovada, qual o Serviço/Entidade que o fez?
3 – Se renovada, mantiveram-se os parâmetros da licença anterior?

Como sabe, apesar dos esforços efetuados pelas Entidades que vão poluindo a ribeira, e pelas Entidades que têm a nobre responsabilidade pela fiscalização e controlo, no sentido da melhoria, é justo reconhecer que a situação está melhor, mas muito longe dos valores médios aceitáveis de um ambiente equilibrado, que a todos nos compete defender.

Como as fotos supra mostram, as descargas da OVIGER, são responsáveis, números redondos, por cerca de 80% da poluição da ribeira, logo, é por aqui que deve ser feito o enfoque principal. Lei dos grandes números...


No entanto, reafirmo, se decidiram renovar a licença ao Matadouro e se se mantiveram os parâmetros da licença anterior, perdemos uma única e decisiva oportunidade de melhorar.

E reafirmo, se quem o fez conhecia a situação, o que posso pensar, digo mais, podemos pensar...?

Com a amizade e estima de sempre, fico a aguardar pelas suas notícias.

Melhores cumprimentos
Manuel Peralta

Desde 19 de abril que aguardo resposta. Ainda não é tarde para o “homem da maratona”.

Este, luta por uma Líria como a foto seguinte mostra.


Não desistirei.

Manuel Peralta

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Raridade, foto de 1918

Amigo de longa data, o Zé MC, Minhós Castilho, enviou-me este email.
Raridade e espetacularidade nesta foto que o”Terra Deles, a Nossa, a dos Cães”, decide dar a conhecer para ficar em registo, para a posteridade.
A espetacularidade da foto abaixo publicada, data de 1918 e aborda o tema da guerra...
Noventa e quatro anos depois, a espetacularidade de fotos semelhantes, nestes tempos de plástico, falo apenas da espetacularidade, reside nas fotos de gente nua, “encarrapata”, como se dizia na rua do Degredo, que um pouco por todos os continentes, fotógrafo de cujo nome não me lembro, vai mostrando a toda a gente.
Para reflexão...



Foto de Spencer Tunick, o fotógrafo das multidões nuas.
Figurantes voluntários, que posam nus em locais públicos.
Pretende ele que, “o grupo de pessoas se torne numa abstração, que desafie e reconfigure a nossa visão da nudez e da própria privacidade...”
Perceberam?
Outros tempos, em 1918 era a guerra.
Hoje!!!


FOTO ESPECTACULAR CONSIDERANDO A ÉPOCA (1918)

Acho incrível que esta foto, tirada há tantos anos, ainda exista!
E agora, alguém coloca na WEB para todos nós vermos.
Esta foto incrível foi tirada em 1918. 

São 18.000 homens preparando-se para a guerra num acampamento de treinos em Camp Dodge, no Iowa.

Dezoito mil homens!!!!!
 

Dados da Foto
Base de Ombro: 150 metros
Braço Direito: 340 metros
Parte mais larga do braço segurando tocha: 12 1/2 meet Polegar direito: 35 metros
Parte mais espessa do corpo: 29 pés
Mão esquerda comprimento: 30 pés
Face: 60 pés
Nariz: 21 pés
Pedaço de cabeça: 70 pés
Tocha e chama combinado: 980 metros
Número de homens na chama da tocha: 12.000
Número de homens na tocha: 2.800
Número de homens no braço direito: 1.200
Número de homens no corpo, cabeça e equilíbrio da figura apenas: 2.000

Total de homens: 18.000

Obrigado Zé MC.

Manuel Peralta
 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Jaculatória

Jaculatória é uma oração curta e fervorosa, que mostra exaltação, assim do tipo,  exercício de dardo, para arremessar... contra os ímpios, evidentemente.
Assim me a arremessou hoje o meu o meu pai, 88 anos, de memória de criança, jaculatória aprendida de sua avó Clara quando ambos dormiam na camarinha.


Oração dita ao deitar e ao levantar. 

Com Deus me deito,
com deus me levanto,
na graça de Deus, e
do Divino Espírito Santo,
Nossa senhora me cubra,
Com o seu Divino manto


Nesta cama me deitei,
sete anjos encontrei,
quatro para os pés,
três para a cabeceira,
Nossa senhora na dianteira,
Que Ela seja,
A minha companheira.


Ó meu Anjo da Guarda,
meu lindo guardador,
guardai a minha alma,
que ela é de Nosso Senhor.


Manuel Peralta

sexta-feira, 20 de abril de 2012

C(ã)ONTRASTES

Repuxos em Castelo Branco, 


e, Repuxos em Alcains.


Na verdade, que cão, trastes...

