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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Líria – Que pena não lhe poder enviar o cheiro

 Drª. Isabel Damasceno, Presidenta da CCDRCentro.

Ao capturar hoje, 9.8.2021,  as imagens destas fotos na ribeira da Líria, Alcains, mesmo com máscara covid, o vómito começou a pular garganta acima.

Cágados, “ratazanas acoelhadas”, galinholas, nuvens de mosquitos e melgas, entre outra fauna, ali nadam, procriam por entre tabuas e outros infestantes lenhosos que obstruem completamente o repudiante leito da Líria.

Câmara, Junta, Apambiente, Drh/Tejo, Sepna GNR, Igamaot, Oviger, conhecedores da situação nada fizeram, nada fazem…A situação mantém-se. Ponto. Desde sempre. Desde que o matadouro, ex Consal e agora Oviger começou a laborar. Há vários anos, cerca de 50 . Matadouro que comprou na Alemanha os equipamentos fabris, quando já ali eram obsoletos. Esta empresa sempre viveu com dificuldades até hoje, e a sua ETAR … ao deixa andar…

Proprietários confinantes, sofrem com o desleixo e a impunidade com que estas autoridades, ao longo de vários anos, se eximem no cumprimento do dever de proteger o ambiente e os cidadãos. 

A Líria é um caos ambiental, podem ver e confirmar.

Promessas de Morão/Correia, e do ex diretor do ambiente Carlos Cupeto, que prometeram canalizar os efluentes industriais quer da ex Consal, quer da atual Oviger, para a ETAR, não passaram de mentiras. Tudo ali está pior. Chega a correr sangue limpo.

A falta de recursos da entidade que deveria fazer as análises aos efluentes, quando as denúncias se fazem, mas que se limita a olhar para a trampa que a Oviger evacua para a Líria, mais das vezes pela calada da noite, como dizem os proprietários confinantes, não pode continuar a ser desculpa para que a impunidade ambiental frutifique.

Com exceção do SEPNA/GNR que mostra eficiência nas denuncias, não consegue ser eficaz, tudo continua por resolver.

Quando da inauguração da dita zona verde pela dupla Sócrates/Morão, que acompanhados dos dependentes do costume, prometiam uma Líria inodora, insípida e incolor, com passarinhos a chilrear, e o repuxo a deitar água limpa, não deixo de me rir.

Cada vez mais entendo que fiz bem, mais três amigos, passearmos de máscara perante a comitiva, prenunciando o que hoje ainda acontece. Impunemente. Sem que as autoridades ambientais e políticas cumprissem perante os indefesos cidadãos os seus deveres.

Nas suas atividades de agricultura, os proprietários confinantes, em tempos de calor, não suportam os fétidos cheiros que por ali pululam, as águas dos poços contêm elevados teores de efluentes que por infiltração ali ocorrem, as ratazanas dizimam as colheitas, e o elevado teor de moscas e mosquitos, provocam nos hortícolas as doenças próprias destas pragas.

Os rebanhos de ovelhas dos pastos circundantes fogem do cheiro da trampa da Oviger e até os caçadores se queixam que os cães quando inadvertidamente ali bebem água adoecem, deixam de comer e acabam por morrer. 

Muito mais poderia dizer sobre este grave problema ambiental de Alcains. 

Com a fábrica do bagaço em “standby”, outra oferta da Câmara e Junta da Freguesia, (Morão/Correia/Cristina/Mário), é tempo de as autoridades que aqui refiro, Câmara, Junta, Apambiente, Arhtejo, Sepnagnr, Igamaot, Smcb, se entenderem, e, resolverem de vez esta situação.

Enquanto esta situação não for resolvida, não deixarei de a denunciar junto de tudo e todos, porque é um ato de justiça.

A qualidade de vida na minha terra, vale o esforço.

Ao dispor.


Manuel Peralta

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