Páginas

quarta-feira, 4 de junho de 2014

QUEIJARIA DE SÃO DOMINGOS - Um investimento com 60 anos


Quando os investimentos em Alcains não eram motivo de discórdia, nem suspeições…

Dando uma volta aos meus papéis mais antigos, encontrei num recorte da Reconquista, esta preciosidade. «No dia 31 de Maio de 1953, - fez ontem 61 anos – na freguesia de Alcains, havia sido inaugurada uma fábrica de lacticínios, a qual tinha uma capacidade laboral de oito mil litros de leite, diários, procedente de 40 mil ovelhas e sete mil cabras. Esta unidade fabril, era propriedade da Junta Nacional dos Produtos Pecuários e destinada ao apoio do fabrico de queijo, estava equipada com uma estação de depuração biológica de águas, tendo anexas, um grupo de fossas sépticas “Beccari – Valtancoli”, para “tratamento de estrumes e outros resíduos orgânicos em putrefacção”.  


Presidiu à inauguração o subsecretário da Agricultura, engº Victório Pires. Esta fábrica ficou a ser dirigida pelo engº Soares Rodrigues.» Ao longo destes sessenta anos, tenho a ideia de que – a Queijeira de São Domingos – como era vulgarmente conhecida, passou por muitas vicissitudes, mas apoiou e concretizou decerto muitos projectos.  
Nomeadamente na década de 70, recordo-me do empenho com que a engª agrária Conceição Duque Vieira, precocemente desaparecida, apoiou a Consal, hoje Oviger, que dava então os seus primeiros passos, na implementação de alguns controlos higio-sanitários nos locais de trabalho, no apoio aos produtores locais de queijo, com testes de cura do queijo produzido nas diversas instalações dos produtores e curados em sistema de temperatura controlada na unidade que dirigia e no apoio à Luso-Serra do Ladoeiro, da qual chegou a ser administradora. 


E mais não sei, mas o técnico José Lopes da Silva, que ali trabalhou muitos anos poderá ajudar a completar este pequeno apontamento. Em geito de balanço final, porque não é de todo despiciente, face ao tema do Ambiente, coloquei entre comas, as referências que há 60 anos (!), naquela unidade houve o cuidado de acautelar. Não está em causa a maior ou menor eficiência dos equipamentos, que desconheço. Friso porém que se verificou existir essa preocupação com o Ambiente. A mesma, que hoje deveria existir em esforço redobrado. Será que existe!?

Zé MC2014.06.01


Nota. O que Minhós Castilho aqui refere, diz bem do respeito que noutros tempos, as entidades tinham para com as populações que serviam.
A dita "partidocracia" ainda estava longe...
Na verdade, que me lembre, a Queijeira de São Domingos, sempre conviveu ambientalmente muito bem com a comunidade Alcainense.
Nada de poluição, nada de dejetos lançados nas linhas de água, e ainda recentemente construiu um forno para incenerar carcaças de animais objeto de análises de salubridade.
Pena é que, ao que recentemente li, venha a ser desmantelada a sua atividade dada por finda.

Manuel Peralta

Sem comentários:

Enviar um comentário