Páginas

sábado, 21 de agosto de 2010

BLOG ABERTO - FUTEBOL, Primeiras Glórias

Mais uma prosa do Manuel Geada acompanhada de uma inédita e presumo que talvez única foto dos primeiros futebolistas organizados de Alcains.
Com excepção do factor da estação, do Grancho e do pai do João Mira todos reconheci.Curiosidade dos diabos foi o facto de ter sido vizinho do Ti Chico Preto durante 25 anos, ter bebido alguns copos com ele na sala onde estava esta foto e só agora via Manuel Geada, me aperceber deste achado.
Aí fica ele para a posteridade e para a história do futebol em Alcains.

Manuel Peralta

PRIMEIRAS GLÓRIAS DO FUTEBOL DE ALCAINS


Em cima da direita para a esquerda.
Francisco Pires Preto, João Fontainhas, João Pires Preto, António Henriques
António Lopes Bemposta, Factor da Estação, Henrique Caniça
Em baixo.
José Lopes Sousa, João Pereira Biqueira, Francisco Lopes André, António (Grancho)

Esta foto foi tirada num campo de futebol que existia no local onde hoje está construída a antiga fábrica de lacticínios em São Domingos.
(Eu pensava que o futebol em Alcains tinha nascido na tapada do ti Júlio).

Esta foto foi-me cedida pelo ti Tchico Preto e esposa, ti Ressurreição.
Dizem que é uma peça única. Tiraram-na do quadro para me a emprestarem. Quando ia a sair a porta diz-me a ti Ressurreição, Manel pela alminha da tua mãe, não dês caminho a essa fotografia.
Como já tinha falado com a Cláudia Baltazar (da Alma Azul), um quarto de hora depois já estava de regresso com a relíquia.

Dizem eles que ninguém em Alcains tem conhecimento desta foto. Imagina a surpresa de algumas famílias o dia em que ela for publicada no blogue. Enfim como se costuma dizer, tive uma sorte dos diabos.
Eu quando me dirigi ao ti Tchico foi para o interrogar sobre a sua participação no futebol, aquando dos jogos entre casados e solteiros que se realizavam na boa época, anos cinquenta.
Ainda eu era muito moço mas recordo-me que o ti Tchico defendia sempre a baliza dos casados e, que um dia durante um desses famosos jogos no qual lhe tinham atribuído uns calções grandes, o homem viu-se negro durante todo o jogo, tinha que segurar o calção com uma mão e com a outra tentar agarrar a bola: aquilo foi um espectáculo, principalmente para nós canalhada.
Eu falei-lhe nesta história mas ele não reagiu, a ti Ressurreição diz que infelizmente ele está a perder muito a memória mas, se eu necessitar de mais alguma informação talvez ela me possa ajudar.
(De todas estas Velhas Glórias, o ti Tchico Preto é o único ainda vivo. O simpático casal estava um pouco comovido ao recordar e contar isto).

O ti Tchico toda a gente o conhece.

O João Fontainhas, era negociante em peles, morava na Rua do Chafariz Velho pegado à “fábrica dos pirolitos”, e tinha dois filhos que talvez te lembres deles. Eram o Carlos e o Jorge Fontainhas, este útimo terá hoje 62 anos no máximo. Mais tarde foram viver para Castelo Branco.

O João Pires Preto, era irmão do ti Tchico (tenho uma vaga ideia do homem).

O António Henrique, trabalhava na Auto Mecâmica da Beira, tinha uma Vespa e habitava onde é hoje a sede do Sporting, ou então na casa do Alvaro Bispo.

António Lopes Bemposta, era irmão do ti Zé Mira e pai do João Mira. Num dia de consoada ao descer com o camião de Tinahas para Póvoa, despistou-se na curva da ferradura (Não posso afirmar mas, creio que a esposa já estava a fazer as filhós quando chegou a má notícia).

Este Factor da estação, a ti Ressurreição não conseguiu lembrar-se do nome, era natural de Vila Velha de Ródão, mas trabalhava e habitava na estação da CP (Ela disse que ia deixar a foto à mão para ver se lhe vinha à ideia o nome do homem e, como eu passo por ali muitas vezes depois chama por mim).

O Henrique Caniça, com certeza que ainda lá foste comprar algumas bombas, bitchas e luzes como a gente lhes chamava.

