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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

...de regresso, urgente, ao Bagaço!!!

Em 27 de agosto e a 4 colunas, o Reconquista publicou um texto de minha autoria, em que tento fazer um ponto de situação sobre a bagaçada autárquica em curso.
Do texto, a que nem todos os leitores do terra dos cães têm acesso, dou agora conhecimento.


Apesar de existir no terra dos cães texto semelhante, e uma vez que o blog serve também para registar tudo o que de relevante e público vou efetuando, fica este registo para memória futura.
Então aí vai.

Bagaço em compasso...

Porque o assunto em questão conflitua com a qualidade de vida dos Alcainenses, e face ao elevado clamor público que o tema continua a suscitar, proponho para reflexão, algumas questões para as quais ainda não encontrei resposta.


1. Porque razão, e aparentemente sem dele necessitar, foi adquirido ainda pelo Comendador Senhor Joaquim Morão, um terreno em Alcains, que custou cerca de 170 mil euros ao município, terreno esse vendido à Valamb, agora por 4 mil euros?
Este terreno confinante com a empresa NOVADIS, instalações da ex Alprema, terreno esse em que a câmara, em primeira localização, deu luz verde à Valamb para ali instalar a sua atividade que, de imediato, foi pelos Alcainenses contestada.
Observa-se entretanto que, as zonas industriais de Castelo Branco e Alcains, ainda estão muito longe de estarem ocupadas sequer a 50% da sua capacidade. 
Então pergunta-se, porque aqui, em Alcains?


2. Porque razão, não havendo aqui um único lagar, e havendo tantos por aí, por unanimidade decidiu, a Câmara de Castelo Branco, oferecer este “molho de bróculos “ a Alcains? Não seria do ponto de vista da rentabilidade do projeto, localizar a Valamb junto do maior produtor de bagaço? Poupar-se-iam custos de transportes, emissões de CO2 entre outras vantagens, e, com mais rigor aumentar a TIR, taxa interna de rentabilidade, deste  infeliz e, presumo, condenado projeto?


3. Sendo um dos sócios da Valamb, ao que consta, vereador do partido Socialista na Câmara Municipal do Fundão, e tratando-se no dizer da Valamb, de um projeto que vem beneficiar imenso as populações, criando 22 postos de trabalho, num investimento que já subiu de 3 para 5,5 milhões de euros,  porque não submeteu o projeto na câmara de que, embora na oposição, faz parte?
Ainda mais me surpreende o facto de que, tendo a Valamb a sua sede social no Fundão, é para mim muito estranho, que com este projeto, não tente a sociedade engrandecer primeiramente, a terra onde tem a sede!
Porquê aqui...!!!


4. Porque razão se decidiu tão depressa, com base num sumário do vereador do ambiente municipal, Senhor Engenheiro Carvalhinho, sem uma única referência ambiental? Qual a razão deste mata cavalos, num problema que o Senhor Doutor Luis Correia disse ser muito sensível?
Insisto, junto de quem me acompanha nesta luta, para que leiam a ata da câmara municipal de Salvaterra de Magos, ata número 23 de 6.11.2013, , publicada no blog terra dos cães, onde é patente o extremo cuidado havido naquele executivo municipal, face a um pedido de quase idêntico constrangimento ambiental, que a empresa Valamb lhes formulou.
Agradeço que comparem, por favor, lendo a referida ata, como trabalham os executivos municipais da câmara de Castelo Branco e da câmara de Salvaterra de Magos. 
Pergunto, quem pagou o terreno em Salvaterra de Magos?


5. A Valamb está no seu inalienável direito de procurar atingir os seus objetivos onde considere mais justo e oportuno, nada a referir.
Nada tenho contra isso, muito menos contra as pessoas  que não conheço, e, até lhes desejo boa sorte pessoal e empresarial.
Mas há cada vez mais “NIMBY”, not in my back yard...isto é, não na minha terra, não na minha rua, e muito menos no meu quintal, e, quem anda nisto, sabe do que falo.
Sabe no entanto a Valamb, que a sua atividade, gera nas comunidades onde pretendem desenvolve-la, uma forte barreira à entrada, e por tal não devem estranhar este desamor, não contra a empresa, mas contra a sua atividade.
Como este processo tem sido tratado pela câmara municipal de Castelo Branco com evidente leveza, sem estudo e reflexão, e, atendendo por um lado ao facto de nada ter exigido em termos ambientais à Valamb,e, por outro, por se pressentir que o facto estaria a ser consumado, gerou na comunidade Alcainense um sentimento de revolta, causado pela sensação de insegurança municipal.
Como a “nossa?” cãmara não nos defende, não acautela a nossa boa vida ambiental, temos de ser nós, a usar o “direito à indignação”, e civicamente lutar, esclarecendo, desmontando tramóias, indo a tudo e todos para que o executivo municipal volte a avocar este escuro processo, e decida em conformidade pesando os pontes fortes e os pontos fracos da decisão municipal.


6. A provar a leveza de que falo, está o facto, da mudança de local. 
Uma análise séria do primeiro local, o da perda dos 175 mil para os 4 mil euros, dentro da malha urbana, pertíssimo das escolas e do mais denso conjunto habitacional de Alcains, prova à saciedade, a insustentável leveza municipal, que me perdoem...
O novo local, junto ao cabeço do carvão, que terá custado aos cofres municipais desta vez, mais de 50 mil euros, está, estará, igualmente condenado. 
Pegado, junto, ao lado, durante várias centenas de metros da A23, pertíssimo da área de serviço do monte fidalgo, área de serviço a quem foram criadas expectativas e proteções especiais de funcionamento, e onde, devido à crise e às portagens, já ali não para muito gente, decerto tudo fará esta empresa para  se proteger deste “mal cheiroso presente municipal”, acionando tudo o que estiver ao seu alcance para o evitar, solicitando por certo, pesada indemnização por prejuízos que eles saberão bem estimar.
Melhor é impossível!!!


7. No ponto em que se encontra este processo, está ainda o executivo municipal, a tempo de reconsiderar. Parar para pensar, que é o que se costuma fazer nestes casos, só revelaria bom senso, por enquanto o mal municipal ainda não está feito, e a marcha atrás, é,  uma mudança imprescindível nas viaturas dos executivos municipais...
O segundo local agora considerado, tem os pontos fracos que já referi, mas para além  desses, tem dois “handicapes” que são de uma falta de senso total.
Instalar, agora em segundas núpcias, a Valamb, junto do maior produtor do queijo dito de Castelo Branco, ao lado das propriedades do Zé do cabeço do carvão, mais parece um sonho de verão.
Ele, desta vez o filho que, segundo o Reconquista, até pretende ali instalar uma horta ou quinta pedagógica, ou ecológica.
Por outro lado, a Quercus, vai dar pulos de corça, quando o maior parque de cegonhas instalado desde há muito na Unibetão e Secil prébetão, for irremediavelmente afetado por esta segunda localização.


8. Na minha vida, sempre valorizei mais o que perco, do que aquilo que ganho, portanto, tudo farei, para não perder esta luta. Por prudência, em Alcains não me esqueço da ti Prudentíssima, tenho utilizado sempre que dela necessito, a marcha atrás...
Apenas pretendo deixar para os meus filhos e netos um terra mais limpa, saudável, airosa e bem cheirosa.
E isto “si, me muove”.

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Nota:
Para maior conhecimento desta poluente atividade, por favor, clique aqui.
If you desire to know this environement crime, please watch this video.

Manuel Peralta

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