O Amigo que partiu cedo.
O Jorge Eanes nasceu em 8 de Abril de 1952.
Filho de Domingos Marques Barata e de Margarida dos Anjos Eanes, tem um irmão de nome Carlos.
Casou com Graciosa Dias de quem teve dois filhos, o Vitor e a Eduarda.
Conheci e convivi de muito perto com o Jorge.
Primeiro e quase ao mesmo tempo, com uma dúzia de anos, como estudantes e no escutismo.
Ele, no Curso Comercial, ia e vinha diariamente como os outros estudantes de bicicleta para Castelo Branco.
Partida em pelotão pelas sete e meia do largo de Santo António e regresso pelo fim do dia, por vezes de noite, uma vez que as aulas terminavam muito tarde naqueles tempos.
Tratávamo-nos mutuamente por “mister Pym”, sempre que nos encontrávamos relembrando o saudoso professor de inglês, Joaquim Romão, que o Jorge bem imitava e a quem chamava Jack Rooman.
Mister Pym, era o nome do protagonista de uma bem humorada lição do livro de inglês de então, The New English Primer.
No escutismo, pertencia com o Mário do Chafariz Velho, precocemente falecido em Moçambique na guerra colonial de acidente com arma de fogo, e com o Tái, ao grupo dos ábachias.
Este trio era o terror dos chefes do escutismo de então, relembro.
Na letra da marcha escutista, Flor da Fragância que começava assim...
Somos a flor da fragância,
que se difunde à distância.
Pulsa-nos dentro do peito,
um coração que anda atreito...
Eles cantavam assim...
Somos a flor da fragância,
Que cheira mal à distância.
Pulsa-nos dentro do peito,
Um coração já desfeito...
Foram eles, os ábachias, impulsionados pelo Jorge, que uma vez no acampamento Nacional de Escuteiros no Teixoso maquiaram o Elias Pereira de Jesus, já falecido, na altura chefe de patrulha, que terá ido fazer uma BA (boa acção), a uma tecedeira do Teixoso que, ao que se soube, tinha o tear encravado, e que, ao chegar tarde à tenda, levou com o pau de escuteiro na tola... nos dias seguintes o Grande Elias foi o bombo da festa, nas patrulhas e nos fogos de conselho, onde foi glosado até dizer chega.
O Jorge, era muito divertido, dotado de um humor corrosivo tinha de se ter muito cuidado com o que se dizia, pois ele no fim molhava sempre a sopa.
Filho do Ti Domingos Cocharra, homem de palco, grande artista, sapateiro de profissão, chamávamos ao Jorge, Jorge Guita, pois ele gabava-se de puxar a guita, as linhas de sapateiro.
O Jorge, filho de sapateiro, não foi doutor nem engenheiro, mas foi, para quem o conheceu, um bom e excelente companheiro.
No futebol, no escutismo, na tropa, na profissão, o Jorge deixou por aí muitas e merecidas saudades.
Dou nota da notícia do seu falecimento publicada no Reconquista de então.
Os seus companheiros de armas, que me contactaram pedindo pormenores sobre o falecimento do Jorge, são um testemunho vivo das imensas saudades que o Jorge entre eles deixou.
Os textos dos seus colegas insertos no blog Cavaleiros do Norte, mostram bem que o Furriel Barata estava em todas.
Por me parecerem de relevância para memória futura, solicitei a devida autorização para figurarem no Terra dos Cães.
"Zalala era um "buraco", a uns 60 quilómetros do Quitexe (falo de memória), aonde se chegava por uma picada cheia de mistérios, de perigos e de medos. Uma picada mítica, pela qual muito sangue se amassou em lama com o pó vermelho de Angola.
Os Cavaleiros do Norte já não viveram os dramas e tragédias de 1961 e anos seguintes, mas não foram «dispensados» de muitos amargos de boca e de alguns sustos. Por alguma razão lhe chamavam «a mais dura escola de guerra».
A foto que o Rodrigues me enviou mostra um grupo de bons companheiros Cavaleiros do Norte, de Zalala, companheiros de amizade e solidariedade semeada por Santa Margarida - e ainda por lá nascida... e por Angola crescida e multiplicada. Mostra um dos muitos momentos de convívio que sempre existiu entre furriéis e alferes da 1ª. Companhia.