Manuel Peralta

JARDINS e mobiliário urbano em Alcains

De: Manuel Peralta [mailto:manuel-r-peralta@sapo.pt]
Enviada: terça-feira, 17 de Abril de 2012 17:50
Para: 'Romeu Fazenda'
Cc: 'camara@cm-castelobranco.pt'; 'junta.alcains@netvisao.pt'
Assunto: Divisão de Manutenção e Espaços de Lazer da Câmara Municipal de Castelo Branco

Sr. Romeu Fazenda.

Conforme prometi, volto ao tema reativo ao parecer sobre poda de árvores, na freguesia de Alcains.
Uma leitura fundamentalista do douto parecer da ESACB, elaborado de forma genérica para a cidade de Castelo Branco, implicaria no limite, que nada se podaria, mas com benevolência reconheço, que deixa por ali uma ou outra abertura, para que, embora não o refira, se decotem árvores em vez de as podar…
Sugiro no entanto que abra a foto 2071.


Que me diz desta degradada situação? Qual é o parecer da ESACB e dessa Divisão sobre o que se passa na “sala de visitas de Alcains”?
Que vão fazer, agora que as árvores já estão em adiantado estado vegetativo?
É a Junta a responsável pela poda rasa, digo mais, cega, de uma destas árvores da qual só resta o tronco?
E que fazem os serviços de supervisão municipal? Que ajuda presta à autarquia, Junta, em estado de carência objetiva?


Ainda no email anterior referia que “é parecer da Divisão de Manutenção de Espaços de Lazer da Câmara Municipal de Castelo Branco, em consonância com o parecer…”, etc, etc, etc.
Compreendo agora melhor a situação.


Se o parecer da Divisão de Manutenção de Espaços de Lazer fosse da Câmara Municipal do CONCELHO de Castelo Branco, em vez da Câmara de Castelo Branco, outro galo cantaria, e eventualmente a degradação que as seis restantes fotos documentam, talvez não existisse.
Porque não o conheço, convido-o a visitar estes abandonados locais.
Fico, com amizade, à sua inteira disposição.


A tempo:

No blogue “terra dos cães”, pode verificar o estado de degradação, de jardins e mobiliário urbano, quer frente ao novel posto da GNR, quer no largo de Santo António, quer na denominada, infamemente, ZONA de LAZER da LÍRIA.


Face às fotos aqui publicadas, aguardo que a Divisão de Manutenção e Espaços de Lazer da Câmara Municipal do Concelho de Castelo Branco, promova o necessário para resolver tal degradada situação.




















Melhores cumprimentos.

Manuel Peralta

quinta-feira, 19 de abril de 2012

LÍRIA

As respostas da Administração da Região Hidrográfica Tejo, e do Senhor Chefe de Gabinete de Sua Excelência o Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território.




Nesta, por enquanto ainda não inútil, missão de cidadania livre, por um ambiente sustentável, vou batendo a muitas e recônditas portas, alertando, movendo influências, pedindo, enfim fazendo tudo o que me é possível para que a ribeira da Líria não seja um canal de esgotos vários, que gradualmente a conduzam a morte certa.
É esta situação que tento inverter.


Desta vez, tive a preciosa ajuda da Drª. Celeste Capelo, amiga de longa data, e companheira de bancada na Assembleia Municipal em tempos não muito idos.
Observadora atenta da vida regional, prontificou-se de imediato a ajudar a esclarecer a situação, da poluição na ribeira da Líria.
A ela devo este reconfortante esclarecimento, que digitalizei, para conhecimento dos leitores do “terra dos cães”, que ultrapassaram já o inexpetável número de 50.000 “page views”.
Obrigado Drª. Celeste Capelo.


Pendente ficou entretanto uma informação preciosa, que é tentar saber se a licença da Oviger que caducava em 12 de janeiro de 2012, foi renovada.
No caso de ter sido, quem a renovou e em que condições.
Voltarei.

Manuel Peralta

Passeios para peões – Equilíbrio entre pessoas e viaturas

De: Manuel Peralta [mailto:manuel-r-peralta@sapo.pt]
Enviada: terça-feira, 17 de Abril de 2012 16:41
Para: 'otilia.caetano@cm-castelobranco.pt'
Cc: 'junta.alcains@netvisao.pt'
Assunto: Passeios largos para peões - Equilíbrio entre pessoas e carros

Engª. Otília
Responsável pelo trânsito, na CM do Concelho de Castelo Branco.

Sobre a nossa conversa telefónica de hoje, remeto como prometido, fotos da estrada de Santo António, nas imediações da entrada principal do Seminário de São José.
Passados que são já 33 anos em que estive na Junta da Freguesia, data daquele tempo, a primeira ordenação do trânsito em Alcains, através de projeto efetuado na ex Junta Autónoma de Estradas, entidade que superintendia em estrada comum, N-352, que atravessa Alcains.


