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terça-feira, 28 de maio de 2024

O CRUZEIRO DE SANTO ANTÓNIO

 Foi por assim dizer, a primeira ação da Junta da Freguesia, poucos dias depois de iniciar o mandato.

Trazer para o largo de Santo António, o cruzeiro que havia desaparecido. Do evento deu nota, David Infante, no Reconquista, março de 1980.



Refere o articulista que, "numa manobra infeliz, a fábrica Lusitana destruiu o cruzeiro"... e que este, esteva ao abandono, não se sabe, onde.

Passo a descrever o que, comigo e o cruzeiro se passou.

Em outubro de 1979, em serviço dos CTT, andei mais o técnico de desenho Augusto de Matos, natural de Oleiros e funcionário dos CTT, a elaborar o plano de ampliação da rede de telefones de Alcains.

E, fomos à Santa Apolónia.


Ali, frente à capela, prostado, estava abandonado o cruzeiro, partido em 3 partes, duas no fuste e uma no capitel.

Com a ajuda dele, na mala da viatura depositámos o capitel, tendo o restante ficado no local por demasiado pesado. Na base faltavam duas grandes pedras das quatro que o suportavam.

Regressámos aos CTT e pela tarde, já em Alcains, levei ao senhor Vigário, Padre António Afonso Ribeiro, no largo do Poço Novo, o capitel partido em dois, para guarda da paróquia.

Não o aceitou o presente, pedindo educadamente desculpa e, assim andei um ou dois dias com o capitel na mala do carro.


Contei ao meu Pai, que me aconselhou a levar o capitel à junta, pois ainda poderiam dizer que te andavas a "fazer" ao dito.

Claro segui o conselho, e fui à junta para o capitel entregar. Estava o Sr.

João Santos que, não terá apreciado a oferta e, mandou o Carlos, abrir a porta da leitaria que estava anexa à junta, para depositar a oferta.

Assim fiz e, livrei-me deste incómodo, mas tive sempre presente, que valeu a pena correr o risco, salvando um pouco do já pouco património de Alcains.


Mal sabia eu, que esta herança me havia de cair em cima. 

E ainda bem, quando eleito falei com o Sr. Manuel Maria Sanches, canteiro e industrial da profissão, que transportou de Santa Apolónia parte da base, duas pedras grandes da base que o suportavam e davam mais estabilidade ao monumento tinham desaparecido.

Adicionou o fuste, colou todas as partes e, edificou o cruzeiro conhecido como o SENHOR DOS ESQUECIDOS, dos que não têm ninguém que, deles depois de mortos, se lembre.

O capitel lá estava onde o deixei e, hoje fico satisfeito por tal me ter acontecido.

Foi das primeiras iniciativas que a Junta tomou.

Lá está. Cá está.


Manuel Peralta


Nota: O Manuel Geada, enviou este texto do livro de Sanches Roque, Alcains e a sua História, que ajuda a esclarecer a situação do cruzeiro.


Obrigado

sábado, 25 de maio de 2024

JUNTAS DA PARÓQUIA. JUNTAS NOMEADAS PELO GOVERNO. JUNTAS DEMOCRÁTICAS

Por me parecer de interesse geral, socorro-me de um recorte de jornal que guardei, da autoria do "emotivo" Alcainense JOSÉ SANCHES ROQUE, para dar a conhecer, a quem me segue e lê, que Presidentes de Junta teve, ao longo de muitos anos, Alcains.

Sanches Roque usava bengala e chapéu e, é dele, um excelente livro sobre Alcains, denominado, Alcains e a sua História. Tem outros livros de tipo sociológico, nomeadamente O PORQUÊ DE DEUS E DA EXISTÊNCIA.

Gostava muito de Alcains e era um excelente pressionador da Junta, ao meu tempo, para que se fizesse sempre mais e melhor por Alcains. 

Ouvi-o afirmar sobre o futuro concelho de Alcains, que, se o concelho de Alcains, estivesse no inferno, ELE, iria lá buscá-lo, atirando por vezes o chapéu ao ar... Era assim, emotivo. Bom Alcainense.


Datam de 1856 os órgãos autárquicos  de que há registo em Alcains, denominados Juntas de Paróquia. Houve vários padres que foram autarcas nesses tempos.

Com os alvores da República, 1910, passaram a ser denominadas de Juntas da Freguesia, sendo os seus membros eleitos enquanto esta perdurou. 

