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quinta-feira, 2 de maio de 2013

JAVIER ALCAINS

Uma culta raiz da “terra dos cães” em Espanha.
 
Nesta fria tarde de desencantado abril passado, regresso à escrita, agora que, a nunca acabada faina de agricultor de letras, emparelhou a terra com a primavera.
E faço-o com uma agradável novidade.
Por um lado, o Reconquista, já em tempos havia dado um lámiré sobre ele, e pelo outro lado, o Zé Minhós Castilho soprou-me ao ouvido de que poderia ter interesse aprofundar um pouco mais o tema. Mas, por aí fiquei, ficámos.
Pela Páscoa, inesperadamente, deparo-me num restaurante a almoçar na mesa ao lado de um familiar do Javier, o João Fradique, filho do Tjaquim Fradique, que de propósito se deslocara de França para se fazer uma alargada reunião familiar para se conhecerem e celebrarem por assim dizer o primeiro reencontro familiar, da mesma comunidade raiana, Alcains-Valverde-del-Fresno.
Até aí, sabiam da existência de família em Espanha, mas nunca se haviam encontrado.


A foto supra é de Javier Martins dos Santos, a pessoa que agora dou à estampa.
O avô do Javier foi um Português, natural de Alcains, de nome António dos Santos Fradique, irmão do Ti Joaquim dos Santos Fradique, (Xquinfradique), e de José Fradique, em Alcains conhecido por José Manha, que a pide-dgs em tempos perseguiu, chegando a estar preso por motivos políticos. Os Fradiques, sempre foram conotados com a malta do reviralho…
O avô do Javier, António dos Santos Fradique, por volta de 1920 foi para Espanha procurar trabalho e por lá ficou. Casou com uma espanhola de nome Pilar Sanchez, casal que entretanto teve cinco filhos. A razão da emigração do avô, parece ter sido exclusivamente a procura de um bem, agora também escassíssimo, o TRABALHO…não se lembram de alguma vez se ter falado em motivos políticos.
Desta ligação luso-espanhola, profícua de cinco filhos, nasceria a mãe do Javier.
O Javier que conviveu com o avô sempre ficou com uma natural curiosidade por conhecer Alcains, a tal ponto de ostentar no seu pseudónimo artístico o mui nobre, valoroso e honrado nome de ALCAINS.
Em Valverde-del-Fresno, do lado de lá de Penamacor, onde residem são por lá conhecidos como “los Alcains”.


“Los Alcains”, desta vez em Alcains, mostra a foto supra, a família do Javier.
Mas quem é o Javier? O que faz?
Trabalha na livraria da “deputacion”, câmara, de Valverde-del-Fresno, onde vende os livros do município. Mas, a sua principal atividade é a de ilustrador de livros, nomeadamente livros antigos.
Diz ele, agora o artista:


“Me llamo Javier Alcains” e dedico-me a iluminar, através do desenho, digo eu, a fazer luz, sobre manuscritos e livros antigos.
Confessando-se um Javier sem fé religiosa, tal não o impede de iluminar livros bíblicos.
Entre os vários livros que “iluminou”, destaco “Cantar de Cantares”, “El Cuervo”, “Sepulcro en Tarquinia”, enfim uma obra vasta que convido a apreciar e a aprofundar os temas nos “enlaces”, como se diz em Castelhano, e em email como por cá se diz.
Para saber mais, clique em baixo:
 


Desde a apresentação do seu projeto, aos livros, aos títulos disponíveis e claro aos seus contatos, pode quem tiver curiosidade e interesse pelos temas, aumentar a sua cultura através deste renascido e reencontrado Javier Alcains.
Parabéns e continua.


Manuel Peralta
 
Hola, Manuel
Como quedamos dicho en tu bonita casa, te envío los enlaces a las páginas en las que tengo obra.
 
http://www.telefonica.net/web2/javieralcains/
http://www.javiermartinsantos.es/epages/62435361.sf

Quedo a tu disposición.

Un abrazo
Javier

1 comentário:

  1. Confesso que já não me lembrara da "dica" que em tempos passara ao "homem do leme"...Aliás ambos teríamos lido algo na Reconquista sobre este Javier, do lado de lá da fronteira,orgulhoso de um seu antepassado, natural da "terra deles"...Eu ainda avancei na NET e colhera mais alguns dados e por aí fiquei...
    Eis senão quando MP, descobre o dito Javier em Alcains em amigável reunião familiar.
    O texto é suficientemente explícito, e a agradável conclusão a que chegamos, é que o Terra dos Cães, pode e deverá ser um veículo de aproximação entre alcainenses ou não, mas que gostam desta terra e das suas gentes...E é isso que o torna tão apelativo!

    MC...2013.05.07

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