A mim, pessoalmente, sublinha-se-me o alferes Sousa, dele puxando de memórias de quase 38 anos, quando, ele cadete e eu instruendo, malhámos com o corpo no duríssimo curso de Operações Especiais, os Rangers!!!, em Lamego. Memórias de uma noite de Agosto de 1973, quase apostava que de 15 para 16, no decorrer de uma operação de instrução nocturna que levou cadetes e instruendos em provas de individuais, a galgarem a mais vária malha de obstáculos.
Saímos nós de Penude (o quartel), atravessámos a cidade que gorgitava de divertimento e marchámos em asfalto até um qualquer sítio da estrada para Régua - onde, noite cerrada e separados por minutos, íamos sendo largados individualmente.
Achámo-nos, eu e ele, num qualquer sítio onde tínhamos de trepar uns 3 ou 4 metros a pique - tipo de rapel, mas ao contrário. E como subir? As cordas de sisal no chão, cortadas, tinham dado subida a quem nos antecedera, mas de nada nos ajudavam agora. A solução foi proposta pelo Sousa, suponho com estratégia aprendida nos escuteiros: dobrou-se uma árvore, segurei-a eu quanto pude, trepou ele e saltou o obstáculo. Depois, amarrou as cordas em cima e subiu eu.
E, atrás de nós, não sei quantos mais.
Não sei se o Sousa nos lê. Mas se lê, fique sabendo que aqui estou a recordar esta peripécia com os cabelos a arrepiarem-se-me!!! Emocionado!
Assim, desta e outras maneiras, se moldava a camaradagem e nos preparávamos para enfrentar quaisquer obstáculos que a guerra nos pusesse diante dos nossos medos, da nossa generosidade e da nossa, deixem-me dizer, da nossa coragem."
Um dia resolvemos cortar o cabelo. Claro que, em Zalada, longe de um possível, imprevisível ou provável olhar do comandante Almeida e Brito, pois bem sabíamos da disciplina que era imposta e que tínhamos sempre de cumprir com o aprumo na nossa apresentação. Caso contrário, bem podíamos contar com as devidas sanções - que ele não perdoava a ninguém, nem admitia desculpas.
E olhem lá se ele nos apanhava assim!Nem quero imaginar onde iríamos parar.
A foto é de um daqueles dias de liberdade (sem serviços) e, como tal, das respectivas e habituais “maluquices de Zalala” - que, porém, fomentavam as amizades e a união e nos ajudavam matar o tempo e a esquecer o resto.
Neste caso, combinámos os quatro cortar o cabelo. Solicitámos os serviços do barbeiro da companhia e da sua famosa máquina de cortar. Máquina, desse tempo, manual!
Não lhe pedimos os catálogos ou fotos de penteados da moda, porque isso não existia. Cada um foi designer a seu gosto. O Rodrigues optou por cortar o cabelo dos lados e a meio da cabeça, o Eusébio, cortou o cabelo à Santo António, rapado por cima e deixar o resto por baixo. O Barata, já prevendo o desfecho da iniciativa, rapou logo a cabeça e o Queirós fez um corte de “apache”.
E assim passámos a tarde, porque, no final, lá voltou o barbeiro, para nos fazer outro corte - como o do Barata, de cabeça rapada, não fosse o nosso capitão Castro Dias dar com a transformação dos penteados e, por tabela da disciplina militar, nos aplicar os respectivos castigos.
Assim se passava uma tarde em Zalada."
AMÉRICO RODRIGUES
Já lá vão quase 15 anos que o Jorge partiu... para os amigos parece que foi ontem...
Deixou por cá imensas saudades e muitas e boas recordações.
É em nome da amizade, da generosidade com que o Jorge se entregava em tudo o que fazia, que retribuo hoje a amizade a um bom amigo.
Manuel Peralta
O Jorge Eanes nasceu em 8 de Abril de 1952.
Filho de Domingos Marques Barata e de Margarida dos Anjos Eanes, tem um irmão de nome Carlos.
Casou com Graciosa Dias de quem teve dois filhos, o Vitor e a Eduarda.
Conheci e convivi de muito perto com o Jorge.
