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segunda-feira, 18 de março de 2013

Manuel “Ping-Pong” Soares

Dia 9 de março, um fresco sábado com sol, fui passear pelo meu vizinho e moribundo mercado, para a extrema-unção, ao que consta, já nomeado.
A pé e subindo a avenida Dr. Fernando Ataíde Ribeiro denoto  invulgar movimento de viaturas rumo à Escola Preparatória e Secundária de Alcains. (O edifício do ex ciclo preparatório, ex escola preparatória José Sanches, por falta de alunos, está fechado).
Entrei.


Grande azáfama.
O recinto do pavilhão repleto de mesas de “ping-pong”, agora denominadas de “ténis de mesa”, com um feérico colorido que o desporto proporciona aos seus praticantes, e, lamentavelmente, aos quase inexistentes espetadores, transbordava de atividade “pingponguista”...
O macio tilintar das bolas de ping-pong sobre as mesas, e, os esgares de baixo ventre que subindo da glote até à epiglote anunciavam serviço perdido, musicalmente compunham uma partitura digna de um Verdi de primeira linha, muito melhor que acordeão do Vaquinha...
Numa iniciativa, parceria,  CDA/ Arca/Inatel, presidida e acompanhada de perto, quer de manhã quer de tarde pelo atual presidente do CDA, excelente desportista e agora dirigente associativo, Hélio Esteves, e pela presidente da Arca, Andresa Teixeira, celebrava-se, lembrava-se um saudoso e prestigiado Alcainense, de nome Manuel Soares, “Mné dos Paus”, como era conhecido na terra deles, a nossa, a dos Cães, na ex aldeia, Alcains.


Da sua vida profissional, CP e agência de viagens que lhe permitiram saber, praticando, o que é o serviço ao cliente, o  Manuel Soares com quem convivi de muito perto, praticou em Alcains esta maneira de ser, por onde passou.
Era, no meu entender, um “trinca espinhas esclarecido”, culto, e de uma dedicação à Terra deles e ao desporto, exemplares.
Dotado então de um Sportinguismo esclarecido, transportou desde muito novo este “ismo” primeiro para o GDA e mais tarde para o CDA.
Na JOC a jogar “voley ball”, no pavilhão a jogar e a entusiasmar os outros no ping-pong, no banco dos jogos a dirimir, de toalha aos ombros, as questões jurídicas das arbitragens, ou, nas bilheteiras a vender os bilhetes para os jogos, era pau para toda a colher, um soldado no trabalho e na entrega, sem custos, à comunidade.


No pavilhão, 16 mesas, cerca de 200 atletas, a disputar a nível nacional, o 6º torneio CDA, do Ranking List do Inatel.
Do Douro até ao Tejo e dos distritos de Castelo Branco, Évora, Leiria, Portalegre, Porto, Viseu, até Setúbal entre outros, 32 equipas disputaram o torneio, Manuel Soares.
Na entrada do pavilhão, uma empresa “sponsor” da modalidade, vendia enchidos em agradável mano a mano, os excelentes sabores “Serrano”, sugeridos por simpática vendedeira da “Salsibeira”.
Esta é para assar, aquela de cozer e se quer tempero todo o ano, prove este maranho... assim ouvia, enquanto de Kodac, tirava fotografia.


Mas a surpresa não acaba aqui.
Atendia tudo e todos, fazia sandes, cobrava “minis”, encaminhava visitantes, atualizava registos, atendia telefone, animava equipas e nos intervalos vendia rifas.
Falo do Tiago Baltazar um praticante da modalidade, extrovertido, um comercial que, como tantos outros, se perde em Portugal...


Explicou-me tudo.
Constituição das equipas que representavam o CDA.
Num total de 8 participantes, 1ª categoria, 1ª divisão.


Da esquerda para a direita.
Pedro Fevereiro, CBranco - Luis Antunes, CBranco - Ricardo Monteiro, Lisboa.