Quando Oliveira Salazar tomou conta do regime, quer os Presidentes de Câmara quer os Governadores Civis, conhecedores dos homens do regime dos locais, acabavam por "indicar/eleger/nomear" os autarcas.

Houve entretanto em Castelo Branco, no período de Marcelo Caetano, antes portanto do 25 de Abril, um Governador Civil, Dr. Ascensão Azevedo, que foi um homem bom para Alcains.

Sob o seu comando deram-se passos muito importantes para desenvolver Alcains, pois não havia lei de finanças locais, sendo o desenvolvimento efetuado com projetos que eram feitos na Junta Distrital, e, por indicação política dos poderes locais, Câmaras/Juntas, eram comparticipados nos diversos ministérios em Lisboa, dependentes do financiamento do orçamento do estado. Para tal teria de haver, como hoje, cobertura política.

O mercado antigo, (praça), a cobertura da ribeira da Líria e, até o início das escolas Ciclo e Secundária vêm desses tempos.

Mais à frente, noutros textos que já tenho preparados, direi então muito mais do que agora, ao de leve, refiro.


Em 1979, realizaram-se assim as primeiras eleições autárquicas em democracia, e no dia 25 de Abril de 1974, todos os Portugueses passaram a viver em democracia, com eleições democráticas, até hoje.


Manuel Peralta


Nota.

Dou a conhecer, uma notícia do jornal, semanário, CORREIO DA BEIRA, de 14 de junho de 1885, do partido PROGRESSISTA, que o meu amigo Manuel Geada me enviou.

CAPELA DE SÃO SEBASTIÃO


Ali se fala do atentado que foi a destruição da capela de São Sebastião existente no largo de Santo António, que a  “ Junta da Parochia “, permitiu, autorizou.


Sempre ouvi o meu Avô materno, Manuel da Paixão, que nasceu em 7.4.1880 e, com quem vivi até aos 20 anos de idade, na mesma casa, falar da existência desta capela.

Alguns contemporâneos que viveram nas casas no largo de Santo António, dizem lembrar-se dos alicerces da capela, que sobressaiam da terra batida, quando jogavam a bola.

O cruzeiro que hoje está no Largo de Santo António, estaria nesse tempo frente à capela de São Sebastião. Nesse largo existia um conjunto de escadas encimadas por uma cruz, denominado CALVÁRIO, que foi destruído. Bem me lembro dele.

Mas sobre o cruzeiro, denominado SENHOR DOS ESQUECIDOS,  darei informação exclusiva, no próximo texto, sobre o que, com ele, se passou.

quarta-feira, 22 de maio de 2024

SEM DINHEIRO PARA PAGAR SALÁRIOS

 O Presidente da Câmara eleito foi o Dr. César Vila Franca.

A força política que elegeu o Dr. César Vila Franca foi a AD, Aliança Democrática, uma coligação de 3 partidos, PPD, CDS e PPM.

Eu fui eleito numa lista de cidadãos eleitores, independentes de partidos, não o conhecia pessoalmente, e nunca havia falado com o Dr. César Vila Franca. Era professor, área de letras, do ensino secundário em Castelo Branco e natural de Santo André das Tojeiras.

Apenas o tinha cumprimentado na sessão solene de posse, como membro da Assembleia Municipal.

Iniciámos assim a primeira reunião em que o Dr. Vila Franca me prometeu todo o apoio para desenvolver Alcains.

Correu bem, digo mesmo, muito bem. Vim muito animado para fazer tudo o que nos fosse possível.

Dinheiro para as despesas correntes da Junta, fornecimento de materiais pela Câmara Municipal, apoio administrativo, entrada do Necas Patrício para colaborador da Junta da freguesia, e, disponibilidade total para tudo o que necessitasse.

Sem nada me pedir, apoiei sempre as propostas para votação da Câmara Municipal, nas votações na Assembleia Municipal, como era minha obrigação...

!!!

Nesse mesmo dia e, face à situação de tesouraria para pagar salários, assinou guia de pagamento, passei pela tesouraria da Câmara e, o Sr.

Quintano, entregou-me em envelope, 300, (trezentos) contos.

Passei o dia com o envelope no bolso do casaco, e, à tarde, quando o Carlos saiu da Dielmar, entreguei o envelope para depositar.

Tudo assim, até ao fim do mandato, sem mais formalidades, mas prestando contas anuais nos orçamentos  de receita e despesa da Junta.

