Páginas

domingo, 30 de junho de 2024

UMA AMBULÂNCIA PARA A VILA

Em novembro de 1981, aquando das comemorações do 10º. Aniversário da elevação da Aldeia de Alcains a Vila, havia um elevado entusiasmo dos Alcainenses pela forma como as festas haviam decorrido, pelo relevo e notoriedade que Alcains alcançou quer a nível local e regional, e pela presença do General Eanes, a nível nacional.

Televisão, rádios e imprensa nacional, para aqui se deslocou e das comemorações, deu boa nota. Voltarei ao tema com mais pormenores, em outro apontamento futuro.


Apresentaram-se então na Junta vários Alcainenses, desafiando-a a ajudar a dar corpo a uma comissão que se propunha angariar fundos em peditório, para a compre de uma ambulância. De memória, relembro os nomes de João Carrega, José Lopes da Silva, Manuel Lopes da Silva, José Pereira de Jesus, Sebastião Galoa e, peço desculpa por a minha memória não esticar mais… se, quem me lê, conhecer mais, que me informe ou, o faça em comentário.

Claro que o apoio da Junta foi total e eu, com a comissão, andei pelas ruas a fazer o peditório. Peditório este que foi muito bem acolhido pela generalidade das pessoas que colaboraram bastante, o dinheiro arrecadado é bem expressivo da adesão à iniciativa.

O Jornal do Fundão e o Reconquista davam nota de peditórios, e o Reconquista dava nota de peditórios entre os emigrantes, mas quer à comissão quer à Junta nem um tostão chegou, bem me lembro. Da parte das empresas, idem, o dinheiro conseguido foi dos bolsos dos habitantes de Alcains, 100%.

Claro que numa terra completamente dependente da boa vontade do Presidente da Câmara, não havia sequer lei das finanças locais, foi preciso muita ginástica para montar este serviço ao munícipe, desde garagem para recolha, um motorista em serviço de 24 horas, manutenção e, dar conhecimento público para que, em caso de necessidade, se tivesse acesso ao serviço.

Fiz um “flyer”, folheto, de aviso que foi maciçamente distribuído por todas as casas, dou qual dou nota para a posteridade.

Houve entretanto uma Grande ajuda especial do Alcainense Senhor António Ramalho, que tinha onde hoje está a CGDepósitos, uma oficina de automóveis, pois foi ali de forma GRATUITA que sempre se fez a manutenção da ambulância, uma bela carrinha de marca Mercedes Benz. Um agradecimento e reconhecimento da minha parte. Um BEM HAJA, com letra grande.

Quando se recebeu a viatura, foi feita no largo de Santo António, pelo Sr. Vigário, Padre António Afonso Ribeiro, a bênção da dita e, a partir desse dia ficou ao serviço de quem a solicitasse.


Claro que o dinheiro que faltava para a pagar na totalidade ficou a cargo da junta e, lá foram mais 200 contos, sacados ao Dr. Vila Franca.

A viatura teve vários motoristas ao longo do tempo, até que o Joaquim Valente Saraiva, vulgo Joaquim Feijão, contratado para o efeito, se ocupou deste serviço e, dele sempre tive por parte de quem a utilizava, rasgados elogios pela sua humanidade e espírito de serviço comunitário, um Bem Haja para ele.

Não sei quando, mas a viatura deixou de existir.


Manuel Peralta

quarta-feira, 26 de junho de 2024

ASSIM, SIM. TRABALHO BEM FEITO.

Enviada: 19 de junho de 2024 10:49

Para: 'freguesiaalcains@gmail.com'

Cc: Presidente CMC.B.


Bom dia


Apesar da chuva, decorre neste momento um trabalho que urgia fazer.

O lamentável estado em que, ao longo de várias semanas, se manteve a situação, está a ter um fim.

Agora, uma Senhora, arranca manualmente as ervas daninhas que já tinham bem meio metro de altura.