2º categoria, mesma ordem


Bruno Ribeiro, Guarda - João Santos, CBranco - Tiago Baltazar, Alcains.

3ª categoria, juniores


Flávio Trindade - Miguel Valdez

Estranho é o fato de o CDA ter apenas 8 representantes, e destes apenas um ou dois serem de Alcains. Os restantes têm ligações afetivas a Alcains e outros inscreveram-se por Alcains, pelo fato de, nas suas respetivas terras, tal modalidade não estar organizada de modo a participarem no torneio.
A Associação do bairro do Ribeiro das Perdizes de Castelo Branco marcou presença com dois participantes, juniores, que a seguir registo em foto.


Da esquerda para a direita, o Bernardo Natário e o Júlio Santos, ambos com 14 anos que têm participado em vários torneios e têm uma grande vontade de continuar.
Novidade de registo, foi o Francisco M. Pedro que de Vendas Novas se deslocou ao torneio e que a foto regista.


Uma agradável e promissora esperança para a modalidade.
O torneio continuava sob uma intensa participação.
Aos vencedores era oferecido um troféu constituído por uma placa em madeira que tinha marcado o padrão de elevação a vila e a fonte romana, como a foto seguinte pretende mostrar.


Pelas 18 horas dava-se por finda uma tarde memorável, que decorreu como o Manuel Soares tanto gostava.
Sem violência, com elevado desportivismo e com partida em ambiente que convidava a regressar.
Convivi com o Manuel Soares na Guarda, em finais da década de 70. Ele nos escritórios da empresa de autocarros Guardense, na CP e mais tarde no Fundão na Wastelles, agência de viagens.
Infelizmente partiu cedo, mas deixou por cá muitas amizades. Semeou desportivismo militante por onde passou e recordá-lo é um dever que agora se cumpre.
 

Porque há uma parte apreciável da sua vida ao serviço dos outros, nas coletividades,  que não acompanhei, socorri-me do José Minhós Castilho que, em  texto em que não meti a mão, ajuda a relembrar o que foi o Manuel Soares.



Manuel Ferreira Soares
Uma referência do desporto em Alcains.

Não é muito fácil escrever algo sobre alguém de quem somos próximos. 
Primos e a viverem em casas anexas durante anos. O Soares viveu alguns anos no norte, e uma das recordações mais antigas que retenho, é a fita branca de isento para o serviço militar que ostentava nos inícios da década de 60. Franzino, repito como o Vitorino quando foi às sortes, ”não lhe acharam qualquer geito”, para seu sossego, esclareça-se. Que uns anos mais tarde, já não escaparia ao SMO...
Continuando franzino, recordo-me de vê-lo envergar a camisola 9 do GDA – Grupo Desportivo Alcainense. Era hábil e oportuno e isso conferia-lhe o direito de envergar aquela camisola, não sei se muitos anos.
 
 
Sabia por terceiros, que o Soares era uma “fera” a jogar ténis-de-mesa, mas curiosamente, nunca o vi jogar.
As referências que ele contava dos tempos que passou no norte, eram relativas ao Sporting de Espinho, uma instituição então como hoje, no voleibol nacional. Mas o Soares recordo-me de vê-lo falar numa modalidade que lá praticara, e que hoje caíu em desuso: andebol de onze.
Encontrávamo-nos sobretudo nas férias, já que no Secundário eu vivia em Castelo Branco, a partir de 66 fui para Coimbra, e em 70, ainda em Julho, ingressei na EPI em Mafra... Um ano depois, em 71 seguia para Angola, donde regressei em Agosto de 73.
 