José Lopes Sousa, era filho do ti Tchico Sousa (barbeiro) e da ti Patrocínia; tinham uma mercearia na Rua Longa (cunhado do ti Manel Pereirinha).

João Pereira Biqueira, à certeza que conheces-te (pai do Armando).

Francisco Lopes André, era o Sr. Tchico Lopes que morava junto à casa e escritorio do Sr. Trigueiros, pai do Jorge, tinha ainda outro filho Dézé que devia ter sido teu colega de escola, conteporâneos, digo eu.

Antonio (Grancho), morava na Pedreira, a ti Ressurreição não se recordava do nome de família mas, diz que o vai conseguir porque conhece alguma família (Grancho) por ter o cabelo todo eriçado, carapinhado).

Como também já tenho muitas informações sobre o futebol na tapada do ti Júlio, ainda vou tentar fazer alguma coisa sobre as Velhas Glórias: os comentários depois farão o resto.

Um abraço

Manuel Geada

2 comentários:

  1. Ainda… As Velhas glórias! Por e-mail eu já fizera chegar ao “homem do leme” do Blog, os meus palpites quanto aos nomes desta bem equipada equipa. E desconhecendo que muitos deles tinham jogado futebol, consegui acertar em alguns nomes. Acertei no Chico Preto, no Henrique Caniça, no João Pereira, pai do Armando e no Sousa, que de certeza não é o que o Geada refere. O que o Geada refere, é meu primo direito,conhecido por Zé "Coelhinho", relativamente mais novo que os restantes, e que só me recordo de ver jogar futebol e a guarda-redes, quando do amigável na altura da inspecção militar, de cujo programa, constava sempre um jogo de futebol. O Sousa da foto, poderá ser um primo deste, o “mestre Sousa”, homem que sempre gostou de desporto, pai do Engº Carlos Sousa, repentinamente falecido, talvez há cerca de dois anos...
    Desconhecia que o Chico Lopes, pai do Jorge e do Dé Zé, jogara à bola e só por isso não o identifiquei; os filhos, primos com quem joguei à bola na Rua da Liberdade, e com o Dé Zé, até me cruzei em Santa Margarida na tropa, e no Lufico, muitos Kms acima de Luanda, onde filosofámos, como era possível, que morando a meia dúzia de passos, o destino nos cruzasse ali a muitos milhares de Kms. Pouco depois ele teve o acidente, tiro na perna, e só isso viria a impedir que durante uns tempos convivêssemos em Noqui, norte de Angola, na fronteira com a Rep. do Zaire.
    Quanto aos outros “futebolistas” não sabia, mas conheci o Fontaínhas, cujos filhos, são do meu tempo de estudante. Conheci bem o António Henriques, e fui amigo do filho, o Joaquim Infante, estudante em Castelo Branco, que cantava o fado e que me terá enviado talvez a primeira carta que abri, quando cheguei a Noqui. Há recordações que nunca mais esquecem…
    Recordo-me do fatídico acidente do Bemposta, nas famosas curvas da ferradura,entre Tinalhas e a Póvoa de Rio de Moínhos.
    E realmente, o primeiro “estádio”, pelas indicações que dei, localizava-o tal como o Geada, na tal tapada do “Ti Júlio”.Pelos vistos
    não era.
    E assim se faz a “estória” do GDA…
    MC

    ResponderEliminar
  2. Relativamente ao comentário de MC, pouco tenho acrescentar.Quanto ao amigo José Lopes Sousa, já falecido, foi meu vizinho quando miúdo. Morava na Rua da Canada, às Casas Novas. Era filho do Ti Manuel Amaro e da Ti Ana Sousa.Tinha como irmãos a Ti Glória, António e Ismael, com o qual vivi, no início dos meus estudos, numa casa situada na Rua da Misericórdia, em Castelo Branco.
    Da restante equipa, tenho-os presentes na memória com excepção de dois ou três "craques".
    Sobre o estádio, em comparação com os do Euro 98, a diferença era só nos milhões, pois tinha tudo para o divertimento, incluindo uma valeta no sentido longitudinal, para drenagem das fortes chuvadas. Julgo que estou a falar do mesmo campo de futebol, o qual se situava à direita no sentido da estação da CP. Grandes tempos da nossa juventude. Peço desculpa por alguma incorrecção, já que a memória também vai faltando.
    A C P Preto

    ResponderEliminar