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domingo, 7 de novembro de 2010

BLOG ABERTO - Velhas Glórias (Relíquias) do GDA-Grupo Desportivo Alcainense

O José Eurico Minhós Castilho, com esta foto, enriqueceu a montra de recordações de um tempo inesquecível, de glória e galhardia, que Alcains conheceu com o nosso GDA.
Em edifício alcunhado de JOC-Juventude Operária Católica, construído em rua sem saída, não me lembro de militância “Jocista”, tão pouco de JAC-Juventude Agrária Católica, e muito menos de JUC-Juventude Universitária Católica.
Recordo sim a dificuldade em entrar no edifício com segurança apertada pelo Ti Manel Pratinha (falecido) e pelo Ti Manel Pereirinha, quando queria assistir às partidas de Voleibol ou ver o Rim-Tim-Tim na televisão.
Fintá-los, driblá-los, era tarefa hercúlea para qualquer ponta de lança, ainda que, no pelado da Tapada da Senhora fosse treinado…
Campo de futebol sem vedação, pelado e a cal marcado, de peão e bancada de três degraus em granito reforçada, balneários de barracão com banho de água de poço trazida pela mão, e para lanche sandes de um pouco de tudo comidas, sofridas...
Com pundonor e galhardia… assim Alves do Santos dizia…

Manuel Peralta


Velhas Glórias do GDA – em foto com mais de 50 anos

Devidamente emoldurada aí está a foto, que em 1958, o GDA ofereceu ao Manuel Pereirinha, como prenda de casamento.
Os atletas devidamente equipados, felizmente alguns deles ainda vivos, estão aí para contar a estória de quando o GDA funcionava na JOC. Suscitam-me dúvidas, pois não falei com ninguém, a identificação dos 2 futebolistas à esquerda na foto, quer de pé, quer na 1ª fila. Depois lá estão de pé, Manuel Pereira”Canha”, Vítor Serrasqueiro, que ainda hoje conserva o mesmo tipo de corte de cabelo, José Ribeiro, um guarda – redes de mãos seguras, o Manuel Monteiro, e o Zé dos Santos, um médio, que rematava com “pés de chumbo”, tal a violência dos seus "tiros". Na 1ª fila, o tal extremo-direito que não consigo identificar, o Hélder Rafael, que me recordo de ver jogar em lugares mais recuados, o António “Cardaninha” um avançado-centro tipo matador, o Pereirinha, o pêndulo na distribuição do jogo e na ala-esquerda, o Joaquim “Cassapo”, veloz que nem uma gazela. Eram estes os nossos heróis. Hoje aqui ficam, à espera que o visionamento desta foto, possa suscitar alguns saborosos comentários e indicar um a um os nomes, se possível completos, da equipa.

MC

4 comentários:

  1. O GDA funcionou durante muitos anos num espaço designado de Casa da JOC. Creio que se tratava de um “ gentle agreement” no qual interferira um sacerdote na altura no Seminário, o Padre Horácio Nogueira.
    Creio que este sacerdote com uma obra notável junto da juventude alcainense, terá sido até um dos impulsionadores do Teatro anual, que o GDA levava a efeito.
    E se bem me recordo, terá inclusive estado na formação do Orfeão de Castelo Branco.
    Depois foi para África, regressou, seria dos lados do Sardoal, e suponho que até já terá falecido. Creio que Alcains lhe terá ficado a dever algo.
    A Casa da JOC, uma casa de dois andares, era assim uma espécie de pavilhão Multi-Usos da época.
    Naquela casa daquela Rua sem saída, o R/Chão durante o ano, acolhia a mesa de ping-pong do GDA, porventura alguma mesa de matraquilhos, e ali se reuniam os atletas e associados do GDA.
    No final de cada ano, este espaço transformava-se numa plateia, para as maratonas Teatrais do GDA.
    Em anos determinados, acolheu sessões semanais de cinema, de que o GDA beneficiava parcialmente das receitas de bilheteira.
    Anexo a esta Casa, existia um espaço de terra batida, que foi transformado, num campo de volleyball que despertou algumas dezenas de alcainenses para a prática desta modalidade. Nós os mais novos, ficávamos boquiabertos com os “puxanços” do Zé Maria Amaro, em que até o simples “vollar” parecia levar lume, e o Pereiriha a distribuidor, levavam a bola a evoluir de um modo que nos sugestionava. De
    Verão, aos fins-de-semana, era uma agradável esplanada onde eram exibidos filmes, que permitiam reforçar as finanças do GDA.
    No 1º andar, a Casa da JOC, teria talvez 2 salas, onde o Padre António Ribeiro promovia retiros espirituais para os mais novos, quando dos Teatros, serviam de camarins, e até foi numa destas salas, que com o Jorge Carrega, pintámos o cenário para o 1º espectáculo teatral, que inaugurou o palco da Casa do Povo.
    Creio que a Casa da JOC, também acolheu durante algum tempo os Escuteiros e até terá sido lá que funcionou a Telescola, onde iniciaram a sua formação, alguns dos licenciados desta terra.
    Que mais faltaria para caracterizar esta casa como Pavilhão Multi-Usos!?
    Até me parece, que chegou a ser espaço de ensaios para o conjunto musical que viu a luz em finais dos anos 60, os Sultões / Dragões!
    E muitas mais actividades de âmbito pastoral, que não recordo.
    Terá até ainda servido de espaço eleitoral, em
    sucessivas eleições.
    Com este lastro de história, já agora, seria interessante que alguém viesse explicar a origem da Casa da JOC, quem a construíu, em que circunstâncias, e em Alcains existe quem a conheça e que permita acrescentar, os encómios que aqui lhe teci!
    Na vida das comunidades existem Casas, cuja importância ultrapassa gerações: a CASA da JOC
    em Alcains, é um desses casos.
    MC

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  2. Depois do comentário do amigo MC, pouco mais haverá a dizer sobre aquele espaço também designado por Salão Paroquial. Apenas direi que também era ali que as crianças da catequese nos dias de procissão se vestiam de cruzado/a: os rapazes com uma faixa branca com uma cruz à frente e atrás, e as raparigas todas vestidas de branco e lenço na cabeça também com uma cruz.
    Filmes, tive a sorte de ali ver muitos no interior do edifício e na esplanada. Não porque o dinheiro abundasse mas, porque o meu irmão Zé , depois do ti Zé Batata e do Zé António (Paulito) também ali foi contínuo do GDA, e juntamente com mais alguns rapazes dávamos uma ajuda a preparar a sala ou a esplanada com cadeiras e bancos, montar e desmontar o ecrã quando na esplanada e, tínhamos o direito de ver os filmes.
    Quanto à origem da Casa da JOC, foi construída e oferecida à Paróquia de Alcains pela benemérita D. Maria José Miranda Monteiro.
    Para confirmação segue um parágrafo do livro do Dr. José Maria Félix editado em 1979, “O Seminário de S. José em Alcains” pag. 60, sobre o testamento de D. Maria José Miranda Monteiro, feito em Lisboa no dia 16 de Junho de 1951.
    (Exceptuando a sua casa destinada ao “Hospital”e um prédio que possuia em Lisboa e deixava aos sobrinhos(filhos do seu irmão João José Miranda), com o usofruto vitalício de um olival (nos Escalos de Baixo)e duma casa e quintal em Alcains(a favor da sua afilhada Antónia Lopes Valadeiro(1) e o “Salão Paroquial” que construira e ofereceu à Paróquia de Alcains, -deixava os seus bens ao Seminário de S. José com o encargo de afectar, todos os anos, ao “Hospital José Pereira Monteiro”a parte dos rendimentos dos referidos bens, necessário para a sua sustentação, e de aplicar o restante à manutenção do Seminário).

    (1)Faleceu a 12 de Novembro de 1977.