Uma desastrada equipa munida de moto roçadora, foi, em tempos, por mim mandada retirar, pelo simples facto de que, ao trabalhar sem qualquer cuidado, projetava inúmeras pedras para o meu jardim e para a via pública.

Por outro lado, as projeções de pedras para a via pública já originaram dois pára brisas partidos por aqui, e, ainda as projeções das pedras deterioraram o meu portão, com vários picos das mesmas.

Foi esta a razão da minha intervenção.

Como venho dizendo, é muito fácil fazer este trabalho manualmente, até porquê, eu mesmo, já o fiz.

Feito este reparo, obrigado pelo bom trabalho que está a ser feito.

A solução é esta, continuem.


Manuel Peralta

sábado, 22 de junho de 2024

LÍRIA - 1 POLUIÇÃO - ZERO

Como me havia prometido a Srª. Engª. Sónia Mexia dos SMASCBranco, no dia 11 de junho de 2024, junto à estação elevatória dos efluentes domésticos de Alcains, equipamento este propriedade das Águas de Lisboa e Vale do Tejo, iniciaram-se as obras que permitirão, ACABAR COM A POLUIÇÃO NA RIBEIRA DA LÍRIA.

A foto que aqui reproduzo, atesta a veracidade do que ali se passa.

Na ETAR Industrial do matadouro da FORTUNA/OVIGER, ali no cruzamento de São Domingos, as obras de tratamento dos efluentes industriais que poluíam a ribeira, já se haviam iniciado há algum tempo. Isto porque a empresa das ALVTejo, só permitiu que os efluentes industriais da Fortuna/Oviger entrassem na sua estação elevatória, tratados dentro dos parâmetros ambientais a que a lei obriga.

Resolvida esta questão, deram-se assim início aos trabalhos por parte dos SMASCBranco.

Por participação que em tempos fiz às autoridades ambientais, fui intimado a prestar declarações no Posto da GNR de Alcains e, eventualmente terei de ser presente a juiz no Tribunal de Castelo Branco, assim me informou que me ouviu no referido posto.

Aguardo com a serenidade dos justos...

Foi, é, uma luta de vários anos que tem, tenho a certeza, de que vai ter FINAL FELIZ.

Voltarei ao tema, se se justificar.


Manuel Peralta

quarta-feira, 19 de junho de 2024

AGÊNCIA da CAIXA GERAL de DEPÓSITOS

Havia quer na junta eleita, quer nos eleitos da oposição, um positivo e estimulante consenso, para elevar Alcains. Nas inúmeras reuniões havidas da Assembleia da Freguesia, quase não se distinguia quem era da oposição ou do "governo" da junta, PCP/APU, (Partido Comunista Português/Aliança Povo Unido), na pessoa do Ti João Visga, incluído. 

Desde a criação de uma equipa de Bombeiros, passando por uma seção de finanças até a uma AGÊNCIA DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, tudo parecia possível e, eram por todos, acarinhadas as diligências da Junta para que tudo se concretizasse. 

Era nesta data, o Dr. Mário Adegas, Secretário de Estado da Finanças. Entretanto saiu deste cargo e foi para administrador da Caixa Geral de Depósitos. 

Se não deitaram fora, deve estar nos arquivos na Junta da Freguesia uma exposição que fiz ao então Secretário de Estado, com cópia para a Caixa Geral de Depósitos, a solicitar, pedir, que face ao desenvolvimento de Alcains, seria desejável criar em Alcains um agência da dita, para apoio ao nosso desenvolvimento.


Do assunto deu nota o Reconquista, conforme notícia acima.

Pedi então uma entrevista ao Dr. Mário Adegas na CGD em Lisboa, que me recebeu e, a quem expus a nossa, de Alcains, pretensão. Levei comigo uma quantidade elevada de indicadores, desde população escolar, habitantes, indústrias, comércios e, neste particular, os pagamentos de impostos que, o Sr. Cunha Belo do escritório da fábrica Lusitana, conhecia. Foi uma conversa muito agradável e, o Dr. Mário Adegas, disse ser conhecedor da pretensão, pelo que a despachou favorável, mas condicionalmente... assim.