 
Recordo-me de em 71, pouco antes de embarcar para Angola, nuns dias que passei em Alcains, lhe ter entregue um projecto com as linhas mestras para um Torneio de Futebol de Salão, ao qual não assisti, que teve lugar nas traseiras da Casa do Povo, e que seria  semente que germinaria e desde então a animar as noites dos verões em Alcains.
Em  finais de 73, participámos ambos numa direcção que dinamizou a vida do Clube Recreativo Alcainense, até então um clube relativamente “fechado”, levando a efeito vários eventos. Acompanhavam-nos o Félix Rafael, o Simão Barata e creio que o Zé Lopes da Silva, numa direcção à qual presidia Mário Tavares.
 
 
Entraram numerosos associados e lançada a ideia de uma Secção de Futebol... O ensaio seria um jogo de futebol entre antigos atletas do GDA, que se extinguira, com uma equipa de professores da Escola Técnica de C.Branco, onde eu dava aulas. Os equipamentos foram desenrascados pelo Carlos Minhós no Benfica de CB, e numa ensolarada tarde de Maio, aquele jogo, sem o sabermos, seria a semente que uns anos mais tarde daria origem ao CDA – Clube Desportivo de Alcains.
Não foi fácil o arranque do futebol no CRA. Foi necessário resgatar alguns jogadores alcainenses presos ao Desportivo de Castelo Branco, onde António Sousa “Zaragueta”, não estava disposto a soltá-los. Com o empenho doutros associados como Manuel Maria Sanches, Ramiro Rafael e não sei se Vítor Serrasqueiro, foi possível fazer voltar à base esses atletas e Alcains começava a ter uma equipa no Distrital.
 
 
No entanto embora a princípio esses atletas fossem estritamente amadores e no final dos jogos um lanche era o prémio que recompensava o seu esforço, a pouco e pouco foi-se instalando a ideia dos prémios de jogo, na altura proporcionados por vários associados...  Uma ideia que veio para ficar! E quando em 81, pertencemos a uma direcção do CDA, em que eu seria o responsável pela área administrativa e o Manuel Soares, ligado directamente ao Dep. de Futebol, o amor à camisola há muito se fora e os prémios de jogo um “direito adquirido” pelos atletas. Tivemos então as nossas divergências, quando o Dep. de Futebol, apresentou  à direcção um elaborado programa de remuneração por objectivos, que mereceu o meu voto contra.
 
 
Num campeonato em que a maioria das equipas eram praticamente amadoras, os atletas do CDA recebiam, embora pouco, algum dinheiro, e por isso teriam a obrigação de tentar lutar pelo primeiro lugar. E vê-se pelo diploma anexo, que nesse ano, o CDA foi campeão distrital e subiu à terceira divisão nacional. Creio que já não era a primeira vez que tal sucedia.
 
 
Para mim a experiência de dirigismo desportivo terminara ali. O Manuel Soares continuou a empurrar a nau que aquele Clube começava a representar. Confesso que não acompanhei esse processo. Em 84, saí definitivamente de Alcains, mas sempre que falávamos, o tema do CDA no qual chegou a ser presidente da direcção, vinha sempre a lume.
 
 
Era ele a alma que ajudou a solucionar várias crises directivas, o braço direito nessas démarches de Ramiro Rafael, Vítor Serrasqueiro e outros que é injusto, mas não consigo recordar. Chegou mesmo a ter que assumir a presidência do CDA, em momentos em que não havia associados disponíveis para esse cargo. Entretanto o CDA crescia, diversificava as modalidades e é hoje uma colectividade na qual os alcainenses se reveêm.
 
 
Daí que a partida do Soares, quase tão célere quanto a velocidade que no início da década de 70 imprimia ao seu Toyota amarelo, deixou mais pobre o CDA, e mais do que isso, deixou familiares e amigos próximos destroçados.
 
 
Honra àqueles que continuam a recordar o seu nome, numa modalidade em que ele seria localmente imbatível! A memória do “Manuel dos Paus”, nunca soube donde lhe vinha alcunha, merece-o.