Tive também uma excelente ajuda de um Alcainense, meu amigo, o Engº. João Manuel Pereira Venâncio, na data quadro superior da Câmara, a quem telefonava de manhã dos CTT onde trabalhava, a requisitar materiais para as obras da Junta, e, pela tarde, quando chegava a Alcains, o Ti Joaquim Balbino, encarregado das obras, me informava, que já tinha recebido, cimento, ferro, manilhas, tubos para esgotos e rede de águas, acessórios, enfim, tudo o que a Câmara tinha para fornecer.

Enquanto Presidente, nunca ninguém da Junta recebeu um escudo e, todas as minhas deslocações, telefonemas dos CTT, para tratar de assuntos da Junta, nunca meti qualquer despesa, combustíveis, estadias em hotéis, etc, sempre a Servir Alcains, a custo zero.

E, assim, na real, como dizem os brasileiros, a vida me ensinou com 30 anos, o que são algumas heranças...

E, claro, fiz-me ao trabalho, fixando-me no caminho, fazendo, com vista ao destino...


Manuel Peralta

domingo, 19 de maio de 2024

FUI ELEITO

 No mês de dezembro de 1979, fui eleito.

As eleições foram muito disputadas, com sessões de esclarecimento no pequeno salão da Junta da Freguesia, distribuição de panfletos com o programa, campanha porta à porta, colagens de papéis em portas, paredes e portões velhos.

Correram-se todas as ruas e por debaixo das portas, foram metidos quer programas quer papéis que ensinavam a lista onde deveria votar.

À saída dos trabalhadores das fábricas Dielmar e Lusitana, foram feitos inúmeros contactos pessoais e, pelas caras dos recetores se avaliava o sim ou não da votação nossa lista...

E, por esta forma de sondagem assim foram passando os dias, com mais ou menos encanto ou, desencanto.

Mas,  no dia da contagem dos votos, e, estando numa das mesas, balbuciei para quem me acompanhava, " para qualquer das listas, será um honroso segundo lugar ". Recordo.

Venci.

E, David Infante, no Reconquista deu nota da vitória.


No fim do mês de dezembro foram instalados os órgãos autárquicos, junta da Freguesia e, eleita a mesa da Assembleia da Freguesia, cujo Presidente foi o Engº. José Eurico Minhós Castilho.

 No início de janeiro,tomei posse como membro da Assembleia Municipal do Concelho de Castelo Branco.

De acordo com a lei das autarquias, os presidentes das Juntas das Freguesias faziam parte, por inerência, das Assembleias Municipais.


Fui eleito e depois?

Bem, começámos por reunir todas as terças e quintas feiras, para atender público.

Na Junta havia um funcionário administrativo, Carlos, vulgo "Carlos Macaquinho", que nas duas tardes, depois de sair da Dielmar, batia na máquina os atestados solicitados pelos fregueses, os ofícios da Junta, recebia e depositava dinheiro, enfim, toda a vida administrativa, por ele passava.

Ainda não existia a lei da finanças locais e, todo o dinheiro que a autarquia necessitava, dependia do Presidente da Câmara. 

UMA DEPENDÊNCIA TOTAL E ABSOLUTA.

Além do funcionário administrativo, havia um trabalhador a tomar conta do cemitério, Ti Matias e, a sua esposa, tratava da limpeza da praça, do WC do largo de Santo António, quiosque, e, mas seis ou sete trabalhadores que faziam todas as obras da Junta, cujo capataz era o Ti Joaquim Balbino. Um excelente capataz. Uma excelente equipa.

A junta apenas tinha a receita da venda das campas do cemitério, e, uma magra verba da coleta que o Necas Patrício cobrava no mercado e na praça.

O Necas Patrício foi por mim integrado nos trabalhadores da autarquia.


Como pagar o salário a tanta gente?

A Junta anterior, que vinha de antes do 25 de abril, do Sr. Santos, que sucedeu no cargo de presidente, após falecimento do Sr. José Dias, deixou a tesouraria da junta depenada.

Dois ou três meses antes de sair, gastou todo o dinheiro a distribuir por tudo e todos, futebol, lar, e, para cumulo do que digo e, David Infante deu nota no Reconquista, até comprou uma aparelhagem sonora, que se instalou no quiosque com quatro cornetas, altifalantes, que aborreciam os moradores que suportavam tal ruido musical, durante o dia.

Todas as "tcharnecas", tinham aderido a dar música aos tcharnecos... e, Alcains, também não poderia ficar sem a sua tcharnequisse...

Passado cerca de dois ou três meses a aparelhagem foi roubada e, até hoje, não se sabem quem, libertou Alcains desta, para o tempo, modernice.