ALCAINS SERIA DAS PRIMEIRAS SITUAÇÕES A CONSIDERAR, DEPOIS DE TODAS AS SEDES DE CONCELHO, TEREM UMA AGÊNCIA DA CGD.

A nossa terra não era sede de concelho.

Era sim, é, a maior freguesia do concelho.


E foi, mas foi uns anos mais tarde, presumo que no mandato do Engº. Rogério Martins, que tal pedido de efetivou.

Até hoje.

Sobre a criação de uma Seção dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco em Alcains, a Junta fez uma exposição ao Comando dos Bombeiros para esse efeito.

A Assembleia da Freguesia convidou o Comandante Vilela a esclarecer a situação em reunião em que esteve presente e, foi uma desilusão total, não mais voltei ao assunto.

Mais tarde durante pouco tempo, e não no meu mandato, chegou a funcionar no edifício onde hoje está sedeada a Junta, uma seção das finanças, teve placa na porta, mas foi sol de pouca dura, de memória.

Regressou a Castelo Branco.

A agência da CGD de Alcains, prestou e continua a prestar um excelente serviço aos seus clientes. Não apenas de Alcains, mas a todos os clientes das  freguesias e localidades próximas que aqui se deslocam para o efeito.

Como a gestão da CGD tem vindo a fechar muitas agências, temo pela nossa, somos freguesia e não sede de concelho. Em Castelo Branco a racionalização de efetivos da CGD chegou a tal ponto que, devido ao elevado tempo de espera para atender, muitos clientes da cidade se deslocam a Alcains, onde não há, infelizmente, demora no atendimento.

Pelo que leio e ouço, apenas nas sedes de concelho, a CGD se vai manter. O seu capital é público e a política decide, independentemente da valor, peso monetário, de cada localidade.

Temo pelo balcão de tesouraria da CGD de Alcains.

Que virá a seguir?


Manuel Peralta

sábado, 15 de junho de 2024

NOVO RELÓGIO PARA A TORRE DA IGREJA MATRIZ

Em 1980 não havia a profusão de relógios que hoje existe.

Por outro lado, a tradição e também a necessidade, conjugavam-se em plenitude para que a ausência de horas públicas, fossem motivo de elevada controvérsia.

Foi nesta situação que a junta da democracia, teve de resolver esta popular situação.

Dou nota da local do Reconquista, desta vez já com o problema resolvido, entre outras de alerta e crítica para o avariado, parado, relógio de então.

Quem tomava conta do relógio era o Sr. Manuel Aurélio, sapateiro de profissão, e que residia na rua da Liberdade a poucos metros da igreja, da qual recebia uma retribuição mensal. As janelas da torre onde se encontrava o mecanismo do relógio, era um relógio mecânico e manual,  não tinham rede e, este mecanismo, estava repleto de toda a sujidade de pombos, ninhos, e de cegonhas que ainda hoje ali se encontram. As duas sinetas dos quartos de hora estavam rachadas e os quartos eram, quando ainda tocavam, de som choco. Para dar corda diária ao relógio, teria quem a desse, de subir e descer cerca de 70 escadas de granito e em caracol. A corda do relógio consistia em fazer rodar manualmente uma alavanca, que fazia subir duas pesadas pedras, uma para os quartos e outra para as horas.

Considerou a junta que seria melhor arranjar um relógio novo e, para tal, foi consultada uma empresa de Braga, especialista na matéria, que fez visita ao local, e apresentou um orçamento de 300 contos, que a junta de imediato adjudicou. Não resisto a contar o que comigo se passou, com o relógio avariado. No adro da igreja, em conversa com outros Alcainenses, enquanto na igreja se procedia à missa de um funeral, aproxima-se do grupo o Ti Eugénio, cego, e carpinteiro de profissão, que residia no então asilo, Major Rato, e me questiona, dizendo.

