Os meus pais quando namoradeiros, viviam numa travessa da rua do Degredo paredes meias com todos os vizinhos, entremeados de quintais e animais...
O galinheiro, a coelheira, o furdão, o canto da lenha e tudo o que mais venha.
A minha mãe lavava em alguidar de barro, as colheres de alumínio, uma ou outra cocharra, parcos pratos de resmalte na varanda que dava para o quintal.
Sempre que a minha mãe lavava a loiça, o meu pai cá da rua e para lhe chamar a atenção, atirava-lhe com pequenas pedras.
Respondia então a minha mãe.
Não me atires com pedrinhas,
Que estou a lavar a loiça.
Atira-me antes beijinhos,
Com que a minha mãe não oiça.
Recolha oral de Maria de Lurdes Paixão.
Manuel Peralta
Eng.º Peralta,
ResponderEliminarFico muito contente de o ver na blogosfera :)
Sempre activo, observador e sensato.
Sempre com a sua terra no pensamento e no coração.
Deixo-lhe duas das minhas quadras favoritas de um homem da minha terra (António Aleixo) para completar algumas das nossas conversas:
Embora os meus olhos sejam,
os mais pequenos do Mundo
O que importa é que eles vejam
O que os homens são no fundo.
Deixo-lhe outra quadra que nos define:
Não sou esperto nem bruto
Nem bem nem mal educado;
Sou simplesmente o produto
Do meio em que fui criado.
Beijinhos,
Marta