Claro, por este nome e sem foto quem poderia ser?
Refiro-me ao Barrêto, o Carlos, que decidiu com a família fixar-se nos Toulões.
Sabe Sr. Manel tenho lá casa e terra, herdo da minha companheira, Isabel Rolo Martins.
O Carlos Barrêto, com quem convivi de perto e do qual conheço a sua família, era o homem que me cavava o quintal, que raspava a erva e que pastoreava 40 a 50 máquinas de cortar relva na ribeira da Líria.
Com fato e bota de horta, ao lado dele, aprendi a dar a volta à terra, a cavar, a esborralhar, a fazer bredas, a fazer gomas, e, a mondar sem tretas fiz-me quase agricultor de letras...
Cumpria uma função social importante, pois ajudava os caixões a descer à cova nos funerais, a subir pesadas urnas nos jazigos, matava quer carneiros, cabras, ovelhas e borregos.
Fumava de quando em vez um cigarrito... não bebia bebidas alcoólicas.
Como me contava, trabalhava para muitas pessoas de Alcains no arranjo de jardins, espalhando estrume nas hortas, mudava pesadas mobílias nas casas, podava, cavava, plantava...
Com ele, a ribeira da Líria estava bem barbeada, menos abandonada...
Especialista em trabalhos que a generalidade da sociedade rejeita, mas de valor social indiscutível, partiu há tempos com a família, tranquilo, ainda com ilusões, para os Toulões.
Com a partida do Barreto, não há mais quem faça o que se fazia... encostados uns ao Rendimento Social de Inserção, outros ao Rendimento Mínimo Garantido, Alcains fica mais parecido com o País, não lavado, encardido...
Manuel Peralta
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