Bêbedos incorrigíveis...
Não conheço outra terra, localidade, onde este tipo de bolos tenha semelhante rasgão...
Aparecem por aí em padarias e até pastelarias, apertados, muito condicionados, em saquetas de papel aparentemente de celofane, mas ao abrir e provar falta sempre qualquer coisa no tempero...
Ou é a aguardente que é fraca, e a borracheira fica a meio gás, e não há nada pior que a chatice de um bêbedo a meio gás, ou houve poupadeira no azeite, que os torna ainda mais rijos que passa de figos.
Quando assim é, perde-se o pé...
Para registo futuro dou a conhecer como sempre se fizeram cá por casa.
Receita.
- Um litro de azeite, de fraca acidez, cerca de 0.5 décimas.
- Meio litro de aguardente forte, repito, a lamber álcool.
- Meio litro de jeropiga.
- Oitocentas gramas de açúcar branco.
- Três quilos de farinha Branca de Neve Superfina.
- Canela
Em forno de lenha...
Não conheço outra terra, localidade, onde este tipo de bolos tenha semelhante rasgão...
Aparecem por aí em padarias e até pastelarias, apertados, muito condicionados, em saquetas de papel aparentemente de celofane, mas ao abrir e provar falta sempre qualquer coisa no tempero...
Ou é a aguardente que é fraca, e a borracheira fica a meio gás, e não há nada pior que a chatice de um bêbedo a meio gás, ou houve poupadeira no azeite, que os torna ainda mais rijos que passa de figos.
Quando assim é, perde-se o pé...
Para registo futuro dou a conhecer como sempre se fizeram cá por casa.
Receita.
- Um litro de azeite, de fraca acidez, cerca de 0.5 décimas.
- Meio litro de aguardente forte, repito, a lamber álcool.
- Meio litro de jeropiga.
- Oitocentas gramas de açúcar branco.
- Três quilos de farinha Branca de Neve Superfina.
- Canela
Em forno de lenha...
Junta-se entretanto a aguardente com a jeropiga e o açúcar, e envolve-se esta mistura.
Adiciona-se em seguida o azeite.
Junta-se a farinha com uma pitada (colher de sopa) de canela.
Já com todos os ingredientes, deixa-se repousar, arremansar a massa...
Tarefas seguintes.
Untar bem as latas com óleo.
Com o rolo da massa, cartilha e tábua, estender a massa e recortar os ditos borrachões.
Diz-me a experiência que, na lata, devem os borrachões ter aproximadamente a mesma dimensão e espessura, pois só assim se evitam piadas ao homem do forno, por uns estarem muito cozidos e outros moles como a “massa dos vidros” do Emídio Farrajoz...
Untar bem as latas com óleo.
Com o rolo da massa, cartilha e tábua, estender a massa e recortar os ditos borrachões.
Diz-me a experiência que, na lata, devem os borrachões ter aproximadamente a mesma dimensão e espessura, pois só assim se evitam piadas ao homem do forno, por uns estarem muito cozidos e outros moles como a “massa dos vidros” do Emídio Farrajoz...
Par ficarem com bom aspeto e permitirem uma melhor absorção da mistura do açúcar com canela, torna-se necessário picar os ditos com um garfo, pincelar com ovo batido e por fim, polvilhar com a mistura de açúcar e canela.
Vão para a tortura do forno donde exalam um cheiro intenso a aguardente novamente destilada...de dar vida a um morto, afirmo.
Para mim trata-se de um dos melhores bolos da tradição Alcainense, macios ou crocantes, fazem a delícia dos apreciadores quando acompanhados de um bom café e um melhor digestivo a preceito.
É que este bolo seca e absorve, qual mata borrão, que absolve mediano borrachão...
É que este bolo seca e absorve, qual mata borrão, que absolve mediano borrachão...
Bom apetite.
Manuel Peralta
Manuel Peralta
Borrachões...em tempos recuados...também uma arma...
ResponderEliminarA "estória" de Francisco "Coxo", que em tempos que já lá vão, vindo de namorar nos Escalos de Cima, quando os ditos até já estavam feitos e colocara alguns no bolso para o caminho.
Como ainda não pagara o "imposto" por ir casar em terra alheia, com promessas adiadas, saltam-lhe ao caminho uns maduros e o ameaçam,
ou pagas ou morres já aqui.
Era noite fechada. Não havia electricidade. Mais veloz que o Luky Luke, Francisco "Coxo" leva as mãos aos bolsos, e "saca" um borrachão em cada, como se fossem pistolas, e terá respondido, o primeiro que se aproximar
morre...
Debandada geral. Não sei se soprou algum dos borrachões antes de o meter no Bolso, ou se levou à boca, pois tinha pela frente cerca de uma légua, até chegar a casa.
É a reprise de uma "estória" que em tempos aqui descrevi. Verdade? Mentira? Quem sabe?
Faz parte do nosso imaginário...
Zé MC
Que lindos, que saudades de chegar a Penamacor para a apanhar da azeitona, as ruas com cheiro a fumo e os borrachões para comer com um cópinho de leite antes de deitar, em fim... memórias da infância!
ResponderEliminarObrigada pela receita! Precisava de matar saudades.
De Alcains só conheço o queijo e requeijão, que também deixam muitas saudades no paladar, o melhor requeijão do mundo!
Abraços de Oeiras.
Obrigada pela receita dos borrachões..só espero que tenha meia dúzia deles quando chegar a Alcains para a nossa ceia de Natal.
ResponderEliminarVotos de um Santo Natal
Elsa Gomes
(filha do Zé Preto)