MC... 15 de março de 2013

Com este texto do Zé Minhós Castilho presta-se homenagem e recorda-se um AMIGO de Alcains.
Aos presidentes do CDA e da ARCA uma palavra de apreço, pelo trabalho, pelo magnífico dia que proporcionaram aos amantes da modalidade.
O Manel, lá do alto, decerto, apreciou o gesto e reviveu connosco o que é a amizade.
Abraço, Manel.

Manuel Peralta

terça-feira, 12 de março de 2013

Poda de árvores. Valeu a pena.

Então não é que a Divisão de Manutenção e Espaços de Lazer, fez uma informação para os devidos efeitos e ao que parece, prometem que vão podar as árvores que em alerta anterior, chamava a atenção para a degradada situação!!!
Eis a frutuosa informação.


Feita esta informação, o Gabinete de Apoio ao Presidente, deu a conhecer a decisão, que agradeço, e que a seguir igualmente transcrevo.

De: Gabinete Apoio Presidente [mailto:gab.presidente@cm-castelobranco.pt]
Enviada: sexta-feira, 8 de Março de 2013 16:13
Para:
manuel-r-peralta@sapo.pt
Assunto: Poda das árvores em Alcains
 
Ex.mo Senhor Manuel Peralta.
Venho por este meio acusar a recepção do seu e-mail, datado de 28 de Fevereiro, sobre Assunto acima mencionado, o qual mereceu a minha melhor atenção.
Relativamente à questão que coloca, anexo Informação dos competentes serviços técnicos da Câmara Municipal, em conformidade da qual iremos actuar.
Com os melhores cumprimentos.
Joaquim Morão
Presidente da Câmara

Praça do Município
6000-458 Castelo Branco
telf. 272 330 330


Cá espero os podadores.
Alerto no entanto a Divisão de Manutenção e Espaços de Lazer para a necessidade de dar uma volta por Alcains, quando oportuno, e gradualmente ir arrancando e substituindo árvores de porte muito elevado e que tapam completamente os parcos monumentos existentes, nomeadamente no largo de Santo António, árvores que escorrem uma “mela”, um “pêz” que danifica viaturas, suja pavimentos e que deitam pólens que são poluidores de ambiente e causam graves problemas respiratórios aos moradores circundantes.


Estes problemas existem mesmo, e a Câmara conhece as reclamações dos indefesos moradores.
Em loteamentos novos e já da responsabilidade municipal o número de árvores perdidas é relevante. Obrigaram os loteadores a instalar rega subterrânea e automática, mas nunca uma pinga de água por ali correu!!! As árvores secaram, o dinheiro foi gasto e o investimento perdeu-se.
Convido-os a passarem pela zona de lazer… não será um prazer, há ali tanto por fazer.

Manuel Peralta

quarta-feira, 6 de março de 2013

Mafra – 40 anos depois

Campo de infiltração, vale escuro, lagoa, queda na máscara, salto para o galho, rapel, slide, foz do Lisandro, IN e listind, amanuense de gatilho, G3, dilagrama, granada ofensiva e defensiva, parada, pronto, básico, cadete, comandante e aspirante, refeitório, tapa chamas, calhau e poncho, culatra, AVP-1, ANGRC-9, Racal, Storno, dipolo, BLU, radiotelegrafista, cifra, messe e cheret, mensagem, SPM, formatura, aerograma e passaporte, guia de marcha e marcha final, ensarilhar, empastelar, batalhão, cross e flexão, abdominais, companhia, pelotão e Pelrec, mobilizado, tudo palavras com sentido, pronunciadas muito próximo da posição militar de sentido, expressões de tempos de SMO, Serviço Militar Obrigatório que no sábado de 23 de fevereiro, punhados de mãos a transbordar de saudades recordaram em delicodoce partilha como se faz em família.

 
Pelas 11 horas e à porta de armas, agora já todos com carro, à sombra, não de uma azinheira sem idade, mas de um lindo e vetusto Convento, 40 anos depois e pela primeira vez, reuniram-se os cadetes do 2º ciclo que fizeram na EPI, Escola Prática de Infantaria a especialidade de transmissões de infantaria.
Aqui estão.


