quarta-feira, 24 de março de 2010
Boa Notícia
Ditos e Mexericos

terça-feira, 23 de março de 2010
Lenga... Lenga

10 - Vai lavar os pés.
Não acordes cão que dorme...
Manuel Peralta
domingo, 21 de março de 2010
C(ã)ontrastes


Esta harmoniosa casa, é sede dos Dadores de Sangue da Freguesia de Alcains
...ao feio

Trabalho de canteiro artista, harmoniosamente desenhadas e artísticamente trabalhadas, estas pedras(cantarias) fazem parte da nossa identidade, das nossas raízes, da memória de uma sofrida mas nobre profissão que foi a de canteiro, e que corre o risco de desaparecer por completo.
Fonte de preocupação para vizinhos face ao avançado estado de degradação, é um perigo real para quem ali vive e ali passa.
Até quando...
Manuel Peralta
sábado, 20 de março de 2010
Lengalengas
Jaculatórias - Orações

Com Deus me levanto,
Na graça de Deus
Nossa Senhora me cubra
Com o Seu Divino Manto.
Abraço-me à cruz,
Jesus meu bem,
Livrai-me do inimigo,
Sem rival, tambem.
Nesta cama me deitei,
Meu Divino Senhor,
Não sei se me levantarei.
Confesso-me na vossa graça,
Comungo na vossa lei.
Manuel Peralta
sexta-feira, 19 de março de 2010
19 de Março... dia do Pai
José dos Santos Riscado Paralta, nasceu no Olêdo, Concelho de Idanha-a-Nova e veio para Alcains, órfão de pai, quando tinha três anos.
O seu Pai, meu avô paterno, que não conheci, casou em terceiras núpcias com a minha avó paterna, viúva na altura, que também não conheci, de nome Guilhermina Ferreira, mulher reinadia segundo diz a sua nora, a minha mãe, Maria de Lurdes da Paixão.
Quando o meu avô, em leito de ferro e enxerga de linho repleta de palha triga, se aconchegou com a minha avó, tinha o meu avô oitenta e dois anos, e a minha avó em idade ainda fértil, teria os seus quarenta anos, resultando deste aconchego, em 11 de Abril de 1924, um rapagão, masculino, bem-apessoado, enfim um promissor cavalheiro, a quem deram o nome de José dos Santos Riscado Paralta.
O meu avô, chamava-se José dos Santos Riscado, tinha em Olêdo vários arrendamentos, agricultura extensiva, uma vara (porcos), queijaria, rebanho, que lhe proporcionavam na altura uma vida sem fartura, regrada é certo, mas sem fome por perto, assim conta um sobrinho de meu pai, com noventa e dois anos de idade a residir em Olêdo.
Andava de cavalo, fiscalizando iguais servos da gleba, vestia de surrobeco, armani de fato preto, camisa alva, branca, córada ao sol em barrela de cinza, colête de três botões com corrente de ouro, em relógio de bolso com mostrador de resmalte, e horas em números romanos e minutos otomanos.
De chapéu de aba larga prêto, com cinta cinza, onde enfiava esbelta pena de rouxinol que ondulava ao ritmo do trautear da rês que primorosamente cavalgava.
Este esbelto, e lancinante cavaleiro andante, estava predestinado para ser Paralta... Peralta, mais tarde.
E é precisamente aqui (Hermano Saraiva dixit), neste momento inolvidável, que as famas e eventuais proveitos de meu avô, passaram para meu pai em forma de nome.
Parece um Peralta, diziam uns... parece, não...! é já um Peralta, é o que diz toda a malta!!!
