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sábado, 16 de agosto de 2014

Bagaço em compasso...

Questões em reflexão e para as quais, ainda não encontrei resposta.

1. Porque razão, e aparentemente sem dele necessitar, foi adquirido ainda pelo Comendador Senhor Joaquim Morão, um terreno em Alcains, que custou cerca de 170 mil euros ao município, terreno esse vendido à Valamb, agora por 4 mil euros?
Este terreno confinante com a empresa NOVADIS, instalações da ex Alprema, foi o terreno que a câmara em primeira localização, deu luz verde à Valamb para ali instalar a sua atividade que, de imediato, foi pelos Alcainenses contestada.
Observa-se entretanto que, as zonas industriais de Castelo Branco e Alcains, ainda estão muito longe de estarem ocupadas sequer a 50% da sua capacidade. Então pergunta-se, porque aqui, em Alcains?


2. Porque razão, não havendo aqui, um único lagar, decidiu por unanimidade, a Câmara de Castelo Branco, oferecer este “molho de bróculos “ a Alcains? Não seria do ponto de vista da rentabilidade do projeto, localizar a Valamb junto do maior produtor de bagaço? Poupar-se-iam custos de transportes, emissões de CO2 entre outras vantagens, e, com mais rigor aumentar o VAL e a TIR deste  infeliz e, presumo, condenado projeto?


3. Sendo um dos sócios da Valamb, ao que consta, vereador do partido Socialista na Câmara Municipal do Fundão, e tratando-se no dizer da Valamb, de um projeto que vem beneficiar imenso as populações, criando 22 postos de trabalho, num investimento que já subiu de 3 para 5,5 milhões de euros,  porque não submeteu o projeto na câmara de que, embora na oposição, faz parte?
Se o fizeram, que digam o resultado...
Ainda mais me surpreende o facto de que, tendo a Valamb a sua sede sicial no Fundão, é para mim muito estranho, que com este projeto, não tente a sociedade engrandecer primeiramente, a terra onde tem a sede!
Porquê aqui...!!!


4. Porque razão se decidiu tão depressa, com base num sumário do vereador do ambiente municipal, Senhor Engenheiro Carvalhinho, sem uma única referência ambiental? Qual a razão deste mata cavalos, num problema que o Senhor Doutor Luis Correia disse ser muito sensível...!
Insisto, junto de quem me acompanha nesta luta, para que leiam no “post” anterior, o cuidado que o executivo municipal de Salvaterra de Magos, colocou em pedido de quase idêntico constrangimento ambiental, que a empresa Valamb lhes formulou?
Agradeço que comparem, por favor, como trabalha a câmara de Castelo Branco e a câmara de Salvaterra de Magos. 
Quem pagou o terreno em Salvaterra de Magos?


5. A Valamb está no seu direito de procurar atingir os seus objetivos onde considere mais justo e oportuno, nada a referir.
Nada tenho contra isso, muito menos contra as pessoas  que não conheço, e, até lhes desejo boa sorte pessoal e empresarial.
Mas há cada vez mais “NIMBY”, not in my back yard...e, quem anda nisto, sabe do que falo.
Sabe no entanto a Valamb, que a sua atividade, gera nas comunidades onde pretendem desenvolve-la, uma forte barreira à entrada, e por tal não devem estranhar este desamor, não contra a empresa, mas contra a sua atividade.
Como este processo tem sido tratado pela câmara municipal de Castelo Branco com evidente leveza, sem estudo e reflexão, e, atendendo por um lado ao facto de nada ter exigido em termos ambientais à Valamb,e, por outro, por se pressentir que o facto estaria a ser consumado, gerou na comunidade Alcainense um sentimento de revolta, causado pela sensação de insegurança municipal.
Como a “nossa?” cãmara não nos defende, não acautela a nossa boa vida ambiental, temos de ser nós, a usar o “direito à indignação”, e civicamente lutar, esclarecendo, desmontando tramóias, indo a tudo e todos para que o executivo municipal volte a avocar este escuro processo, e decida em conformidade pesando os pontes fortes e os pontos fracos da decisão municipal.


6. A provar a leveza de que falo, está o facto, da mudança de local. Uma análise séria do primeiro local, o dos 175 mil para os 4 mil, dentro da malha urbana, pertíssimo das escolas e do mais denso conjunto habitacional de Alcains, prova à saciedade, a insustentável leveza municipal, que me perdoem...
O novo local, está, estará, igualmente condenado. Em plena A23, pertíssimo da área de serviço a quem foram criadas expectativas e proteções, e onde já pára muito pouca gente, está assim dado o primeiro passo para o respetivo funeral, que decerto aproveitarão.
Claro que irei oportunamente informar a empresa deste asunto.
Os pedidos de indemenizações não tardarão...
Junto da maior colónia de cegonhas do concelho, a Quercus vai entrar, entre duas empresas de materiais de construção em laboração, e, pasme-se, mesmo ao lado do maior produtor em Alcains do denominado, Queijo de Castelo Branco....
Melhor é impossível.


7. Estão, no entanto, ainda a tempo de reconsiderar.
Como sempre valorizei mais o que perco, do que aquilo que ganho, não quero perder esta luta.
Apenas pretendo deixar para os meus filhos e netos um terra mais limpa e saudável.
E isto “si, me muove”.

Manuel Peralta

3 comentários:

  1. Quão ínvios são muitas vezes os percursos da gestão autárquica! E tanto mais ínvios, tanto maior a desconfiança. Nem poderia ser doutro modo. Alcains sempre que pode, lutou pelos seus interesses. E ressalvando algum exagero na expressão, que não no sentimento, como diria o saudoso José dos Reis Dias, « Alcains será sempre o que os seus filhos quiserem». A luta em curso está a comprovar isso mesmo.

    Zé MC - 2014.08.16

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  2. Aconselho o autor dete blog a rever o significado de NIMBY...ou talvez não porque de facto a sua posição encaixa nela....Pergunto-lhe então que fazer ao resíduos de bagaço? Será o seu tratamento pior que deixa-los por tratar?

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  3. http://en.wikipedia.org/wiki/NIMBY

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