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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Alcains Rural - RABAÇAS, ribeira?

Não, trata-se do rio Ocreza, o local que naquele zona, foi apelidado popularmente de ribeira das Rabaças. Nunca lhe ouvi chamar rio.
Rabaças que, se se falar de fruta quer dizer fruta verde, que em sentido figurado pode significar pessoa inútil, estúpida e desengraçada, mas se alargar-mos o significado à botânica quer dizer planta aquática e umbelífera, cujo modo de inflorescência se assemelha a um chapéu, folha de rábano.
E pensar eu que, quando ia com a minha mãe lavar as enxergas de linho, para as Rabaças, onde me lembro de comer excelente miga fria com água de uma fonte ainda existente, que Rabaças poderia ser tanta coisa!!!
Como ir então para a ribeira das Rabaças?
Digo rio Ocreza, um dos afluentes do rio Tejo, que na 4ª classe com a Dona Maria Amália Morão Carrega Rufino, minha professora sepultada em Alcains no passado domingo, me ensinou e que de memória cito, Erges, Ponsul, Ocreza, Zêzere, Alviela, Maior e Trancão... da outra margem, Sever, Nisa, Sorraia, Almansôr e Coina.
Adiante.


Por debaixo da A23, no sentido poente, depois de se passar pela antiga oficina dos Isidros e do parque de máquinas e central de massa betuminosa dos Miras...


Cortar à esquerda no cruzamento, em frente.
À direita está em obra um pagamento por serviços prestados...!!!


Depois de se passar pela tapada do precocemente falecido, o saudoso Nuno Infante e pela tapada da ti Marreca, encontrei ainda em camisola de alças, de cajado na mão, o guarda das Rabaças, o Zé Fava, vai lá quase todos os dias.
Este homem é o melhor guia e o maior conhecedor desta zona. Especialista em apanhar criadilhas, com faro de podengo para a coelhada...
Ali cantámos à sombra de uma sobreira de que não sei a idade.


Já no moinho do ti Joaquim Patola, em plena ribeira.


As poldras nas rabaças, quase sem água, passagem para a outra margem.


A fonte com pouca água mas muito fresca, em excelente sombra, que convida a parar e refrescar.


O leito da ribeira, rio Ocreza, quase seco.


Casa que já foi de habitação, na ribeira.


Casa e moinho anexo do Ti Joaquim Patola, que seu filho Abel Beirão, que anda por lá, pelo mundo, talvez um dia queira recuperar...


Caminho, breda, recanto de encantar, bucólico, lindo de pasmar.

Janelo de casa de granito, de sobrado, mal tratado...


Lago, lindo, calmo ainda com peixe.


Terra loira, quente, seca por enquanto, onde ainda vi palanco.
Do lado oposto ao lago de água.
Contraste.


Já no regresso, o senhor Amândio, albicastrense com tapada a seguir à A23, com égua e potra, mamando.
Encontro agradável pela foto exclusiva.


Paisagem muito agradável.


No regresso, riqueza de Alcains, pedra, pedras...
Enquanto escuteiro estive por ali acampado, mas as coisas não correram bem do ponto de vista logístico.
Viemos todos, lobitos, aquelás, escutas e caminheiros cheios de traça, e tal acampamento ficou marcado com o nome do acampamento da fome.
Espero que o passeio virtual tenha correspondido às expetativas.
Vou continuar, sempre pelas 18 horas.
Eu gostei de rever as rabaças.

Manuel Peralta

3 comentários:

  1. U meu Pai teria gostado de ler este blog y ver estas imagems

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  2. Aquando da feira do queijo do ano 2011, os guias do Papa- Léguas tiveram a excelente ideia de nos levar até ás Rabaças.
    Zona maravilhosa naquela época do ano, Abril e portanto primavera com as alpondras ainda quase cobertas de água.
    Era uma fila indiana interminável e, a passagem para a outra margem durou mais de uma hora.
    Este ano voltei aquele local aprazível com um livrinho que não consegui ler, tal era o pipilar dos passarinhos.
    MG

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  3. Meu caro amigo Peralta:

    Estou a gostar cada vez mais da tua prosa.
    Podias juntá-las, às prosas num livro de contos (ou de memórias?).

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