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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

PARDAL - João Rodrigues Barata

Pardal viajado, o Ti João, suportou os calores do Baixo Alentejo construindo o Quartel de BEJA, na ampliação do Liceu de NUNO ÁLVARES em CASTELO BRANCO, onde se destacam umas primorosas letras esculpidas no granito, ou em CELORICO da BEIRA numa emblemática ponte sobre a linha de caminho de ferro, que eu bem conheço.
Hoje com 84 anos, casado, fez a quarta classe aos 14 anos e depressa passou para as pedras... uma verga aqui, uma torse acolá, um lintél mais álem e muitos mas mesmo muitos juntores para casas de muitos doutores... em Serpa, na Guarda, no Paúl, no Monte Trigo, em Moura e até em Pias onde ao que consta tinha tias...
Tirou a carta de Canteiro com os mestres António David e José Rôxo.
E porque o tenho como homem sério, em Vale de Lobo também andou ao minério.
Trabalhando para um GRANDE ALCAINENSE, o Sr. António Loureço Barata, vulgo TÉRLÉ, construiu em Lisboa para a Marinha as cantarias do Arsenal do Alfeite.
Mas PARDAL, porquê?
Eram cinco irmãos, 2 catchópos e três catchópas.
O irmão chamava-se Arnaldo e tinha a pele mais escura e por esta evidência, apelidaram-no de Farrusco.
Ora o farrusco, para os estudiosos da ornitologia, estudo das aves, é uma espécie de pardal com as penas mais escuras, algumas, as remiges, até são mesmo pretas.
Como o Ti João tinha e tem a pele mais clara, claro, apelidaram-no de PARDAL, até hoje e para sempre.
Durante sete anos, por volta de 1962, teve uma sociedade com o Joaquim Fradique, e durante 32 anos com o Manuel Maria Sanches, precocemente falecido, teve uma das melhores empresas de granitos de ALCAINS, a Sanches & Barata, cuja actividade se iniciou em 1969.
PARDAL velho que é, não cai em costil, ronda-o, estuda-o e espera que farrusco novo e imprevidente entre de frente ao grão de milho... depois de atefegado, Pardal velho come então o milho, relaxado...

A propósito, conhece em Alcains o Sr. João Rodrigues Barata?
Não!!!
E o Ti João Pardal?
Quem não conhecer, presumo que anda mal...

Manuel Peralta

1 comentário:

  1. José Castilho disse…

    João “Pardal” o dirigente desportivo, que em domingos de futebol, na década de 70, já com o CDA, colocava um “havano” nos queixos e fazia um vistão!
    Aliás não conhecendo os contornos da sociedade que o ligava a Manuel Maria Sanches, precocemente desaparecido, creio que faziam uma dupla de canteiros, bons na arte, e enormes na convivência com os seus amigos.
    Ainda me recordo do Manuel Maria Sanches me falar dos seus amigos de Borba, terra de boas pedras, e de melhores vinhos e petiscos.
    Mas uma das tarefas mais árduas que lhes vi desempenhar, seria a negociação, na altura não havia agentes desportivos, com outra figura carismática do Futebol distrital, mas em Castelo Branco, de nome Sousa, António creio, mas que todos conhecíamos e recordamos como “Zaragueta”! Um homem que começou no Benfica de Castelo Branco e protagonizou uma deserção criando um outro Clube – Desportivo de Castelo Branco.
    Em 1974, o CDA, então ainda alojado no Clube Recreativo, começava a querer atingir alguma projecção distrital, e uma das primeiras medidas, foi a de tentar resgatar ao Desportivo de Castelo Branco, os alcainenses, que há falta, na altura, de um Clube dedicado ao Futebol, tinham passado a fazer parte dos quadros do Desportivo albicastrense.
    “Zaragueta” era um osso duro de roer e tornou-se no inimigo público dos alcainenses ligados ao Futebol. E como vendia pneus, os alcainenses, uma terra em franco progresso, riscaram-no do seu portfólio de fornecedores.
    E andámos nisto uns tempos…Os jogos do CDA com o CDCB, faziam faísca e “Zaragueta” não se atrevia a vir a Alcains!
    Dizia-me C.Minhós, um alcainense dos mais sérios que conheço, e que tanto deu ao Benfica de C.B. como praticante, e mais tarde ao CDA como treinador : “o desgosto que lhe dava ver os bons jogadores de Alcains caírem nas garras do Zaragueta”!
    “Zaragueta” que até pensava abrir, como abriu, uma casa de venda de pneus em Alcains, terá feito contas à vida e lá terá pensado, se não cedo aquilo que eles querem, como vou vender pneus em Alcains, onde sou o inimigo público, quando até já aqui em Castelo Branco, os “gajos” de Alcains me riscaram o “cú com um telho”!
    E por uma quantia que terá andado pelos vinte ou 30 contos, foram resgatados todos os passes dos jogadores de Alcains, cujo nome mais sonante seria o de Emídio Saldanha, quem conhece (?), “Balhinhas” nome de guerra! O saudoso Jorge Eanes, foi outro que entrou no pacote!
    Manuel Maria Sanches e Ramiro Rafael de certeza, João “Pardal” não tenho como certo, estiveram no desembrulhar desta complicada situação, uma das primeiras batalhas que o CDA teve na sua origem!
    E aqui está como falando de João “Pardal” e do seu inefável “havano” em domingo de futebol, passámos pelo Manuel Maria Sanches e pelo Ramiro Rafael e pelo Carlos Minhós, e relembrámos para a posteridade, aquele que foi o nosso inimigo público – “Zaragueta” – um homem que desabafava o David "Dinhêra", filósofo, que também jogou na equipa do “Zarga”, “há-de morrer no banco, de suplentes claro, a um domingo, num campo de futebol”!
    Creio que aquele que um dia uniu pelas piores razões os desportistas de Alcains, já se foi há uns anos, não sei se num domingo de sol, num campo de futebol – Sousa de seu nome e Zaragueta de guerra!
    MC

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