Em cima e da esquerda para a direita.
Delfim Louro, Monteiro, Marques Fernandes (vulgo Carraspana da Carrapichana), Alves Moreira, Santana, Mota e Loureiro.
Em baixo, mesma ordem.
Pimentel, Martins, Faustino, Peralta, Rui Dias e Coronel Carvalho, nosso instrutor, então tenente.
Com pontualidade, aprumo e galharda lhaneza militar, fomos recebidos  pelo afável Comandante da EPI, Sr. Coronel João Pedro Rato Boga de Oliveira Ribeiro, um Covilhanense que, fazendo as honras da casa, “ciceroneou” uma agradável visita aqui e ali com o refinado humor, próprio das tropas de infantaria.
Não resisto a transcrever o “festeiro” Monteiro...  “ recebidos de forma muito honrosa que só honra a Escola, EPI, e o Exército.”(sic).


O nosso pelotão, curso de transmissões de infantaria tinha 20 cadetes do 2º ciclo, com duas estrelas na platina, destes foram mobilizados para a guerra colonial 14, então já alferes. Cinco para Angola, dois para a Guiné-Bissau e sete para Moçambique.
Já na vida civil três colegas faleceram entretanto.
Uma dúzia esteve presente neste inesquecível reencontro.


Momento alto e repleto de significado foi o descerramento de uma placa comemorativa do evento, que a foto supra, registará para a posteridade.
Um sentimento de amizade, de destino comum, de camaradagem alicerçada nas dificuldades e ansiedades que então, em 1972,  precocemente amadureceram, percorreu o hall de entrada da porta de armas da EPI, relembrando “OS” que a piroga da “bajuda” já transportou para a outra margem...
Mas, a vida continua!
E a visita também.


Em Mafra, e, para os então básicos, paisanos e ingénuos cadetes, as histórias que corriam tinham a dimensão do convento e por vezes chegavam a transbordar para a tapada.
Desde os ratos nas muitas caves que nem com lança chamas se conseguiam dizimar, nem a BAYER, vá-se lá saber porquê, quis tal PPP, à história do homem emparedado, e à do capitão sem cabeça, tudo era motivo de ansiedade entre a cadetada que corria por ali que se esfalfava.
O bem humorado comandante da EPI, 40 anos depois, desfez estes mitos aos eternos cadetes e ali pude aperceber-me da curiosidade ainda reinante.


Afinal o Convento tem 7 pisos acima do solo e piso e meio para baixo. No piso subterrâneo correm os esgotos, galerias, que já estão ligados à rede de saneamento de Mafra.
Dizia o comandante, ratos por aqui não há, o único rato que aqui existe de nome, (...  Moreira Rato...  ) sou eu...  de rir com galhardia com as piadas da infantaria!!!
A construção do Convento é anterior ao terramoto de 1755, e quando este ocorreu, o convento nada sofreu.
O agora tenente na disponibilidade, João Martins, portador de uma memória que pede meças a garbo de alferes recém saído da Academia para dar aplicação militar a milicianos, sei do que falo, contava-me que, quando estivemos em Mafra, o comandante de então, Sr. Coronel Hilário Marques da Gama, todas as semanas, quando as NT, sem a presença do IN, estavam formadas na parada, mandava quase sempre chamar um cadete...
Era o cadete, cunhado, ou a cunhar...  que assim teimava em amesquinhar... para a cadetada gozar...
Corria entretanto, a agradável postura de militar de que, o irmão do comandante teria metido uma cunha para o seu filho, sobrinho do Coronel Hilário.
Ao que constava, o Comandante nunca mais falou ao irmão...