Primeiro e quase ao mesmo tempo, com uma dúzia de anos, como estudantes e no escutismo.
Ele, no Curso Comercial, ia e vinha diariamente como os outros estudantes de bicicleta para Castelo Branco.
Partida em pelotão pelas sete e meia do largo de Santo António e regresso pelo fim do dia, por vezes de noite, uma vez que as aulas terminavam muito tarde naqueles tempos.
Tratávamo-nos mutuamente por “mister Pym”, sempre que nos encontrávamos relembrando o saudoso professor de inglês, Joaquim Romão, que o Jorge bem imitava e a quem chamava Jack Rooman.
Mister Pym, era o nome do protagonista de uma bem humorada lição do livro de inglês de então, The New English Primer.
No escutismo, pertencia com o Mário do Chafariz Velho, precocemente falecido em Moçambique na guerra colonial de acidente com arma de fogo, e com o Tái, ao grupo dos ábachias.
Este trio era o terror dos chefes do escutismo de então, relembro.
Na letra da marcha escutista, Flor da Fragância que começava assim...
Somos a flor da fragância,
que se difunde à distância.
Pulsa-nos dentro do peito,
um coração que anda atreito...
Eles cantavam assim...
Somos a flor da fragância,
Que cheira mal à distância.
Pulsa-nos dentro do peito,
Um coração já desfeito...
Foram eles, os ábachias, impulsionados pelo Jorge, que uma vez no acampamento Nacional de Escuteiros no Teixoso maquiaram o Elias Pereira de Jesus, já falecido, na altura chefe de patrulha, que terá ido fazer uma BA (boa acção), a uma tecedeira do Teixoso que, ao que se soube, tinha o tear encravado, e que, ao chegar tarde à tenda, levou com o pau de escuteiro na tola... nos dias seguintes o Grande Elias foi o bombo da festa, nas patrulhas e nos fogos de conselho, onde foi glosado até dizer chega.
O Jorge, era muito divertido, dotado de um humor corrosivo tinha de se ter muito cuidado com o que se dizia, pois ele no fim molhava sempre a sopa.
Filho do Ti Domingos Cocharra, homem de palco, grande artista, sapateiro de profissão, chamávamos ao Jorge, Jorge Guita, pois ele gabava-se de puxar a guita, as linhas de sapateiro.
O Jorge, filho de sapateiro, não foi doutor nem engenheiro, mas foi, para quem o conheceu, um bom e excelente companheiro.
No futebol, no escutismo, na tropa, na profissão, o Jorge deixou por aí muitas e merecidas saudades.
Dou nota da notícia do seu falecimento publicada no Reconquista de então.
Os seus companheiros de armas, que me contactaram pedindo pormenores sobre o falecimento do Jorge, são um testemunho vivo das imensas saudades que o Jorge entre eles deixou.
Os textos dos seus colegas insertos no blog Cavaleiros do Norte, mostram bem que o Furriel Barata estava em todas.
Por me parecerem de relevância para memória futura, solicitei a devida autorização para figurarem no Terra dos Cães.
O "truque" de escuteiro do (futuro) alferes Sousa
Furriéis Louro , Rodrigues, Nascimento, Barata e Barreto
Alferes Sousa e Lains dos Santos, gente de Zalala
Alferes Sousa e Lains dos Santos, gente de Zalala
"Zalala era um "buraco", a uns 60 quilómetros do Quitexe (falo de memória), aonde se chegava por uma picada cheia de mistérios, de perigos e de medos. Uma picada mítica, pela qual muito sangue se amassou em lama com o pó vermelho de Angola.
Os Cavaleiros do Norte já não viveram os dramas e tragédias de 1961 e anos seguintes, mas não foram «dispensados» de muitos amargos de boca e de alguns sustos. Por alguma razão lhe chamavam «a mais dura escola de guerra».
A foto que o Rodrigues me enviou mostra um grupo de bons companheiros Cavaleiros do Norte, de Zalala, companheiros de amizade e solidariedade semeada por Santa Margarida - e ainda por lá nascida... e por Angola crescida e multiplicada. Mostra um dos muitos momentos de convívio que sempre existiu entre furriéis e alferes da 1ª. Companhia.
