Reencontrei-me recentemente com o Joaquim Bispo.
Em encontro pessoal e agora, mais assiduamente, via net.
Companheiro de juventude de outras andanças, bicicleta, estudos, “marôva”, bailes, festas, e até, vejam lá, hipnotismo, o “bishop”, para os “Acaldeirados” amigos, nos seus prescutadores silêncios nunca deixa de surpreender.
E foi o que me aconteceu com um texto que me enviou, e que decidi publicar.
Um dia de sonho
Joaquim Bispo
O cão avançava pela rua inebriado pelos inúmeros cheiros que farejava: cadelas, cães, comida. A caminho do parque, o seu dono soltara-o da trela e dera-lhe liberdade total. E o cão corria antecipando os prazeres dos grandes espaços.
Em encontro pessoal e agora, mais assiduamente, via net.
Companheiro de juventude de outras andanças, bicicleta, estudos, “marôva”, bailes, festas, e até, vejam lá, hipnotismo, o “bishop”, para os “Acaldeirados” amigos, nos seus prescutadores silêncios nunca deixa de surpreender.
E foi o que me aconteceu com um texto que me enviou, e que decidi publicar.
Um dia de sonho
Joaquim Bispo
O cão avançava pela rua inebriado pelos inúmeros cheiros que farejava: cadelas, cães, comida. A caminho do parque, o seu dono soltara-o da trela e dera-lhe liberdade total. E o cão corria antecipando os prazeres dos grandes espaços.
Era bom correr. Os membros gostavam da corrida. Corria em grandes saltos a caminho dos baldios para lá do bosque. E, aí, o labirinto dos matos, os gafanhotos, os ratos, os lagartos. Corria por entre os fenos, por trilhos onde só ele cabia. Entretanto, levantavam-se perdizes e fugiam coelhos e lebres. E o cão perseguia-os, delirante. Não era o instinto da caça, era o prazer da perseguição.
E chegou a uma grande clareira onde espinoteava uma dúzia de cachorros. Santa mãe cadela!
E chegou a uma grande clareira onde espinoteava uma dúzia de cachorros. Santa mãe cadela!
Ladrou de alegria; os outros deram-lhe as boas vindas, em latidos cristalinos. Voltearam em perseguições que alternavam com fugas. Dentes de fora em exibição festiva, na farsa do combate. Este era o seu dia mais feliz.
Ladrou alto e então acordou. Deu por si confinado à varanda do seu dono, como sempre, e lá em baixo exibia-se, arrogante, o sinistro rottweiler do bairro.
Este belo naco de prosa, retrata um cão de cidade, que apesar de refém na propriedade horizontal do dono, nada o impede de sonhar... sonha, sonha com a sua liberdade agora controlada... mas enquanto sonhou, correu, correu e viveu...
Sabe-se lá de quem será este humano sonho, este regresso às origens tantas vezes tentado e raramente concretizado…
Ao Joaquim Bispo o abraço de sempre.
Manuel Peralta
Ladrou alto e então acordou. Deu por si confinado à varanda do seu dono, como sempre, e lá em baixo exibia-se, arrogante, o sinistro rottweiler do bairro.
Este belo naco de prosa, retrata um cão de cidade, que apesar de refém na propriedade horizontal do dono, nada o impede de sonhar... sonha, sonha com a sua liberdade agora controlada... mas enquanto sonhou, correu, correu e viveu...
Sabe-se lá de quem será este humano sonho, este regresso às origens tantas vezes tentado e raramente concretizado…
Ao Joaquim Bispo o abraço de sempre.
Manuel Peralta
Duarte Bispo...e os Cães...
ResponderEliminarEste belo pedaço de prosa do ex-controlador de som da RTP, já lá vão uns anos, alertou-me para um livro de Poesia, de alguém que não sendo da Terra Deles, é de lá próximo.
José Correia Tavares, nasceu em Castelo Branco, onde fez o sétimo ano, fez imensas caricaturas e despertou o seu instinto de Poeta.
Bastante mais novo, mesmo assim, creio que um dia o vi declamar no Ginásio do Liceu e li vários textos por si publicados talvez no Jornal do Fundão.
Mas a que propósito virá este arrasoado, relativamente a um tipo que até é de Castelo Branco. Pois recentemente numa Feira do Livro vi um livro de Correia Tavares e que se chama mesmo O Grande Livro dos Cães.
São mais de cem páginas de Poesia sobre Cães.
Adivinhasse eu que encontraria aqui este texto e já aqui o teria comigo, até porque o preço não é inibitório.
É da Editora Húmus e tem quadras deliciosas com os Cães como motivo.
Fica a sugestão para consulta.E abraços para o Xquim Bispo e para o "homem do leme".
Zé MC