Pretendia com o projeto dar um ar de “meio a caminhar para urbano” a Alcains, disciplinando e dando coerência ao trânsito de pessoas e automóveis.
Todo o pavimento e lancis, desde a Av. 12 de Novembro, largo de Santo António, incluído, até à Av General Ramalho Eanes, inclusivé, data daquele tempo.
A prioridade em 1980, era ter, usar e abusar do automóvel… o peão que jogue ao pião...
Neste particular muito mudou, e digo-o com satisfação, para melhor e bem.


Face ao enquadramento do tema e acabada a breve história do trânsito em Alcains, venho alertá-la para a seguinte situação.
Agora que a CMCBranco tem vindo a efetuar algumas obras de requalificação em Alcains, e uma vez que pararam, por ora, no largo do Chafariz Velho, se, e quando, as obras avançarem para a frente do Seminário, seria excelente “um olhar seu” sobre a zona.


Como as fotos clarificam, o passeio é anormalmente estreito para os peões, tem o pavimento degradado, e no sentido de nascente para poente, há estacionamento para uma fila de carros, e há espaço de sobra para que dois carros se ultrapassem, no mesmo sentido, ao lado da estátua do canteiro.


O que sugiro, se tal me permite, é que o equilíbrio entre peão e automóvel, ali se desequilibre a favor do peão, e que do excessivo espaço cedido por mim aos automóveis, seja agora reposto a favor do peão.


Caso concorde, nunca é tarde para fazer justiça, 33 anos depois.

Receba um abraço amigo do

Manuel Peralta

terça-feira, 17 de abril de 2012

Ribeira da Líria. Quando está bem, está bem...

De: Manuel Peralta [mailto:manuel-r-peralta@sapo.pt]
Enviada: terça-feira, 17 de Abril de 2012 15:38
Para: 'Carlos Cupeto'
Cc: geral@sm-castelobranco.pt; 'geral@aguasdocentro.pt'; 'geral@arhtejo.pt'; 'camara@cm-castelobranco.pt'; 'Antonio Santos'; 'joao.carvalho@sm-castelobranco.pt'; 'GNR_CO_DSEPNA_SOSAmbiente'; 'sergio.penedo75@gmail.com'; 'abilio.valente@arhtejo.pt'; 'celeste.capelo@gmail.com'; v.saraiva@aguasdocentro.pt; 'nuno.lourenco@sm-castelobranco.pt'; 'nuno.maricat@sm-castelobranco.pt'; 'junta.alcains@netvisao.pt'
Assunto: Ribeira da Líria - Alcains - Quando está bem, está bem...

Fotos tiradas hoje pelas 15 horas.


Ribeira da Líria

A duas fotos, das quais dou conhecimento mostram como a “martirizada ribeira da Líria” deveria permanecer.
A correr, infelizmente pouca, água limpa e transparente.
É certo que, no local, a água já vem decantada. Mas decantada ou não, está limpa, e isso é o que interessa às pessoas e ao ambiente.
Tratando- se de equilíbrio crítico, solicito aos responsáveis, a cuidada atenção que este frágil equilíbrio merece.


Pena é que o leito da ribeira esteja degradadíssimo... se estivesse limpo, cuidado, asseado, até o falecido Engº Carlos Venâncio, hoje, no reino dos céus, sentiria recompensada a sua passagem pela terra, ao ver que teria tido razão...
Está tudo tão abandonado, diz, dirá, diria ele...
Mas este mundo é muito ingrato, e a ingratidão é isso mesmo, não honrar quem por obras valerosas, da morte não se libertou.


A foto retrata isso mesmo, desleixo, incúria e falta de respeito pelos munícipes, contribuintes que, por enquanto ainda podem denunciar os abandonos dos públicos poderes.

Melhores cumprimentos
Manuel Peralta

domingo, 15 de abril de 2012

Bolos da Páscoa

Mais que uma fornada.

