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terça-feira, 15 de março de 2016

O bagaço municipal, por Minhós Castilho

A resenha que MC, aqui publica, faz um denso ponto de situação, sobre a bagaçada municipal albicastrense.
Chegou a vez dos políticos, se interessarem pelo tema.
Não tenho fé que estas ações produzam qualquer efeito, pois os poluidores referem que poluem, dentro dos limites previstos na lei.
Com na Assembleia da Republica também se fazem leis, bom seria que os políticos se decidissem na lei atual, a alterar os parâmetros, que, permitem aos avalambados investidores, poluir impunemente.
Sugiro a leitura do texto de MCastilho.

Manuel Peralta


Nunca o Tejo em Vila Velha de Ródão, foi tão esmiuçado, porém "esqueceram-se" de que um dos focos da poluição que se verifica, resulta duma actividade industrial, Centroliva, com algo de semelhante à que nos querem aqui instalar. Senão vejamos : só na edição do semanário Reconquista de 3 de Março, encontramos esta profusão de análises e observadores. Na pág. 36, é Hortense Martins, deputada do PS, que a quatro colunas informa que já questionou o Ministro do Ambiente, Matos Fernandes, tendo como tema a "Poluição do Rio Tejo e a Central Nuclear de Almaraz". Na pág. 15, a cinco colunas com foto, é referida a "Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa" que olha para o Tejo da nascente até à foz e reafirma, que tratar o Tejo é um imperativo, e que o problema tem que ser resolvido em toda a sua extensão. 


Compõem este Conselho, os presidentes das câmaras municipais de Proença-a-Nova, João Paulo Catarino, também presidente deste órgão, de Penamacor, António Luís Beites, de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, vice presidente deste conselho, de Castelo Branco, Luís Correia, de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto e de Oleiros, Fernando Jorge; na mesma pág 15, a uma coluna é o Bloco de Esquerda, que pretende avançar com a  afixação de faixas e distribuição de panfletos com o objectivo de "sensibilizar os cidadãos para os graves problemas ambientais deste rio" campanha a decorrer nos distritos de Castelo Branco, Portalegre e Santarém.Esta campanha assentará na defesa do Rio Tejo e seus afluentes. Um dos pontos deste manifesto: "exigir uma acção rigorosa e consequente da fiscalização ambiental contra a poluição. 


Na mesma pág 15, a quatro colunas é Manuel Frexes, do PSD, que vem à liça com a Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, que" pretende resolver os problemas do Rio Tejo, de modo a preservar o ambiente, melhorar a qualidade de vida das populações e também apoiar as indústrias instaladas e compatibilizar as muitas centenas de postos de trabalho que se verificam ao longo do Rio, com práticas amigas do ambiente e de preservação da biodiversidade". Esta comissão da qual Manuel Frexes é vice-presidente, é presidida pelo deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Soares, e tem  Maria da Luz Rosinha do PS, também vice-presidente. Preocupações com Almaraz, tranvases, nível ecológico de caudais, problemas da poluição e da navegabilidade, entre outras matéria muito mais complexas que prometem abordar de forma séria. Esta Comissão prevê reunir a 3 e 4 de Abril com os autarcas do distrito de Castelo Branco. É referido que não pretendem diabolizar as questões, mas sim ajudar a resolver os problemas.


Em resumo: que me recorde nunca o Tejo em Vila velha de Ródão, teve tanta gente a olhar para ele. Decerto será impossível ocultar os focos poluidores. E um desses focos - a Centroliva - uma unidade industrial da mesma área de actividade que a Valamb quer instalar entre Alcains e Castelo Branco. Com os albicastrenses "distraídos do tema", basta atentar na severidade de um inverno como o que está a decorrer, para pensarmos na capacidade das lagoas ou mesmo tanques em concreto da unidade, onde os camiões descarregarão as suas cargas pastosas. Escorrências por ser ultrapassada a capacidade das mesmas lagoas ou se os fundos forem constituídos por telas asfálticas, basta que as mesmas não fiquem devidamente seladas ou que se degradem com o uso, para que haja a contaminação dos lençóis freáticos com consequências ao nível dos pastos onde se desenvolve actividade agrícola relevante.


Portanto além da poluição atmosférica que é a visível nas fotos, existe a possibilidade da poluição subterrânea, não menos importante. Escamotear estas variáveis é querer tapar o sol com uma peneira...E se no fim disto tudo, relatórios e mais relatórios, não existirem decisões que travem o processo, o menos que se poderá dizer, é que estas comissões no fundo rendiam "honras aos Bombeiros, com pirómanos infiltrados". Atrevo-me a sugerir que por aí, sigam um exemplo que por outro motivo, tomaram em Mira de Aire...A colocação à beira da estrada de uns cartazes em local próximo da instalação em causa, com o texto: "RESPIRE O AR PURO ENQUANTO PODE"...

MinhósCastilho

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