A mim, pessoalmente, sublinha-se-me o alferes Sousa, dele puxando de memórias de quase 38 anos, quando, ele cadete e eu instruendo, malhámos com o corpo no duríssimo curso de Operações Especiais, os Rangers!!!, em Lamego. Memórias de uma noite de Agosto de 1973, quase apostava que de 15 para 16, no decorrer de uma operação de instrução nocturna que levou cadetes e instruendos em provas de individuais, a galgarem a mais vária malha de obstáculos.
Saímos nós de Penude (o quartel), atravessámos a cidade que gorgitava de divertimento e marchámos em asfalto até um qualquer sítio da estrada para Régua - onde, noite cerrada e separados por minutos, íamos sendo largados individualmente.
Achámo-nos, eu e ele, num qualquer sítio onde tínhamos de trepar uns 3 ou 4 metros a pique - tipo de rapel, mas ao contrário. E como subir? As cordas de sisal no chão, cortadas, tinham dado subida a quem nos antecedera, mas de nada nos ajudavam agora. A solução foi proposta pelo Sousa, suponho com estratégia aprendida nos escuteiros: dobrou-se uma árvore, segurei-a eu quanto pude, trepou ele e saltou o obstáculo. Depois, amarrou as cordas em cima e subiu eu.
E, atrás de nós, não sei quantos mais.
Não sei se o Sousa nos lê. Mas se lê, fique sabendo que aqui estou a recordar esta peripécia com os cabelos a arrepiarem-se-me!!! Emocionado!
Assim, desta e outras maneiras, se moldava a camaradagem e nos preparávamos para enfrentar quaisquer obstáculos que a guerra nos pusesse diante dos nossos medos, da nossa generosidade e da nossa, deixem-me dizer, da nossa coragem."
Os estranhos cortes de cabelo à moda de... Zalala!!!
Um dia resolvemos cortar o cabelo. Claro que, em Zalada, longe de um possível, imprevisível ou provável olhar do comandante Almeida e Brito, pois bem sabíamos da disciplina que era imposta e que tínhamos sempre de cumprir com o aprumo na nossa apresentação. Caso contrário, bem podíamos contar com as devidas sanções - que ele não perdoava a ninguém, nem admitia desculpas.
E olhem lá se ele nos apanhava assim!Nem quero imaginar onde iríamos parar.
A foto é de um daqueles dias de liberdade (sem serviços) e, como tal, das respectivas e habituais “maluquices de Zalala” - que, porém, fomentavam as amizades e a união e nos ajudavam matar o tempo e a esquecer o resto.
Neste caso, combinámos os quatro cortar o cabelo. Solicitámos os serviços do barbeiro da companhia e da sua famosa máquina de cortar. Máquina, desse tempo, manual!
Não lhe pedimos os catálogos ou fotos de penteados da moda, porque isso não existia. Cada um foi designer a seu gosto. O Rodrigues optou por cortar o cabelo dos lados e a meio da cabeça, o Eusébio, cortou o cabelo à Santo António, rapado por cima e deixar o resto por baixo. O Barata, já prevendo o desfecho da iniciativa, rapou logo a cabeça e o Queirós fez um corte de “apache”.
E assim passámos a tarde, porque, no final, lá voltou o barbeiro, para nos fazer outro corte - como o do Barata, de cabeça rapada, não fosse o nosso capitão Castro Dias dar com a transformação dos penteados e, por tabela da disciplina militar, nos aplicar os respectivos castigos.
Assim se passava uma tarde em Zalada."
AMÉRICO RODRIGUES
Texto publicado em: http://cavaleirosdonorte.blogspot.com/2011/05/os-estranhos-cortes-de-cabelo-moda-de.html
Já lá vão quase 15 anos que o Jorge partiu... para os amigos parece que foi ontem...
Deixou por cá imensas saudades e muitas e boas recordações.
É em nome da amizade, da generosidade com que o Jorge se entregava em tudo o que fazia, que retribuo hoje a amizade a um bom amigo.
Manuel Peralta
Fui companheiro do Barata, em terras angolanas, nos idos anos de 1974 e 1975, como militares do BCAV. 8423. Dele falei no post do endereço abaixo.
