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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Blog aberto

Coimbra – o “velho” Instituto Industrial morre de pé

Tal como a palmeira que seca ou quase, se mantém orgulhosamente erecta, as paredes daquele que foi o Colégio Camões, a partir de Out 1965, o Instituto Industrial e mais tarde, talvez ainda na década de 70, acolheu o Instituto Comercial, pois este edifício de elevada volumetria naquela Rua aos Olivais, chamada de Luís de Camões, apresenta um estado comatoso.


Paredes grafitadas, vidros partidos, vegetação bravia que cresce a eito, ali está ao abandono, desconhecemos a quem pertence, progressivamente corroídas as suas estruturas, até que o tempo irremediavelmente o derrube. Naquela manhã fria de Dezembro, ali estávamos frente a um edifício carregado de história e de muitas “estórias”. As “estórias” que por terceiros fomos ouvindo relativamente ao tempo em que funcionou como colégio interno, acolhendo normalmente alunos de posses, mas pouco amigos da disciplina e do estudo.


Contavam-se fugas com cordas feitas de lençóis e até da colocação de batatas nos tubos de escape dos padres responsáveis. João Maria Tudela, ao que me recordo de ter lido, terá sido um dos “ bons vivants” “deste Colégio.

Cartão de estudante do IIC

Entretanto em 1965, o Ministério da Educação terá negociado com os donos do espaço e em Outubro, desse ano, começava a funcionar ali o Instituto Industrial de Coimbra. E o país passava a ter três Escolas de Engenharia de nível médio : o mais antigo, o IIL em Lisboa, o IIP no Porto e o neófito IIC, em Coimbra. Apenas com dois cursos : Electrotecnia e Máquinas e Química Laboratorial e Industrial.

Estudantes com origem em Castelo Branco
De pé - Carlos Portugal, Manuel Peralta e João Manuel Baptista
Sentados - José Minhós Castilho e Pontes Nunes

À frente do IIC, ficaria o Engº Acácio Rocha, um ex-inspector do Ensino Técnico Secundário, e que alguns alunos já tinham visto passar pelas Escolas Secundárias que frequentavam, a quem já não sei como nem porquê, a certa altura começámos a apelidar de “Tarefas”.

MC - Artista de Teatro no Instituto

Eram Cursos de 4 anos, como se percebe, nos primeiros anos, os que lá andámos, com uma frequência escolar baixa, e em que todos os alunos, mesmo de cursos diferentes se conheciam. Os primeiros alunos formados, saíram em 69, eu que entrara em 66 saí em 70 e o “homem do leme” que entrara em 67, sairia em 71.

MC num baile no próprio Instituto

E ali passámos bons anos da nossa vida estudando a sério, uns mais do que outros, brincámos, namoraram, alguns, fizemos teatro, dançámos, e formámo-nos como técnicos e como homens.
Estudar em Coimbra era um privilégio, ainda que com a designação de “futricas”, isto é, não sujeitos às praxes da academia, mas não podendo usar capa e batina.
À sua espera, no fim do curso, naqueles anos de 69, 70 e 71, a maioria teria o Curso de Oficiais Milicianos em Mafra, ou as Escolas Práticas de Sargentos Milicianos, nas Caldas da Rainha, Tavira ou Santarém, se não estou em erro. E a Guerra Colonial no horizonte.


Pois o Curso do “homem do leme” que terminou em 71, resolveu comemorar os 40 anos do mesmo. E eu, á boleia da minha mulher, que concluiu no mesmo ano, aí vou também.
Esta decorreu na Mealhada, na Escola Profissional que um dos aniversariantes dirige, em volta do bom leitão da Bairrada.
Poucos faltaram à chamada. Recordaram-se os bons momentos, houve recolhimento pelos que já partiram, falou-se de professores e de outros que compartilharam alguns dos nossos passos no velho Instituto e a vontade de repetir o encontro em Setembro deste ano, desta vez em Gouveia.
E porque numa comemoração deste género, existe sempre o verso e o reverso, eu e o “homem do leme” passámos pelo “velho” Instituto que nos acolheu e ele tirou as fotos, que são, palavras dele, “o outro lado da Festa!”

MC num dia em que dançou folclore


Nota: os Institutos Industriais ainda na década de 70, suponho, quando da reformulação do Ensino Politécnico, passaram a escolas superiores de engenharia, com cursos de três anos. E no caso de Coimbra, até num novo edifício, sito do outro lado da cidade, na Quinta das Flores. E foi neste, que tirou o seu Curso de Engº Técnico, o ex-primeiro ministro Pinto de Sousa.

Minhós Castilho

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Porquê, “TERRA dos CÃES”

"Ao ver a inteligência e a solidariedade destes canídeos, até é um orgulho ser da Terra dos Cães...

A frase que inicia este texto, é da autoria do Manuel Geada, que me enviou pelo Natal este vídeo, que convido a abrir.
Vamos aqui dar vida à expressão... ”o Natal é quando o homem quiser” e, reviver no vídeo o Trabalho, o Espírito de Equipa, a Disciplina, o Puxar para o Mesmo Lado, a Solidariedade, a Humanidade, a Alegria, a Emoção, a Tristeza, o Reencontro, a Espera, o Objetivo, o Pânico, o Risco, e os Boreais Sinais...dados aos Humanos pelos ANIMAIS.


Guardei este vídeo para, sob as suas lições, iniciar 2012 continuando a divulgar o Terra dos Cães, a deles, a nossa, Alcains.

Clique aqui e veja o vídeo.

Manuel Peralta