E assim chegou a Alcains, com três anos em 1927, o primeiro Paralta, de nome, José dos Santos Riscado Paralta (Paralta em resultado da herança das famas do pai).
O meu Pai, pouco tempo passou na escola... com o Ti Guitas (falecido) e o Ti Manuel Barrêto (falecido), cedo descobriram o sabor das Maçãs de S. João, das Ervilhas em bico, das Favas sem grão e eram exímios atiradores de calhoadas ao Pinheiro que a Avenida da Levandeira que tudo leva... levou.
Guardou porcos nos Sobreirinhos para o Sr. Pires das Sanches, cortou pedra, marriou, britou.
Com o seu meio irmão ti José Tchurrinho (pai do Palhinhas), já falecido, foi para o Porto, para a foz do Rio Sousa, onde cozinhava cerca de quarenta panelas de ferro, aprendeu a nadar e a comer lampreia, sendo fiscal (apontador) nessa altura a cargo de obras dos Pereiras, o Sr. Adriano Alves Pereira Mateus (recentemente falecido), que viria anos mais tarde a ser meu sogro.
Regressou a Alcains para a tropa, casar e continuar a trabalhar...
Em 25 de Setembro de 1949, pelas 10 horas da manhã, na rua do Degrêdo, em parto pela minha mãe gritado no Degrêdo que se ouvia no Outeiro, assim me contava a ti Maria do Carmo Páposseca (falecida), a ti Maria Angélica Dómenica (falecida) a ti maria José Arrebenta (falecida), com bacias de água quente não só para o rapaz não arrefecer, apareci eu.
Com o seu maior amigo e companheiro de sempre, o ti José Penêdo (falecido), casado com Rosalina Alves (falecida), britaram a pedra para o cinema de Castelo Branco, para alcatroar as estradas então em macadame, até ser descoberto pelo Eng.º Leite de Morais, director da Junta Autónoma das Estradas que o convidou para ser Cantoneiro da dita JAE, por lá passou cerca de quinze anos.
Como o Ezequiel, que tirou curso de noivos e ainda não casou, também o meu pai, nunca exerceu a actividade de Cantoneiro, em cantão distribuído da Fonte do Caldeiro aos Escalos de Cima.
O seu grande amigo José Penêdo emigra, o ti Manuel Camilo (falecido), ferróviário, nosso vizinho e marido da minha mana adoptiva, Maria da Conceição Ambrósio, já então emigrado, envia uma na época desejada carta de chamada, e lá parte o meu pai para a desejada França, como ouvrier.
O meu aproveitamento escolar, então em transição entre Castelo Branco e Coimbra, lubrificou a necessidade de emigrar e foi graças aos meus pais e à França, que tive a vida que tenho tido.
Parti eu para a guerra colonial na Guiné-Bissau e a minha mãe também foi conhecer a Torre Eiffel...
Regressada da França, primeiro a minha mãe e depois de eu me casar, o meu pai, foi Serrador na SOMAL, na pecuária dos Micaelos tratou de vacas e porcos, apicultor por conta própria colhendo cerca de duzentos litros de mel, agricultor, pescador, convidado para matações para matar os marrantchos, perfazerá no próximo dia onze da Abril, 86 anos.
Anda aí de mota, não zangado com a vida, desabafava hoje ao almoço de dia do pai, que a grande pena dele é que no seu tempo, era quase tudo cego... ninguém via o trabalho infantil.
O blogue é pessoal, desculpe-me quem me ler, mas este é o meu testemunho para o meu maior herói. O meu Pai.
Manuel Peralta... 2010, dia do Pai
Rafeiro de prata