Sem dinheiro para pagar salários, pedi uma entrevista urgente ao Presidente da Câmara que me recebeu.

(continua)


Manuel Peralta


Nota: O Presidente da Assembleia de Freguesia, Engº.  Minhós Castilho, enviou este texto, que publico.

"Por acaso, recordo-me que os componentes da Lista - 'Servir Alcains' - pagámos todos do nosso bolso os custos da 'campanha'. Até me parece que teríamos pago menos.

Factos associados a esta Lista poderão ainda ser mencionados - a formação da lista não teve o apoio de nenhuma organização partidária e teremos sido a 1ª lista do Concelho, a entregar todo o processo em Tribunal.

Quanto aos 'elevados interesses em jogo' a que David Infante levianamente aludira, desafiámo-lo em dois nºs daquele semanário a apresentar provas, o que ele nunca fez.

Após a posse, teremos sido ultrapassando creio até a Assembleia Municipal, a apresentar o regulamento de funcionamento da mesma Assembleia."

José Castilho

quinta-feira, 16 de maio de 2024

DAVID INFANTE, correspondente do RECONQUISTA em ALCAINS e, as eleições

 Era nesses tempos, 1979, David Infante o correspondente do Jornal Reconquista em Alcains.

Correspondente que já vinha de antes do 25 de Abril, era ele que dava notícia do que por cá ia acontecendo.

Havia outros jornais, nomeadamente o Jornal do Fundão, pouco lido em Alcains.

David Infante, era um personagem peculiar. Dava as notícias e, tinha por hábito, meter a sua "colherada" nos assuntos que publicava.

Foi o caso desta notícia, pequeno recorte que dou a conhecer.

Da leitura do mesmo, quem o ler, tire as suas conclusões.


Ora, no caso da lista Servir Alcains, tal insinuação caiu mal, mesmo muito mal.

Para limpar a nossa testada, reuniram-se os candidatos da lista e, foi decidido, enviar para o jornal, um breve apontamento para publicação, solicitando explicação ao articulista.

Podem ler.


O Reconquista, como era seu dever, publicou...


...mas claro, a insinuação de David Infante, nunca foi por ele esclarecida e, a partir daí, a sua relação enquanto correspondente do Reconquista com a lista e, nomeadamente, com o eleito posteriormente Presidente da Junta da Freguesia, apesar de democraticamente saudável, foi por ele, David Infante sempre de policiamento, umas vezes mais, outras, menos justo.

Como ele disse e escreveu, " quem não deve não teme", no caso em apreço por ele insinuado, caiu por terra tal insinuação.


Manuel Peralta


domingo, 12 de maio de 2024

SERVIR ALCAINS - QUANTO CUSTOU A CAMPANHA

Já naquela data, os partidos políticos, fizeram "tudo e mais alguma coisa", para impedir que a sociedade civil se organizasse e, com, ou, contra eles, disputasse o eleitorado.

Situação que a democracia (partidos) continua por resolver, pois foram criadas e, continuam, todas as dificuldades aos cidadãos que não se revêm nos partidos.

As despesas foram as seguintes.


Impressos gráfica de S. José ............................ 3.267$00 escudos

Resma de papel mais stêncil para impressão ........... 165$00 escudos

Plástico, pincel, cola e corda ............................... 80$00 escudos

Tintas mais pincel ........................................... 250$00 escudos

Documento de propositura, Ciclo, JMRafael ............. 90$00 escudos

Total ....................................................... 4.007$00 escudos


Pagou cada um dos elementos da lista, num total de 18, duzentos e vinte escudos (220$00).


Comparar a cidadania de então com a partidocracia de hoje... que Deus me valha!!!

Os partidos, entretanto, criaram uma entidade específica, só para isto, CONTROLO DAS CONTAS DOS PARTIDOS, paga pelos Portugueses que pagam impostos, que se queixa de falta de condições para os auditar.

Pudera, digo eu.


Manuel Peralta

quarta-feira, 8 de maio de 2024

FAVAS ME APERTA, NÃO COMERAS TANTAS...

Passeando pelas favas.

Sempre que se comem favas, é muito raro, não se ouvir a expressão, que titula este texto.

Agora que,  “Rurais e Lentos” vieram ao de cima com o “incontinente verbal”, Marcelo Rebelo de Sousa, já em pequeno, sempre ouvi quer minha Mãe, quer meu Pai, utilizarem a expressão, “ favas me apertam”, declamava a minha Mãe, a que respondia o meu Pai, “ não comeras tantas “, quando em nossa casa, na mais que rural e sem saída, rua do Degredo, se comiam favas.

