Duas expressões, duas vidas, duas realidades, uma alentejana e outra beirabaixana.
A alentejana do baixo Alentejo, entre Beja e Ficalho, passar figo, não no sentido de contrabandear mas sim de transformar figo em passa, a outra a norte do tejo e para cá da gardunha, secar figo para se transformar em passa.
A alentejana do baixo Alentejo, entre Beja e Ficalho, passar figo, não no sentido de contrabandear mas sim de transformar figo em passa, a outra a norte do tejo e para cá da gardunha, secar figo para se transformar em passa.
Ali estão na mesma dura e quente cama, sob um mesmo sol inclemente os pingo mel, por aqui denominados de abebra branca, os abebra parda, um ou outro corigo, que se derretem em inclemente castigo.
Estorricam.
Se observar mais atentamente a foto, alguns constipam-se e chega-lhes ao nariz uma torrente de açúcar, que delicia toda uma comunidade de vespas, abelhas, moscas e mosquitos, que em seara alheia metem foice, sem atritos.
Deixam semente.
Estorricam.
Se observar mais atentamente a foto, alguns constipam-se e chega-lhes ao nariz uma torrente de açúcar, que delicia toda uma comunidade de vespas, abelhas, moscas e mosquitos, que em seara alheia metem foice, sem atritos.
Deixam semente.
Quentes.
Com toda a explosão de vida de quem tem calor e comida em abundância, deixam naquela passada os eflúvios conviviais da sua descendência.
Brotarão mais tarde quando se quiser comer o fruto, que serviu de doce abrigo à larva que germinará em bicho e que aqui na terra deles se apelida de “passa com carneiro”.
Com toda a explosão de vida de quem tem calor e comida em abundância, deixam naquela passada os eflúvios conviviais da sua descendência.
Brotarão mais tarde quando se quiser comer o fruto, que serviu de doce abrigo à larva que germinará em bicho e que aqui na terra deles se apelida de “passa com carneiro”.
Escaldam-se.
Não se cozem em água quente, dá-se-lhes banhoca em água fervente, para os purificar, lavar e matar toda a fauna larvar.
Não se cozem em água quente, dá-se-lhes banhoca em água fervente, para os purificar, lavar e matar toda a fauna larvar.
Uma, duas três vezes em imersão, onde se não deve meter mão.
Voltam à cama ao tabuleiro que fintou, aqui não em sentido futebolístico, mas que fintou, isto é, levedou muita massa de pão.
Agora lavados, envernizados pela mistura de água e açúcar que os córou.
Agora cobertos com fino lençol que os protege de nova prole de insetos, para que assim as larvas não voltem a eclodir, e, a passa, se possa comer sem se abrir.
Chega o entrudo e enfarinham-se “passos” e passas, para que a doçura do açúcar se caldeie com a farinha, se apresentem mais cobiçosos e ainda mais saborosos.
Por fim, assim.
Dão uma trabalheira, muito ricos em calorias, são um alimento que amansou muita fome em tempos idos.
Conta a minha mãe que nasceu em 1925, que nos seus tempos de menina que foi, quem tinha uma saca de passas era rico!!!
Lembro-me da alegria com que familiares e vizinhos, menos abastados, sem horta ou tapada, recebiam e comiam uma sarroada de passas, dadas pelo meu avô ou pela minha mãe.
Nas frias manhãs das matações, quando se matava o bicho com um bom copo da melhor aguardente, preparava-se o estômago com duas ou três passas.
Em pequena horta que tenho, plantei sete figueiras, que estou a ver crescer, e a acompanhar no seu crescimento.
Algumas delas em vias de extinção que consegui arranjar e que já estou a dar.
Passado, fico por aqui, convidando-os entretanto a tomar um café comigo, assim.
Agora uma passagem rápida pelas brasas e, até ao próximo.
Manuel Peralta
Que belissimo ensinamento obrigada
ResponderEliminarcafé com figos secos maravilha deve de ser optimo Obrigado pela dica,..
ResponderEliminarcafé com figos secos maravilha deve de ser optimo Obrigado pela dica,..
ResponderEliminarHaja gente que ainda partilha os ensinamentos ancestrais. Muito bom.
ResponderEliminarEstimado senhor, porque não uma aguardente de figo ou um licor de figo com esse café e manjar? Agradeço o artigo! Será o Sr. de Alcains?
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