ResponderEliminarAcrescento aqui, de memória mais refrescada, o companheiro sempre cúmplice e extrovertido do Barata - multiplicador de amizades semeadas e cultivadas na seara do nosso afecto, começado em Santa Margarida (Janeiro de 1974) e até ao «adeus» de Setembro de 1975.
Creio ter-me encontrado com ele, em 1994 ou 1995 - desse momento evocando a sobriedade e maturidade que descobri e senti no homem feito, no marido e pai criador de sinergias para o dia de amanhã e confiante nos momentos bons que o futuro lhe traria. Não mais o achei nas esquinas ou avenidas da vida.
Soube recentemente da morte dele e aqui deixo, aos mais íntimos da sua vida próxima, à viúva e filhos (que não conheço), aos familiares e amigos, um abraço solidário e almofadado de saudade!
(ex-furriel) Viegas
c. viegas@mail.telepac.pt
http://cavaleirosdonorte.blogspot.com/2011/07/morte-do-furriel-milicoano-jorge-barata.html
É com um enorme sentimento de orgulho que lhe agradeço, Engº Peralta, pelo facto de ter, neste blog, prestado homenagem ao Srº meu Pai. Agradeço também, por me ter preenchido de brio em ser seu filho. Muito obrigado!
ResponderEliminarRecordo que a sua ausência nunca fará que a sua pessoa seja esquecida, ainda para mais, por verificar que apesar deste tempo todo desde o desaparecimento da sua presença fisica, existem pessoas que ainda o recordam de forma saudosa. Muito obrigado, é um ORGULHO!
Nunca será esquecido, acredite.
Victor e Eduarda Eanes
Mais um excelente e merecido trabalho efectuado pelo Peralta sobre o nosso amigo e grande atleta do Alcains, Jorge Eanes.
ResponderEliminarCertamente que ninguem ficara indeferente quando se fala de um jogador e de uma pessoa que deixou bem vincada toda a sua classe no nosso CDA. Embora seja sempre arriscado classificar os jogadores que passaram pelo CDA, mas atrevo-me a dizer que o Jorge foi certamente um dos melhores . Tive o prazer de ainda ter jogado com ele e enquanto eu andava sempre a procura dela ( a bola ), com ele a bola vinha sempre ter aos seus pes. Dava gosto ve-lo jogar e depois era sempre um grande animador do grupo.
Onde quer que esteja um grande abraço do
Jose Maria Teodoro
Jorge Eanes...um atleta do CDA, que partiu cedo, e deixou saudades...
ResponderEliminarQuero referir que me associo aos testemunhos que referem o espírito, a camaradagem, o bom feitio de Jorge Eanes.
Do seu lado profissional ainda tenho na memória as referências positivas que o seu chefe directo, dele me fazia, quando trabalhava em Alcains.
Da sua fase de Atleta, recordo que quando o ainda Clube Recreativo, tentava resgatar os atletas alcainenses ao Desportivo de Castelo Branco e ao seu irredutível manager António Sousa, na gíria conhecido por Zaragueta, o caso de Jorge Eanes terá sido dos mais fáceis de solucionar.
Creio que ele já decidira não jogar no Desportivo de Castelo Branco e ponto final. Daí a ganhar um lugar na equipa do CRA, foi o desfecho natural.
Nas fotos de África, adivinha-se um espírito forte de camaradagem com os seus companheiros, que quem passou por lá, dá o devido valor.
E no futebol, primeiro no CRA e depois no CDA, era um líder natural.A foto que documenta a sua passagem pelo CDA, tem mais algumas figuras que muito deram ao Futebol em Alcains que também já partiram e que não resisto a evocar.
Um seccionista trabalhador e dedicado como o Alfredo Sequeira Martinho. O Zé Manel, que creio também já ter partido, e não sei se mais algum. Eu já não estaria em Alcains, nem ligado aos futebois. As minhas desculpas se estou a omitir alguém.
Mas nessa foto, está um alcainense, que tendo passado grande parte da sua vida em Castelo Branco,quando o CDA precisou dele, ele disse presente: Carlos Minhós.
Um abraço, primo Carlos, companheiro em Mafra!
E já lá vão quase 41 anos...
MC