Quer de esparregado, quer de grão, a quem já ouvi falar de “aporcalhadas”, e sopa, (creme) de favas.

Rescendia nesses tempos, por toda a casa de paredes de taipa, sobrado mensalmente esfregado, cozinha de “telha vã”, onde um fumeiro de  “marrantcho” de 10 a 12 arrobas baloiçava entre fumo de lenha de “aclipo”, sob lar de pedra com pilheira e palameira.

Um agridoce cheiro das ditas, inebriava a nossa casa.

A morcela moura que ainda hoje as aporcalha, vem daí…

Muitas, na nossa horta, era, sempre, uma grande leira delas.

Maio as dá, Maio as leva, era a expressão que ainda hoje perdura, entre rurais que cavam, estrumam, leiram, semeiam, mondam, regam e, por fim, colhem. E comem!!!

Que caras estão as hortaliças?

Oiço dizer a quem faz compras … mas, só quem trata, planta, semeia e colhe, sabe quão ingrata e sem dar ais, é a vida dos rurais…

Hoje, em conversa telefónica da Céu com uma amiga, em que as ouvia falar de favas, lá aparecia  a expressão, favas me apertam…


E de onde vem esta  expressão?

Em piada atribuída a BOCAGE, consta que, “quando um pai alertado pela filha de que um finório, de nome Favas, pagando em “latinhas”, se aproveitava em lúbricos avanças sobre a sua filha, donzela, esta gritava aflita: - “Pai, Favas me aperta” – Ao que o Pai , sem se aperceber do pagamento em latinhas efetuado, tranquilo, respondia: - “Não comeras tantas”.


Manuel Peralta


Nota. Pagar em latinhas.

Cara de lata, sem vergonha, descaramento, atrevimento, ousadia… é preciso ter muita lata!!!


A anedota foi contada pelo Engº. José Minhós Castilho.

domingo, 5 de maio de 2024

O PROTOCOLO DE LIMPEZA DA LÍRIA NA IMPRENSA

 Claro que foi, é notícia.


Para que fique registado e, para memória futura, dou à estampa, recorte do jornal RECONQUISTA, sobre o acontecimento.

Outros órgãos de comunicação social locais e regionais o fizeram, nomeadamente o jornal A GAZETA.

Também nas rádios locais, o evento foi notícia e, entre os Alcainenses, muitos me dirigiram palavras e email de agradecimento.

Ontem, 29 de abril, com a Srª. Engª. Sónia Mexia e a equipa dos SMASCB que vai realizar a obra, foi efetuada vistoria aos locais e tomadas as iniciativas que desde o matadouro Oviger até à Estação Elevatória dos efluentes domésticos, irão finalmente, resolvendo a questão, permitir que a água da Líria corra em todo o seu percurso limpa e liberta de poluição.


Darei notícia quando se iniciarem e finalizarem as obras.


Manuel Peralta

sexta-feira, 3 de maio de 2024

PUBLICO AS LISTAS DE CANDIDATOS, QUE CONCORRERAM ÀS PRIMEIRAS ELEIÇÕES DEMOCRÁTICAS, NAS AUTARQUIAS

 Servir Alcains



Por Alcains Concelho



APU - ALIANÇA POVO UNIDO



Passados todos estes anos, é bom recordar, lendo, onde estavam estes candidatos, no 25 de Abril.

Surpresas?


Manuel Peralta

quarta-feira, 1 de maio de 2024

“EU É QUE SOU O PRESIDENTE DA JUNTA“

Manuel da Paixão Riscado Peralta, foi o 1º Presidente da JUNTA da FREGUESIA de ALCAINS a ser eleito em democracia, nos finais de 1979, data das primeiras eleições autárquicas numa lista independente subscrita por cerca de 200 cidadãos eleitores da freguesia de Alcains.

Apresentaram-se a sufrágio três listas, a minha sob o lema  Servir Alcains, uma outra, Por Alcains Concelho, do Sr. Helder Rafael da Dielmar e, a terceira do PCP/APU, encabeçada pelo Sr. João Santos, (Visga, Calceteiro).

Quando se deu o 25 de abril de 1974, estava na Guiné-Bissau, na guerra colonial e só regressei em setembro de 1974. Era o Alferes de Transmissões de Infantaria do meu batalhão, nº. 4516/73.

