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domingo, 19 de junho de 2011

Rafeiro de Lata

Inadvertidamente, quando reflectia em fresco banco, da linda capela do Senhor do Lírio, no cemitério, abro porta interior da capela com a curiosidade de quem pergunta!!!
O que é que para aqui haverá?


Fiquei atagantado...
A foto supra diz bem do estado de conservação de um exemplar único, do carro, carrêta, assim era chamado, que transportava as urnas nos funerais.
Recentemente, o Manuel Geada, um Alcainense de memória mais que desperta, acordada, referia-se em comentário a propósito, sobre o paradeiro deste carro.


Lembro-me de, em funerais de gente mais que pobre, o corpo do falecido, ser transportado em urna de lata, de nome esquife, e depois das rezas habituais assim ser sepultado, isto é, deitado na cova apenas embrulhado em lençol.


Agora, mal arrumado na arrecadação do cemitério, ali convive não sei se reformado se aposentado, com os colegas ainda em actividade, a pá, a picareta, a enxada, debalde como o balde, a corda, a esfregona, a vassoura, a lixívia, e o escadote todos com muito mais pó que sorte...
Se restaurado, poderia cohabitar na capela, mais cromado, pintado, envernizado para ser lembrado.
Mas como Alcains não ata nem desata, para os responsáveis, Rafeiro de Lata.

Manuel Peralta

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