- Óh Sr. Manel, mande lá arranjar o relógio que eu é como que estou no fundo de um poço, não sei às quantas estou nem às quantas ando!!!

Ao ouvir, ouvirmos, tal lamento, lá lhe prometi que estava a resolver o assunto, mas disse para mim mesmo - SE RESOLVER ESTE PEDIDIDO, JÁ VALEU A PENA TER PASSADO PELA JUNTA.

E resolvi, resolvemos.


Com a chegada do NOVO RELÓGIO,  foram então instaladas as duas sinetas dos quartos, novas, fechadas com rede as janelas da torre, instalada a  energia elétrica na torre, instalação de dois motores elétricos para os quartos e horas, colocação de um relógio padrão no rés do chão da torre para, a partir dali, se acertar o relógio, evitando a subida diária das escadas, e horas certas a toda a hora e a todas as horas. Os funcionários da junta sabiam acertar o relógio da torre, reduzindo custos por prestações de serviços por particulares.

Com tristeza dou a conhecer a situação atual.

Eram 10 horas de hoje, dia 10 de junho de 2024, quando tirei esta foto. Os ponteiros estão assim parados há vários meses. Apenas o sino das horas dá sinais de vida... o mostrador está avariado, os ponteiros estão em greve...

Tristeza e deixa andar...

Até quando?


Manuel Peralta


Ainda sobre relógios...

Conheci de perto o Ti José dos Santos, que morava no cabeço na parte de cima do loteamento do Regatinho. Era cego de nascença.

Na barbearia do meu padrinho, Manuel Da Paixão, no Outeiro, paredes quase meias com as tabernas do Ti Requeita e da Ti Marreca, ouvia-o recitar esta quadra.


ALCAINS ESTÁ MUITO AUMENTADO

JÁ VALE MAIS UM TOSTÃ

JÁ CÁ TEMOS A LETRICIDADE

E UM RELÓJ DE REPETIÇÃ


Nas segundas feiras, com um dos filhos iam de burro para Castelo Branco, fazer o seu peditório. No mercado onde hoje estão as ditas docas, havia m umas tabernas, e o Ti Zé

lá ia com o filho beber um copito de vinho. Perguntava o Ti Zé ao filho, depois de o taberneiro encher o copo. - Então filho, vai de roda ou vai ao centro? Respondia o filho. - Vai de roda, Pai. Então bebo. Conclusão.

Quando vinho tinha água, as bolhas do vinho juntam-se ao centro, sem água

ficam á roda do copo.

Assim o dizia.

terça-feira, 11 de junho de 2024

ALARGAMENTO DA RUA DO FUNIL

A junta, levou à Assembleia da Freguesia uma proposta para que se adquirisse uma casa velha, em ruinas, junto ao edifício da antiga Junta da Freguesia, que ficava do lado direito quando se ia da praça, Fonte Romana, para a capela do Espírito Santo, na rua do mesmo nome, Espírito Santo.

Isto porque o Sr. Mateus Mendes, decidiu lotear a horta de seus pais e, com isso, permitiu a abertura da Rua do Vale do Bravo, "balbavro", entretanto denominada, não pela minha Junta, rua do Álamo, atualmente. A "quelha do balbavro", assim se chamava, não tinha saída e era uma das várias casas de banho dos moradores da zona.

A rua do Espírito Santo, não tinha saída, quando se virava à direita. Havia por ali uma série de pequenas casas e um portão que dava acesso a uma horta. O dono da horta queria abrir ali uma rua, denominada mais tarde Rainha Dona Leonor, para vender um ou outro lote, e, fazer casa, que desse continuidade à rua do Vale do Bravo, entretanto aberta.

Uma das juntas antecedentes, tinha por ali comprado uma outra casa para alargar a rua, mas, a coisa não terá corrido bem, abriu-se mais uma quelha, e, o que a populaça referia era que "aquilo" era a rua do funil...