A história do “capitão sem cabeça” foi  inventada para manter as sentinelas sempre alerta, pois até na vida civil se diz que o medo é que guarda a vinha, e o Zé soldado sempre foi muito supersticioso.
Não apanhei em plenitude a lenda do “emparedado”, mas decerto que em comentários se fará luz sobre este mito.
A visita continuou, da sala das bicas para o refeitório dos frades. Na sala das bicas, os frades, lavavam as mãos e passavam à sala seguinte onde se viam livres dos instrumentos de tortura, silícios, que penduravam em armários ainda existentes. Os que se portavam mal, deitavam-se no chão para que os restantes confrades por cima deles passassem.
Diz o atual comandante que só muito recentemente, tal prática foi na escola, abolida.
Pormenor relevante. Na sala das refeições os bancos onde os frades se sentavam para comer eram estreitos, apertados e ligeiramente inclinados, de modo a causar desconforto para que os frades não ficassem por ali como os cadetes à segunda feira na aula de transmissões. Atentos.

 
Um aperitivo servido no bar da EPI, ajudou a refazer a amizade interrompida, agora já com histórias da vida fora da tropa, dos filhos e dos netos.
Passou-se pelo refeitório, passeou-se por imensos corredores, e num pronto estávamos na parada.
Os imensos plátanos e a sua frondosa sombra que nos protegia de um sol inclemente, por lá estavam, a caminho da tapada, da carreira de tiro e do campo onde se fazia a aplicação militar.
Perguntava então em voz alta na recruta, o tenente instrutor.
A aplicação militar é linda?
Respondia em uníssono o pelotão.
- Não.
- É muito linda...
E assim se avançava em passo de corrida.
Sexta feira de manhã para o Sobreiro a correr, correr e recorrer em prova de crosse para ter passaporte...
Os cadetes que tiravam a especialidade em Mafra, eram ali promovidos a aspirantes, e foi assim que há 40 anos, o Peralta, o Faustino, o Loureiro e o Marques Fernandes, registaram em Kodac para a posteridade a foto abaixo.


Quarenta anos depois e à porta de armas da EPI, fizeram questão de, colocando-se pela mesma ordem na foto,  repetir a façanha.
Faça a sua comparação.


No hall de entrada da porta de armas da EPI fica-se admirado da quantidade de placas comemorativas que enobrecem as paredes da Escola. Testemunhos de afeto, de tantos momentos de sã camaradagem, de milhares de portugueses que passaram pela nobre EPI.
Na pessoa do Senhor Comandante da Escola agradeço, agradecemos, todas as atenções e os mimos com que fomos tratados.
Na pessoa do “camarada de armas” Monteiro, pelo frutuoso trabalho de pesquisa que proporcionou juntando este grupo de amigos disperso, vai um abraço de agradecimento.


Em 14 de agosto de 1887 o Rei Dom Luis I e o Conde de São Januário, seu Ministro da Guerra, chegam à vila de Mafra e em 22 de agosto é criada a Escola Prática de Infantaria e Cavalaria, que se instala no Convento de Mafra. 125 anos que a Escola comemora.
De AZIMUTE na mão, para que não nos dispersemos, releio  palavras que cada dia que passa fazem mais sentido, como missão, decência, honra, vergonha... num país cuja rapaziada foi do “não pagamos” até ao fim do SMO.
Como bem disse o seu atual comandante, a EPI de Mafra pode amar-se ou odiar-se, mas certamente, ninguém lhe fica indiferente.

Manuel Peralta

terça-feira, 5 de março de 2013

Árvores abandonadas em Alcains

Por email dei conhecimento à Câmara, à Junta e à brigada do ambiente da GNR da situação em que se encontram algumas das árvores de Alcains, em meu entender a necessitar de poda.
Fico a aguardar por decisão das entidades a quem alertei para a situação.

De: Manuel Peralta [mailto:manuel-r-peralta@sapo.pt]
Enviada: quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2013 19:11
Para:
'camara@cm-castelobranco.pt'
Cc: 'junta.alcains@netvisao.pt'; sepna@gnr.pt; 'GNR_CTCasteloBranco_SEPNA'
Assunto: Poda de árvores em Alcains


Pelo presente email dou nota através de fotos, da situação em que se encontram algumas das árvores em Alcains.
As fotos abaixo dizem respeito ao largo de Santo António.



