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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Origem de arroba... @

Usamos, utilizamos, emailamos para aqui e para ali, e sem nos darmos conta, não nos interrogamos de onde provém este símbolo que denominamos de ARROBA.


Que terão a ver os quinze quilos, medida de peso, que designamos por arroba, com os email que trocamos?
Se quiser saber e verá que vale a pena, verifique em baixo.
 
 

O mundo todo usa este símbolo na correspondência electrónica, mas poucos saberão o seu significado e origem.
Durante a Idade Média os livros eram escritos à mão, pelos copistas. Precursores dos taquígrafos, os copistas simplificavam o seu trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido (tempo era o que não faltava, naquela época!). O motivo era de ordem económica: tinta e papel eram valiosíssimos.

 
Assim, surgiu o til (~), para substituir o m ou n que nasalizava a vogal anterior. Se reparar bem, verás que o til é um enezinho sobre a letra.
O nome espanhol Francisco, também grafado Phrancisco, foi abreviado para Phco e Pco(?) o que explica, em Espanhol, o apelido Paco.
Ao citarem os santos, os copistas identificavam-nos por algum detalhe significativo das suas vidas. O nome de São José, por exemplo, aparecia seguido de Jesus Christi Pater Putativus, ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde, os copistas passaram a adotar a abreviatura JHS PP e depois, simplesmente, PP. A pronúncia dessas letras em sequência explica por que José, em Espanhol, tem o apelido de Pepe.
 

Já para substituir a palavra latina et (e), eles criaram um símbolo que resulta do entrelaçamento dessas duas letras: o &, popularmente conhecido como e comercial, em Português, e ampersand, em Inglês, junção de and (e, em Inglês), 'per se' (por si, em Latim) e and.
E foi com esse mesmo recurso de entrelaçamento de letras que os copistas criaram o símbolo @, para substituir a preposição latina 'ad', que tinha, entre outros, o sentido de 'casa de'.
 

Foram-se os copistas, veio a imprensa, mas os símbolos @ e & continuaram firmes nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço. Por exemplo: o registro de contabilidade 10@£3 significava 10 unidades, ao preço de 3 libras, cada uma. Nessa época, o símbolo @ significava, em Inglês, at, (a ou em).
 

No século XIX, na Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar as práticas comerciais e contabilísticas dos ingleses. E como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses davam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo devia ser uma unidade de peso. Para isso, contribuíram duas coincidências:
1 - O termo arroba vem da palavra árabe    arruba, que significa a quarta parte: uma arroba (15 kg , em números redondos) correspondia a 1/4 de outra medida de origem árabe, o quintar, que originou o vocábulo português quintal, medida de peso que equivale a 58,75 kg.
 

2 - As máquinas de escrever, que começaram a ser comercializadas na sua forma definitiva no século XIX, mais precisamente em 1874, nos Estados Unidos, (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar os seus originais datilografados), trouxeram em seu teclado o símbolo @, mantido no seu sucessor - o computador.
 

Então, em 1972, ao criar o programa de correio eletrónico (o e-mail), RoyTomlinson usou o símbolo @ (at), disponível no teclado dessa máquina, entre o nome do usuário e o nome do provedor. E foi assim que Fulano@Provedor, X ficou significando Fulano no provedor X.
 

Na maioria dos idiomas, o símbolo @ recebeu o nome de alguma coisa parecida com a sua forma: em Italiano, chiocciola (caracol); em Sueco, snabel (tromba de elefante); em Holandês, apestaart (rabo de macaco).  Em alguns, tem o nome de certo doce de forma circular: shtrudel, em iídisch; strudel, em alemão; pretzel, em vários outros idiomas europeus. No nosso, manteve a sua denominação original:

@rroba.

Texto de: Stella Calazans

Então valeu a pena? Porque utilizamos, temos de saber a sua origem.
 
Manuel Peralta

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