Fins da década de sessenta, início de setenta, era costume haver na Casa do Povo sessões culturais com peças de teatro, variedades e comédia, era este o prato completo da cultura de então. E, nas variedades, havia fados, como "Oh! Tempo Volta Patrás", canções, "Amores de Estudante, Rosas Brancas, ambos tangos, e Tchorona", que o Anselmo Sanches dono de uma excelente voz, cantava, parcas cantigas de intervenção, políticas, desgarradas com quadras soltas.

Acompanhado pelo manos Messias, Manel e João, de MINHA AUTORIA cantei, em desgarrada, entre outras quadras, esta.


***

ALCAINS TEM BELAS RUAS

AVENIDAS MAIS DE MIL

MAS A MAIS BELA DE TODAS

É A RUA DO FUNIL

***


A proposta de compra da casa em ruinas foi autorizada pela Assembleia, e, ao lado desta, existia o pequeno e degradado edifício da junta da freguesia, que era então a sede da Liga dos Amigos de Alcains, cujo Presidente era o Dr. Fernando Atayde Ribeiro, secretariado pelo Engº. José Eurico Minhós Castilho.

A Liga dos Amigos de Alcains, tinha uma pequena biblioteca que, por acordo, foi transferida para a Junta, e as suas reuniões passaram a ser feitas na Junta da Freguesia.

Resolvidos estes casos, foram demolidos os dois edifícios o que permitiu abrir a rua, que hoje tem um pequeno largo, foi destruído o dito funil, construiram-se novas casas e hoje circula-se com facilidade desde a rua do Álamo até ali.

As fotos são ilustrativas da situação atual.


Manuel Peralta

sábado, 8 de junho de 2024

TRÂNSITO EM ALCAINS


1. Em janeiro de 1980, o trânsito em Alcains continuava como dantes, sem qualquer alteração.
Sinais de trânsito, não haveria mais que meia dúzia.
Quem entrava em Alcains vindo dos Escalos passava pela Casa do Povo, EN 352, continuava pela igreja matriz, seguia pelo largo de Santo António, passava ao lado da fábrica Lusitana, estrada de Santo António, e continuava, pelo seminário, até ao cruzamento de São Domingos. O percurso inverso existia, o que causava enormes constrangimentos na fluidez, nomeadamente no pequeno largo da igreja.
Na avenida da Levandeira já se circulava, mas o tráfego interrompia-se perto do Clube Recreativo, visto que as obras de cobertura do ribeiro da Líria, na zona dos antigos urinóis, ainda não estavam concluídas.
Esta avenida, pela junta batizada de Avenida General Ramalho Eanes, por ali estar a casa onde o general nasceu, estava em terra batida com muito pó no verão e muita lama no inverno.
Foi a junta da democracia a concluir estas obras, de conclusão da cobertura do ribeiro onde estavam os urinóis públicos, a calcetar com granito de Alcains toda a sua extensão, a meter esgotos, águas lancil e passeios para os transeuntes, permitindo assim a circulação.
Com estas obras, permitiu-se ali construir não só belas moradias e os prédios urbanos ali agora existentes.


2. Por outro lado, a ribeira da Líria já se encontrava coberta, desde o café do André Esteves, "Requeita", até a casa dos móveis Aquinos na avenida 12 de novembro de 1971.
Estava coberta com placa de cimento, mas não se podia circular, pois havia uma quantidade elevada de tampas de escoamento de águas pluviais que impediam aa circulação automóvel.
Decidiu então a junta tornar viável a circulação do trânsito calcetando toda a cobertura da ribeira desde o café Esteves, passando por onde hoje está a CGD, largo do Chafariz Velho, Seminário até à casa do Sr. João Santos, na avenida 12 de novembro de 1971.
Em todo este percurso, foi colocado lancil para os passeios, instalada rede de esgotos, águas pluviais, águas da rede dos SMASCB, e o largo do Chafariz Velho foi igualmente calcetado, e o poço que ali existia e estava atolado em lixo, foi limpo, lavado e colocada uma tampa, que ainda hoje se mantém.