As fotos seguintes referem-se ao campo de futebol, estádio Trigueiros de Aragão. Como se pode observar no local, o encosto de terras ao muro e a pressão destas árvores estão a forçar um excelente muro em granito, que ameaça ruir tal é a inclinação do mesmo sob a estrada nacional 352.




As fotos seguintes referem-se à avenida 12 de novembro. A não serem podadas este ano, entra-se aqui no 3º ano consecutivo sem poda.




Desta situação dou conhecimento para as ações que considerem necessárias.
Melhores cumprimentos

Manuel Peralta

sexta-feira, 1 de março de 2013

Águas do Centro

Instalação de filtros de carvão.
 
Para conhecimento dou nota de email ontem enviado às Águas do Centro, Castelo Branco, empresa do grupo Águas de Portugal, relativa ao pedido de instalação de filtros de carvão na estação elevatória de águas residuais de Alcains.

De: Manuel Peralta [mailto:manuel-r-peralta@sapo.pt]
Enviada: quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2013 18:36
Para:
'amavel.santos@aguasdocentro.pt'; 's.mexia@aguasdocentro.pt'; 'j.magueijo@aguasdocentro.pt'
Cc: 'i.lamelas@adp.pt'
Assunto: Estação elevatória de efluentes domésticos de Alcains.

Passados que são dois terços do 1º trimestre de 2013, venho alertar as Águas do Centro, via responsáveis, para a necessidade de se proceder à prometida instalação do(s) filtro(s) de carvão nos respiradouros das massas efluentes da estação elevatória de Alcains.
Estes filtros, quando instalados, eliminarão a quase totalidade dos sulfurosos/malcheirosos gases que emanam sempre que a temperatura ambiente sobe, assim me disseram na reunião havida no local no ano passado
.


Tenho aguardado com a resignação própria de quem compreende as dificuldades por que passamos, mas é chegada a hora de fazer o meu alerta.
Agora que a estação parece ter dono, o que não acontecia anteriormente, as fotos em anexo assim o documentam, relva cortada que parece um jardim, e sem qualquer vazamento de efluente durante este inverno, tornam menos difícil a vida ambiental, a que me custa dizer, tenho direito…os direitos são cada dia que passa, uma noção fora de moda, do passado…


Face ao exposto aguardo com a proverbial paciência de Jó, a instalação dos “prometidos” filtros de carvão.
Melhores cumprimentos

Manuel Peralta

Iluminação Pública

Sugestão de poupança.

Remeti à Câmara da cidade e à Junta o email que convido a ler.

De: Manuel Peralta [mailto:manuel-r-peralta@sapo.pt]
Enviada: quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2013 19:47
Para:
'camara@cm-castelobranco.pt'
Cc: 'junta.alcains@netvisao.pt'
Assunto: Iluminação pública. Sugestão de poupança.

O que se estraga, a ninguém aproveita...

Ainda há sol.
No entanto, todos os dias por volta das 17H45 os degradados candeeiros da infausta zona de lazer, alumiam sem tino, os que alertados, não quiseram ver...


Tenho pacientemente aguardado por chamada de atenção para a situação, por quem devia zelar pelo bom aproveitamento dos parcos recursos que empobrecem Alcains, mas não me surpreende.
Já o ano passado alertei e pensei que este ano a situação não voltaria a repetir-se. Em vão. Que organização!!!


Volto a sugerir aos responsáveis para que o relógio que comanda esta iluminação seja corrigido de tal modo que, acione a iluminação quando dela se necessita. Que ilumine quando escurece e que de madrugada não desligue quando ainda é noite escura, como tem infelizmente acontecido.


Espero desta forma contribuir para a eficiência dos gastos municipais.

Manuel Peralta