    MG

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  3. A presença dos eucaliptos no lado esquerdo da foto não deixa dúvidas: foi tirada na tapada do Ti Júlio.
    Quanto ao atleta de pé à esquerda, já visionei a foto dezenas de vezes, e em diferentes dias.
    Conheci esse rosto já lá vão mais de cinquenta anos, é muito tempo mas, atreve-me dizer que é o Ligeiro(na época oficial do exército ‘capitão’), será?
    O da primeira fila à esquerda, recordo perfeitamente o rosto mas, não consigo atribuir-lhe um nome.
    Foi nesta mítica tapada que graças ao bairrismo de alguns grandes alcainenses o GDA começou a ser conhecido.
    Este campo de futebol tinha a particularidade de, quando se estava atrás duma baliza, não se ver bem a base da outra, por ter uma lomba no meio. Isto,(segundo uma fonte)mesmo depois de os irmãos Luis e José Maria Amaro, terem efectuado alguns trabalhos de terraplanagem com um engenho. Uma espécie de bulldozer puxado por duas juntas de vacas.
    Grandes jogos por amor à camisola ali tiveram lugar: e que grande nostalgia para quem conheceu essa época.
    Recentemente conversei com duas “Velhas Glórias” dessa foto, que pela maneira que se exprimiam, senti o quanto esses tempos os marcaram. Incrível, parecia ainda viverem nessa época.
    Segundo estas Glórias, o GDA. pagava ao Ti Júlio, vinte ou vinte e cinco escudos de renda por mês. O contrato também incluia a exclusividade da exploração do bar e o direito de lá continuar com as ovelhas a pastar.
    Nos dias de futebol lá estava o Ti Júlio ou a esposa Ti Narcisa, com o carro (puxado por um cavalo) carregado com o barril de vinho, algumas cervejas, os nostálgicos pirolitos, e claro, os tremoços não podiam faltar.
    Também por lá aparecia uma mulher, não me recordo do nome (habitava no Outeiro), a vender refresco. Tinha garrafinhas(frascos) que enchia e vendia o conteúdo a 1 e 2 tostões.
    Desconheço o preço do bilhete para assistir ao futebol, mas, recordo-me que também havia venda da flor, tal como era hábito nas festas e, que os casais rapariga e rapaz , desciam até ao povo(como se dizia nessa época)a vender a flor.
    Havia no Desportivo(outro nome da sede do GDA) uma foto da inauguração e benção deste campo de futebol. Entre outros, na foto estava a madrinha do campo e o Sr. Vigário. Uma autêntica relíquia, espero que não se tenha perdido.
    Além das Velhas Glórias (futebolistas), muitos outros contribuiram para a glória do futebol em Alcains.
    Não podemos esquecer o Sr. Ramiro Rafael que desde sempre está ligado ao nosso futebol e outros, alguns já falecidos mas também merecedores de aqui serem citados: O Sr. Vigário, Ti Manel (Brazuno), João Pereira Biqueira, Sebastião dos Santos Lopes(irmão do Ti Tobias) que morreu afogado no rio Tejo, num dia que acompanhou o GDA a jogar com o Vila Velha de Rodão. Outros mais haverá, que de momento não me recordo.

    O rio Tinto já vai vazio
    Falta um minuto p’rá acabar o desafio
    O desafio vai acabar
    José Ribeiro defende a bola no ar.

    José Ribeiro, defende a bola
    Nao tenhas medo de sujar a camisola
    A camisola azul e verde
    José Ribeiro defende bem a tua rede.

    Eram estas quadras que a catchopada da época cantava atrás da baliza do Zé Ribeiro; e, para nós miúdos, era uma honra levar para o campo de futebol e trazer de volta, a mochila com o equipamento de um jogador.

    MG

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  4. Velhas Glórias do GDA...

    Tive recentemente a oportunidade de confirmar junto de um dos presentes na foto, que os dois que inicialmente eu não identificara, confirma-se que de pé,à esquerda na foto, seria um tal Ligeiro,militar, portanto de acordo com a investigação do MG.

    Quanto ao tal da primeira fila, também à esquerda na mesma foto, seria um alcainense de apelido Cantão, já falecido.

    Felizmente que alguns destes bravos atletas do GDA, ainda estão entre nós.

    MC

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