Páginas

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

MÚSICOS/MÚSICA - Bandas e Fadistas, Conjuntos e Acordeonistas... demais artistas.

Onde hoje está o edifício da praça, existiu antes um café propriedade do Sr. José Fortunato, baptizado popularmente por "café do Fláitas", que, pelo entusiasmo do Sr. Fortunato e pelas suas inatas qualidades musicais, funcionou por volta de 1965 durante meia dúzia de anos como a sala de ensaios dos "a caminho de músicos" de então.
Zé Ribeiro, falecido, Manuel "Vaquinha", irmãos Messias, Manuel "Bálhinhas", Sr. Fortunato... e apareciam por lá dois aspirantes a artista, um a baterista, João Preto, e outro a vocalista, Manuel Peralta.
Ficaram pelos ensaios, e, por vezes, actuavam frente ao café do Sr.Fortunato para ali atrair clientes.
Como se vê, não foram muito longe...
Antes, e por espírito santo de orelha meu, isto é de ouvido, Alcains teve um "jáze" onde os Rafaéis, Moisés, João, dois Josés, entre outros com Joaquim Teixeira incluído, com instrumentos de sopro e violino, formaram o dito "jáze" que parece ter deliciado e encantado as gentes de Alcains, em serenatas, nas festas de Natal e sempre que alegria familiar a tal convidava.
O Vaquinhas com o seu acórdeon seguiu o seu caminho em casamentos, descascas e voltas da malta da inspecção por vezes, acompanhado pelo João Preto de bateria (2 pratos, taróla, bombo e réco-réco), e uma vez por outra o Peralta, munido de voz e massanêtas oferecidas pelo Sr. Fortunato.
Os manos Messias actuavam nas variedades nos teatros, acompanhando o Anselmo, a Deolinda (Pirilau) um ou outro fadista de Castelo Branco e o próprio Manuel que tinha e tem voz...
O Manuel Bálhinhas vinha da banda e para lá retornou...
Entretanto na Europa, o Maio de 1968 em França, decretou que era proibido proibir... e a libertação de ditos velhos usos e costumes entrou pela casa dentro como cão em vinha vindimada...nada a fazer portanto.
O Simão Lêtcha, qual Elvis Presley do Degrêdo, ensaiava e ensinava na praça frente à tasca do Ti Domingos da Venda, os passos de “twist” para gáudio de todos os aspirantes a cabeludos de melena a tapar olhos e calças à boca de sino...
Elas, as moças, enquanto iam de caldeiro de encher à fonte, começaram a por algodão em rama para encher as malgas dos “soutiens” a calçar socas que lhes aumentava a altura, e uma ou outra mais ousada começou em testes de mini saia...
Entretanto, nas comédias da rua da Fonte, o Raúl Pirilau que se oferecia sempre como voluntário para as mandingas dos palhaços, alçava o rabo onde o palhaço introduzia o bico do funil e de lá saíam metros e metros de rolos de fita de carnaval par júbilo de toda a canalhada que pensava que iam sair sardinhas...
Baladas, baladeiros, zip-zip, página um, este disco é intocável mas não é inquebrável que deu que falar... o soldadinho não volta... do outro lado do mar...
Bailes à porta aberta e fechada, de estudantes, das costureiras do Sr. José Marques e Dª Palmira, mestra, com o gira discos do Alírio e do Rabeca...
Escuteiros e anti-escuteiros, fogos de conselho, acampamentos, teatros, dramas... matei o meu filho, advogado da honra, entre giestas... comédias, operêtas pelo que o demais são trêtas.
Conjuntos...

Manuel Peralta

2 comentários:

  1. MC disse…
    O “homem do leme” do Blog lá se resolveu a começar a desbobinar a “estória” na qual foi activo participante.
    Ecos do “ Jazz Band “ que terá existido no âmbito do Clube Recreativo, já me chegaram muito dispersos, e talvez a memória mais viva, seja a flauta transversal, que sempre dentro do estojo, vi algumas vezes em casa do meu avô Zé Lopes. E que o pai do Félix, de quem este herdaria o talento, seria um dos líderes deste projecto.
    Mas isto são apenas memórias…
    A flauta transversal que o meu avô tocara, creio ter sido “herdada” e bem, pelo Moisés Prata que casou com a minha prima, e que tal como o seu pai, “Paciência”, sabiam desta arte…
    Eu é que nunca pesquei puto do assunto! Apenas fiz uma actuação, e em playback, com um pano entre a escala da viola e as cordas, fingindo trovejar, numa peça de Gil Vicente, na Escola Técnica de Castelo Branco.
    Quem tocava, ocultado, era o meu amigo Rogério Becho, cuja viola ficava algumas vezes na casa onde eu morava em Castelo Branco e na qual o Félix, sempre que podia tentava uns harpejos!
    A minha actuação em playback é que teria sido tão convincente, que acabada a função, o Tó Preto, o das “imitações do Pedro Homem de Melo”, vem admirado confessar-me que não sabia que eu tocava viola!...
    “Estórias” que não vêm agora para aqui…
    É tempo do “homem do leme” deste cruzador, começar a falar dos Sultões, dos Dragões, do Frama, Irmãos 4, etc.
    Assim ele queira e tenha para isso paciência…
    Ficamos à espera.
    MC

    ResponderEliminar
  2. Gostei muito de ver aqui recordado o meu avô José Antunes Pequenão «Fortunato» e o seu profundo gosto pela música. Ouvi falar inúmeras vezes deste café/pensão, mas desconhecia por completo o nome pelo qual era conhecido.

    Muito obrigada!

    Marlene Pequenão

    ResponderEliminar