Sobre essa data, refiro o que me contaram, nomeadamente uma fonte limpa que é o Engº. José Eurico Minhós Castilho, eleito na minha lista para Presidente da Assembleia da Freguesia, que, estava por cá e viveu e assistiu a tudo.

Sendo assim, quando aconteceu o 25 de abril, o Sr. Ramiro Rafael era vereador pela ANP, Ação Nacional Popular, na câmara de CBranco, primeiro vereador de Alcains.


O Sr Ramiro e, na altura o Governador Civil, Dr. Ascensão Azevedo, tiveram uma influência fundamental na elevação de Alcains, então Aldeia,  a Vila. Esta alteração de categoria da nossa terra ocorreu no dia 12 de novembro de 1971.

Claro que nessa data, nesses tempos, havia uma categoria de Alcainenses, denominados BAIRRISTAS, que eram pessoas que se interessavam pela melhoria da situação da nossa terra e, claro, dos Alcainenses que, em muito colaboraram e ajudaram a que tal objetivo se conseguisse, nomeadamente, Sanches Roque, Cunha Belo, José Dias, João Santos, Porfírio Isidro, Luis Lopes, (Tobias), Frutuoso Mateus, David Infante e muitos, muitos outros.

Já na Junta da freguesia e na qualidade de Presidente, propuz à Assembleia de Freguesia que se pusesse o nome de Av. 12 de novembro de 1971, à atual avenida que começa na rotunda do Seminário, até à estrada nacional 18. A avenida já estava aberta, mas em terra batida e ainda sem qualquer infraestrutura.

A Junta da Freguesia que vinha de antes do 25 de abril, era constituída pelo Srs. José Dias, João Santos e João Pereira.

Com o falecimento entretanto ocorrido do Sr. José dos Reis Dias, presidente, sucedeu João dos Santos e entrou o José Lopes da Silva.

Quando ocorre o 25 de abril, e como aconteceu em muitas cidades e vilas por todo o País, em Castelo Branco a câmara caiu, era presidente ANP, o Engº Manuel da Silva Castelo Branco que foi meu professor.

Sucedeu-lhe, sem eleições, nomeada uma Comissão Administrativa presidida pelo Dr. Armindo Ramos muito ligado ao PS, com quem lidei de muito perto.

As forças ditas democráticas com preponderância do MDP/CDE, Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral, tentaram e conseguiram em muitas outras situações mudar os existentes órgãos autárquicos. 

O MDP/CDE, era um partido proto comunista, da oposição ao anterior regime e, o mais organizado na altura. O Mestre Sousa de Alcains que fazia parte desse partido, juntamente com outros alcainenses e albicastrenses prepararam uma sessão para destituir a Junta da freguesia, ainda com José Dias vivo, e a “coisa“, para as forças ditas da democracia, não terão corrido nada bem.


A junta que vinha de antes do 25 de abril, manteve-se assim até às primeiras eleições autárquicas, ocorridas em 1979. A partir de aí e até hoje, todas as autarquias passaram em vez de nomeadas, a ser eleitas pelos cidadãos eleitores.

Nessa data, 1979, tinha 30 anos, era o autarca Presidente, mais novo no Concelho de Castelo Branco e presumo que até no País. Os autarcas eleitos para presidente, eram aquilo a que se chamava os “ homens bons das terras “. Quase todos de fato, gravata,  colete, corrente para o relógio e invariavelmente de chapéu. Mulheres, ainda nem pensar…

A grande maioria, tinha muita dificuldade em perceber os inúmeros documentos que lhes eram enviados, para discussão nas Assembleias Municipais. Não havia mesas e os chapéus eram colocados debaixo da cadeira em que se sentavam.

Em 1979 a lista que venceu as eleições para a Câmara Municipal, foi a AD, Aliança Democrática, sendo eleito Presidente o Dr. César Vilafranca.

Já na altura e, por razões profissionais, trabalhava nos ex CTT no largo da Sé em Castelo Branco, abandonei a presidência da Junta da Freguesia, fazendo apenas um mandato, e, nas eleições seguintes sucedeu na autarquia o Sr. João Santos.


Já na democracia, tinha ido da presidência da junta da freguesia de Cebolais de Cima para Governador Civil, o Sr. Alberto Romãozinho, que na data era militante do PSD, por nomeação governamental. Tornámo-nos amigos e fui por ele muito pressionado para integrar a lista do Sr. João Santos à Assembleia de Freguesia. Aceitei. O Sr. João Santos continuou.

Voltarei

Manuel Peralta