...ainda durante a quaresma e em tempo de renúncia, de penitência, de sacrifício por remissão de pecados, de mortificação, com altar de roxa cor vestido, paixão à frente e atrás, caluniando Satanás, esse anjo rebelde que, a pulso, do céu foi expulso.
Nas casas, caiadas a preceito, com escadas e salas esfregadas a eito, com barra de “azul metilene” pintadas, ou “amarelo metálico”, que de ouro transbordava em tela de “Matisse”, pintada.
À porta, na quinta feira Santa não se podia ir à horta, pois até constava que a couve espigava...muito menos cantar a menino rabugento, pois apanhava “águamente”... e pior que menino aguado, só homem entornado.
Nas ruas o alecrim e o rosmaninho inebriavam procissão que passava, com filarmónica em notas graves de “ré de porco”, bombos, aplacados por caixas de compasso, de contrabaixo, solfejadas a eito com vozes a preceito.
No altar, o bater da “tampa do arcaz”, que fechava a sepultura do Cristo Redentor, o Senhor que ao terceiro dia ressuscitaria, para nossa alegria...
Na sexta feira santa, defumava-se, após a procissão, a casa de barra de ocre pintada, com o alecrim e o rosmaninho da procissão pisado, abençoado, que santificava e abençoava quarto, sala, camarinha e até quintal, em furda onde o reco pacientemente, aguardava pelo natal...
Enquanto se esperava pela visita do Senhor, o compasso, mulheres com tosse, catavam-se umas às outras comendo tremoços, e os homens provavam os bolos dos vizinhos bebendo uns bons copinhos.
Em breves laivadas, assim, um tipo de Páscoa foi passada.

Mas os bolos, as fornadas...

Não há grande diferença entre o estofego das filhós e o dos bolos da Páscoa.
Aí vai portanto, para memória futura.

O aquecer do forno...


O “arremansar” do dito... ficar sereno, acalmar, serenar.


A farinha... ainda empacotada, na “Terra Deles”, fabricada.


As especiarias, vinho do Douro, Porto, Português.


No tabuleiro de amassar, depois de peneirada, farinha, farinhada.


Sumo de boas laranjas, espremidas por mãos amigas.


Ovos, por varinha ou mágica mão batidos, pré aquecidos, em água quase fervente que não minto, em bacia de zinco.


Amassando, farinha, ovos, sal, vinho do Porto, sumo de laranja, fermento, canela, açucar, forte aguardente...


Amassando/azeitando...


Tabuleiros em sentido, aguardando por receber bolos tendidos ou cozidos...


Taleiga, com farelo aquecido, para suster massa amassada em maceira, sustenido.
O taleigo é um saco de pano pequeno, que serve para levar a merenda ou até guardar dinheiro.
A taleiga é um saco maior que pode acolher cereais ou farinha.
Há uma expressão na “Terra Deles”, que referindo-se a alguém que está gordo, costuma mimosear-se assim.
- Olha que perfeição, pareces um taleigão?
A taleiga, taleigão, é no fim de contas um saco, que tem igual dimensão quer na base quer na parte superior, portanto quadrada, logo sem cintura...


Tendal, cobertores, pré aquecidos para ajudar a levedar, fermentar a massa.
O tendal, é um pano alvo, branco, por vezes de linho, com que se cobre a massa de pão ou bolos.


Continuando a amassar, agora já com a negra rapadora a rapar, rapar, rapar...


Ajeitando e arremansando a massa.


Invocando a fé em Deus, com cruz na massa, por rapadora pecadora...
São João acrescente este pão.
Senhora das Graças acrescente esta massa.


Massa já finta, levedada, pronta a ser tendida.
Rapadoura em descanso...


Bolos sobre tendal, tendidos, a aguardar mais fintura para serem cozidos.
Tender, estender ou abolar massa para ser cozida.


Já no forno, arremansado...
Conduzir um forno de lenha, sem pirómetro, (termómetro de altas temperaturas) não é tarefa fácil.
Saber a temperatura ideal para cozer e não queimar requer saber de forneira...
A minha mestra foi a Ti Marizé Pinheira, forneira e boleira de quatro costados, que me ensinou.
Então aí vai, para quem se quiser haver nestas andanças...
Depois do forno limpo de brasas e cinza, passa-se com uma esfregona embebida em água para limpar o solo do forno e, gradualmente ir baixando a temperatura.
A abóboda do forno, com o calor deve ficar completamente branca.
Espalha-se entretanto um punhado de farinha pelo solo do forno e observa-se:
1- Se a farinha queimar, tem de baixar a temperatura com a esfregona embebida em água.
2- Se a farinha não queimar pode meter a fornada.
3- Para tostar deve fechar o registo de saída de ar do forno.
Recomendo no entanto cuidado, esta simplicidade aparente, pode levar a queimar a fornada e as mulheres não se enxofram nada a queimar o forneiro... sei do que falo...


Já cozidos, um exemplar.


Uma fornada.


A mesma fornada vista de outro lado.


Receita para uma fornada de 33 bolos, para casa e dar a amigos e familiares.

- 100 ovos
- 2 litros de azeite
- 2 quilos de açúcar
- 1 litro de aguardente
- 1 garrafa de vinho do Porto
- 3 boas laranjas em sumo
- 1 (quase) barra de fermento
- 10 quilos de farinha
- 2,5 quilos de farinha flor
- Sal e canela a gosto.

Uma boa fornada e desejos de um bom apetite.

Manuel Peralta