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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

General HD... Contrastes?

Amigo pessoal e leitor deste blog, remeteu-me esta pérola, que data de 1936.
Pelo seu intrínseco valor histórico e documental, dou à estampa para conhecimento de quem nos segue nesta agradável aventura que se reparte pelos cinco continentes, este documento.


Nem de propósito.
O Reconquista desta semana anuncia no cine teatro de Castelo Branco, a exibição de um filme sobre o General Humberto Delgado.


Digo eu, contrastes…cada homem é também fruto do tempo em que viveu...

Manuel Peralta

1 comentário:

  1. Escreveu o intelectual espanhol Ortega y Gasset(1883-1955) que " o Homem é o homem e a sua circunstância", o que em português escorreito, corresponde ao que "só os burros não mudam". E se há alguém a quem isto assenta que nem uma "luva" é ao General Humberto Delgado. Figura grada do regime salazarista, é natural surgir a fazer uma prelecção relativa à Legião Portuguesa. Em 1952, no entanto, Delgado é nomeado adido militar na Embaixada de Portugal nos USA e membro do comité dos Representantes Militares da NATO. Promovido a General, na sequência da realização de um curso de altos comandos onde obteve a classificação máxima, passou a Chefe da Missão Militar junto da NATO. Após cinco anos nos USA, que o despertaram para outras realidades, prestigiadíssimo, regressa a Portugal.Para alguns militares do sistema, nunca mais deixaria de ser o General "Coca Cola". Aproximavam-se as eleições para PR de 1958, Salazar desentendera-se com Craveiro Lopes, e Delgado é convencido a entrar no processo eleitoral. E na apresentação da sua candidatura, no Chave D'Ouro em Lisboa, à pergunta do que faria a Salazar, se fosse eleito, "obviamente, demito-o"...
    Traçara o seu destino. Seguiram-se as eleições comprovadamente fraudulentas e Tomás chegou à Presidência da República...
    Mas que repercussões teve a campanha de Delgado, em 1958, em Alcains? Recordo-me, não vi, que a sua caravana terá passado e parado em São Domingos, onde falava-se que o David Infante, lhe entregara um ramo de flores.
    Nas eleições, e para limitar as chapeladas, falava-se que o fiscal da oposição, para desgosto da família, seria o Fernando Braz, genro do meu tio Joaquim Pereira Monteiro.
    Depois foi a fuga para o exílio, e as múltiplas incidências de um homem que defendia que a acção deve prevalecer face à razão. E foi isso que o levou a Beja em 1961, onde alguns alcainenses estiveram envolvidos, no rescaldo do qual, um deles, detido pela PIDE, passou mesmo uns meses na prisão, o Zé Menha!
    Em resumo: a história de Delgado, tocou-nos ligeiramente. Mas a história faz-se de pequenos nadas. Se puderem vejam este filme e também o Assalto ao Santa Maria...
    Muitas das razões que levaram muitos de nós à Guerra Colonial, passam por ali...

    E como a história também se faz de balanços, a "perestroika" de Gorbatchev, muitos anos depois, permitiu comprovar que existiam naquele panfleto algumas verdades...

    MC...2012.11.27

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