3. Enquanto decorriam estas obras, decidi então contactar a JAE, Junta Autónoma das Estradas, na pessoa do seu diretor e meu amigo, Engº. Santos Marques, para visitar Alcains e elaborar um estudo, projeto, do trânsito em Alcains.
Concluídas as obras, foi então colocada toda a sinalização que ainda hoje praticamente existe, e o trânsito passou a ter a fluidez que ainda hoje tem, com os DOIS SENTIDOS que todos conhecemos.
A única alteração ao plano ocorreu quando as viaturas que prestam serviço à fábrica Lusitana, passaram a circular junto à ex oficina de granitos da empresa Sanches e Barata, e por detrás do Seminário passaram a ter aceso à fabrica.
Com esta alteração foi possível retirar no largo de Santo António, o acesso à fábrica, 44 anos depois. Todo o resto do plano, com uma ou outra melhoria de pormenor, se mantém.




Manuel Peralta

quinta-feira, 6 de junho de 2024

A CARA DA ESTÁTUA DA LIBERDADE

Por me parecer de interesse histórico geral, dou a conhecer um texto que pessoa amiga me enviou.

Como é que a viúva do criador das máquinas de costura Singer deu o rosto à Estátua da Liberdade? 

A vida de Isabella Boyer é um romance emocionante. Nasceu em Paris, numa família de um pai pasteleiro africano e uma mãe inglesa. O nome dela era Isabella, um nome lindo que terá sido a base de um belo destino.

Rapidamente ficou claro que a natureza presenteou Isabella com uma beleza especial. Aos 20 anos casa-se com o fabricante de máquinas de costura Isaac Singer, 50 anos, e após a sua morte torna-se a mulher mais rica do país. Não admira que tenha sido escolhida como modelo para a Estátua da Liberdade, porque encarnava a realização do sonho americano.

Depois de ficar viúva Isabella começou a viajar pelo mundo, em busca de novos conhecimentos e desafios emocionantes, muito jovem para ser enterrada sob roupas de luto. Casou-se novamente com um violinista holandês Victor Robstett, que era uma celebridade mundial e um conde, tornando-se uma condessa. Isabella torna-se a estrela dos showrooms na América e na Europa e é convidada para todos os eventos mundiais.


Num deles conheceu o famoso escultor francês Frederick Bartoldi. Na época, Bartoldi ficou fortemente impressionado com sua viagem aos Estados Unidos, pelo tamanho do país, pelos seus recursos naturais, pela população, e já tinha aceite a proposta de criar uma estátua simbolizando a independência dos Estados Unidos. A escultura seria um presente de França em honra do 100o aniversário da independência do país. Assim nasceu a ideia de uma estátua baseada no Colosso de Rodes, com uma figura feminina que representa Libertas, deusa romana, representando uma mulher segurando uma tocha numa mão e na outra a tabula ansata (uma tabuleta que evoca uma lei) sobre a qual está inscrita a data da Declaração da Independência dos Estados Unidos, 4 de julho de 1776


Bartoldi ficou tão impressionado com o rosto de Isabella que decidiu usá-lo como modelo para sua escultura.

Portanto, na Ilha Bedlow, no Golfo de Nova Iorque, a Estátua da Liberdade foi erguida com a figura de uma antiga deusa, mas com o rosto de Isabella Boyer. 

Isabella casa-se pela terceira vez aos 50 anos, com Paul Sohege, um famoso colecionador de arte. Faleceu em Paris em 1904, aos 62 anos e está enterrada no cemitério Passy. Mas a estátua com o seu rosto continua a erguer-se sobre a Ilha Bedlow, simbolizando o primeiro orgulho americano, a liberdade. 