Manuel Peralta
Rafeiro de lata

quinta-feira, 18 de março de 2010
Ditos e Mexericos
Comentava assim a ti Marizé Juliôa, minha avó adoptiva no Degrêdo, para a minha mãe há sessenta anos, o facto de muito cedo me nascer o primeiro dente.
Manuel Peralta
quarta-feira, 17 de março de 2010
...sem mão de patrão.
Quando, em passo de funeral, no largo de Stº António se observa a pintura do jardim infantil, qual natureza morta já muito perto de cemitério, e, em frente do qual um degradado edifício que foi berço estimado da família de José dos Reis Sanches, rivaliza em decrepitude com outras casas no mesmo largo...
Faz falta a mão de um patrão.
Quando, no Museu do Canteiro, a erva de lameiro cresce na razão inversa dos arranjos exteriores nunca acabados, e as raras e inimitáveis grades sem pintura danificam a igual velocidade de degradação as torneadas pedras de granito que as suportam...
Faz falta a mão de um patrão.
Quando, por qualquer pinga de chuva as estradas parecem riachos desde o largo de Stº António até à Av.12 de Novembro, e, em frente à sede do agora também triste Sporting, um lameiro que alimenta rodas de carros vermelhos dá banhadas aos sportinguistas, e a quem no passeio passa...
Faz falta a mão de um patrão.
Quando a iluminação pública (não confundir com humilhação pública) de algumas ruas tem tantas candelas como o candeeiro a petróleo do ti Veneno quando ia ao touril buscar as vacas, e as pias da Fonte Marirodrigues se afogam, sem protecção civil, em lama, silvas, juncos e margaça de tal modo que já nem a rã coaxa...
Faz falta a mão de um patrão.
Quando em obras de nova zona de lazer da Quinta da Pedreira a degradação do campo de jogos e de toda a envolvente é evidente, e não se sabe se tem ou não tem quiósque, e o ti Zé Miguel herdou frente à sua porta um remate de alcatrão e calçada digno de um sinhá ponghole...
Faz falta a mão de um patrão.
Quando à noite se vai à Escola Secundária e se observa, com tristeza, a ausência de iluminação externa, o acesso ao pavilhão com lama, pedras levantadas, pisos degradados, mais difícil será atrair mais gente para novas oportunidades...
Quando e por último, o Carlos Leão e o Zé Ramalho se queixam de que apenas 20 metros de alcatrão ficaram por fazer, em rua pública por detrás do posto da GNR, e eu, em recente volta de bicicleta observei caminhos particulares, lá para onde as almas têm cruz, alcatroados, vão ter de começar a criar um borregos, pois sei que, quando nos fazem borregos não há volta a dar... olha, fui lá a pedir e fez-me um borrego, diz-se...
Faz falta a mão de um patrão.
Parece entretanto que se projecta para o antigo edifício dos correios no largo de Stº António, o Novo edifício sede da Junta de Freguesia.
O agora duplo presidente, da junta e do futebol, sabe que tem mais meios (dinheiro) no futebol que na junta. Pela quantidade e nível de serviços prestados não me consta que se façam filas de espera para os munícipes serem atendidos. Também, e a avaliar pelas acções de formação anteriores em bainhas abertas, náperôns, e até rechiliêu não foi por falta de espaço que a sociedade alcainense deixou de evoluir.
Por outro lado, pelo que vou lendo e pelo que conheço, o fenómeno da globalização municipal não vai parar, pelo que, não me parece que seja a nova sede da junta a grande e primeira prioridade, até porque, a nóvel equipa estará a meio tempo, logo, meia sede chegaria, pelo que me parece que a actual, embora não faustosa como o qualquer coisa contemporâneo de Castelo Branco, parece chegar para as necessidades actuais e futuras, com este modelo de gestão municipal.
Em minha opinião, Alcains precisa com mais urgência de uma Nova Capela Mortuária.
Obviamente não por causa dos meus "irónicóreais quandos", esses, terão mais tarde ou mais cedo solução, mas porquê a actual, na linda capela do Espírito Santo, é pequena, não tem conforto e é propriedade da hierarquia da igreja que anda amuada com Alcains... a hierarquia não esquece.
Em funeral recente de gente de vida difícil a que assisti, na gelada capela de S.Brás, sem casa de banho, sem conforto, sem uma tomada para se fazer um café um chá, desmaiou com a dor própria das gentes de vidas difíceis, a esposa do falecido.
Transportada em braços e à chuva por familiares para carro a condizer com a condição social, com pés de fora mas mais confortável com o aquecimento do carro, recuperou a consciência com o calor e a humanidade das gentes que com ela, sofriam a dor dos que queridos nos são, e nos deixam…
Enregelado dos pés à cabeça e sobre o agora tapado poço do outeiro, prometi a mim mesmo, escrever este alerta, no momento em que nos reencontrámos.
Façam-na já e lá.
Manuel Peralta
Domingo Gordo à moda de Alcains
...com azeitonas de salmoura, umas, outras, retalhadas com sal grosso e um abundante vinho tinto de 2002 de casta Jaen, Piornos da Adega Cooperativa da Covilhã.
...talhada (capa de aqueduto como diz o meu pai) de queijo de ovelha, hiper curado, mas que, operado com faca de cabo de madeira numa mão e o dito cujo na outra, deu roliça talhada aveludada ao tacto e divinal ao palato.
...com café e digestivo CRF (Carvalho Ribeiro Ferreira) oferta de Natal, salteado com figos secos (passas) de abebreira parda de quintal.
...oito humanos numa mesa que perfaziam um total de 575 anos, capicua de longevidade, que a preceito cumpriam em mangas de camisa a difícil tarefa de cumprir a tradição, sim porque agora em tempo de Quaresma temos de renunciar aos prazeres da carne e ao pecado da gula...
...feita hoje de manhã ronda telefónica pelos 575, enquanto a neve caía... colesterol, atenção, triglicéridos e demais limitadores de liberdade gastronómica, tudo estava bem como de costume.
...recebi entretanto convite para amanhã ir fazer um arroz de bucho, cozido em panela de ferro, em baile fervente com pé de porco, orelha, farinheira e morcela de assar para entrada.
...abraço para todos deste "melias".
- Opíparo almoço confeccionado por
Maria Clara Belo Rafael
Maria da Conceição Teixeira Rafael
Maria do Céu Rafael Pereira Peralta
Águas de Portugal e do Centro "emporcalham" Alcains.

É certo que as Águas do Centro receberam dos Serviços Municipalizados esta pesada herança resultante de várias incapacidades, técnicas, por apostarem ao longo dos anos em soluções paliativas, financeiras, por na ausência de projectos de raiz não cativarem disponibilidades ( projecto em obra, diz-se) e também por terem deixado ligar à rede de efluentes domésticos, apreciável número de efluentes pluviais.
Presumo que, cinquenta por cento dos quintais internos com beirados tenham as águas das chuvas ligadas à rede de efluentes domésticos.
A foto aqui publicada retrata o repuxo de esgoto com piscina anexa, para ratazanas se banharem no centro do bardo, como diz o meu pai, propriedade das Águas do Centro e que trinta e seis horas depois das chuvadas ainda jorrava massas afluentes de efluentes...
Eventual reforço com bombas de maior débito já não resolve porque a conduta adutora, recentemente instalada e paliativamente projectada não suportará mais caudal.
Por outro lado as bombas de emergência que no colector de esgotos da Oviger lançam efluentes domésticos, misturando-os com efluentes industriais, crime ambiental com evoluções cancerígenas na ribeira da líria, têm efeito nulo no fim a que se destinam, pois o esgoto reflui.
Agora que as Águas do Centro decidiram limpar o lameiro, de erva excelente, tudo ficou mais claro...ratazanas, preservativos, salsichas de assar e de massa bucha tudo ali convive em perfeita harmonia qual éden ambiental...
Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo, Administração da Região Hidráulica Tejo, Governadora Civil, Serviços de Protecção da Natureza da Guarda Nacional Republicana (excepção), ASAE, Autarquias, tudo no aconchego de gabinetes quentinhos no Inverno e fresquinhos no verão, convivem e não respondem sequer a inúmeros e-mail com fotos ilustrativos das situações que vou descrevendo.
Por cá ao duplo presidente (do futebol e da junta) que em flagrante me apanhou a tirar esta foto, esclareci este problema que a nossa terra tem...mas ele estava tão longe...
Conhecedor do dinamismo que colocam nos cargos, decerto que esta questão vai ser encarada nas prioridades da equipa (Carrega, Jorge, Milene) que os alcainenses democraticamente elegeram, e que a seu tempo, acredito como homem de fé que sou, irão pressionar as entidades responsáveis pela situação com a autoridade própria da representação que a força da democracia dá.
Observo, através das grades do bardo, a tristeza nos olhos de entre outros, excelentes trabalhadores, do Eng.º Vitor Saraiva ao Nuno que incessantemente por ali passam de galochas tentando resolver o irresolúvel, sem meios, naufragando nas águas sujas da incúria ambiental da zona, limitando-se a fazer elementares controlos de danos, religando bombas desligadas, abrindo portões meio submersos com perdas de tempo, custos salariais, de comunicações, de combustíveis, desgastes de viaturas, enfim custos de funcionamento, que todos pagamos a sólidos grupos económicos.
Sólidos para quem? Pergunto eu...
Manuel Peralta
Quaresmal "jejum de língua", com arroz de lampreia.
Manuel Peralta
terça-feira, 16 de março de 2010
Bem vindos à terra deles... que é a nossa.
Prometo, pela minha parte, investir algum do meu muito tempo, a actualizar, fotografar, narrar em linguagem de Alcains, histórias, ditos e mexericos, ralhos de vizinhas, burricos, lenga-lengas, jaculatórias, descobrir e investigar os nomes e apelidos dos Tajanas à Quériàcáquéminha, do Bótàbaixo aos Bálhinhas... enfim dar a conhecer como vai a terra deles que também é a nossa.
Terra electrónica pronta a ser cavada por todos, é o que espero desta página, nas sugestões, no humor, na novidade, na notícia, nos encontros, nas festas, nas tristezas, enfim em tudo aquilo que gente de boa vontade pode fazer.
Vamos a isso.
Esclareço no entanto que a vossa colaboração tem de ser esborralhada na leira de baixo, de igual boa terra, designada por “comentários”… tanta terra arável, pronta a produzir.
Cultivem esta terra pois já não se fabrica mais … só há esta!
Manuel Peralta