Manuel Peralta

sábado, 1 de junho de 2024

ASSEMBLEIA DA FREGUESIA

A Assembleia da Freguesia de Alcains, tinha aprovado o seu REGIMENTO, baseado no decreto lei respetivo de funcionamento das autarquias, Câmaras, Juntas e outras organizações de poder local, que não tinham dimensão para ser autarquias ou, por tradição outras formas de associação, baldios, etc, que a lei respeitava.

Havia reuniões ordinárias previstas no regimento, bem como as extraordinárias e, o regimento previa igualmente as condições não só de funcionamento mas também outras reuniões convocadas por cidadãos eleitores.

Dou exemplo de uma convocatória de uma reunião da Assembleia da Freguesia, convocada pelo Presidente, José Eurico Minhós Castilho, em 18 de março de 1980.


Para lá dos pontos obrigatórios na convocatória, sobre os quais a Junta, obrigatoriamente, teria de dar esclarecimentos, que transcrevo,


1. Regimento, análise de alguns pontos.

2. Plano de atividades.

3. Toponímia.

4. Outros assuntos de interesse para a Freguesia.


Neste ponto 4, a Junta da Freguesia levava para discussão os seguintes assuntos..


1. Compra da casa em ruinas junto à Junta da Freguesia velha.(a caminho do Largo do Espírito Santo).

2. Autorização para se anular a escritura do terreno do Infantário.(Dr.

Ulisses Pardal).

3. Eleição do membro da Junta que iria assinar a escritura.

4. Sinalização do trânsito.

5. Autorização para se aumentar o custo das sepulturas de 4 para 5 contos.

6. Alcains Concelho.


Sem prejuízo de abordar os outros temas, vou debruçar-me sobre os textos quer da Ordem de Trabalhos quer dos temas que a Junta da Freguesia levava para discussão.

Assim.


TOPONÍMIA.

Tinha freguesia um grave problema de toponímia.

Números de polícia quase inexistentes, elevada quantidade de ruas sem nome, outras com nome dado por particulares, como o caso de uma rua no bairro das flores, cujo morador "Engrácio", de seu nome, havia colocado a placa.

As placas com o nome das ruas eram quase inexistentes, os nomes eram pintados nas paredes, as escrituras de compra e venda de prédios eram uma confusão, e, o carteiro Elias e o chefe dos correios de Alcains, Sr. Jorge, queixavam-se da dificuldade em entregar cartas.

Que se fez então.


Falei com o "Ti Chico Pintor", pai e avô da família Serrasqueiro, já de vetusta idade, que sob minha orientação deu uma volta completa à Freguesia pintando números de polícia em todas as portas, portões, em todas as ruas.

Andou quase um ano nisto.

Com Sanches Roque e Cunha Belo, da comissão da toponímia, foram fabricadas e instaladas placas em mármore com os novos nomes das ruas, aprovadas em sessões da Assembleia de Freguesia.

Dou exemplo de dois casos.

A rua que o "Faz Meia" particularmente loteou, onde estava a oficina do "Parteiro", chamava-se Travessa da estrada de Santo António, e foi denominada de José dos Reis Dias. (ex. presidente de junta).


A rua que se iniciava no chafariz velho, ao lado da Dielmar, e que se prolongava até ao Ciclo Preparatório, não tinha nome e, foi decidido atribuir-lhe o nome de José dos Reis Sanches Júnior, marido da Senhora Dona Teresinha Sanches, e filho do Senhor José dos Reis.


Foi esta família que ofereceu o terreno a Alcains para ali ser construído o Ciclo Preparatório.

Não resisto a contar o que me aconteceu.

Passados dias de colocação da placa vem a Dona Teresinha falar comigo, e, de lágrimas nos olhos, comovida, agradeceu tal atitude da autarquia.

Nem tudo é mau na vida...

Os brasileiros dizem que "reconhecimento não compra pão", replico eu que "nem só de pão vive o homem".


Manuel Peralta