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domingo, 1 de dezembro de 2024

A JUNTA da FREGUESIA de 1980 a 1983 e, o FUTEBOL (CDA)

1. Em 1980/81 o CDA debatia-se com mais uma crise diretiva.

O campo de futebol não garantia a prestação futebolística por todos desejada, a iluminação era mesmo muito deficiente, apenas dois pequenos projetores na haste de um fino tubo de ferro, pouca comodidade para os adeptos, balneários desconfortáveis, uma já forte pressão salarial por parte de treinadores e jogadores, e, uma questão muito antiga por resolver com a família Trigueiros de Aragão, doadora dos terrenos desta importante infraestrutura desportiva.

O nome do campo de jogos perpetua a memória do seu benemérito, ANTÓNIO COELHO TRIGUEIROS de ARAGÃO.

Receitas parcas dos jogos em casa, atraso dos sócios no pagamento das suas quotas, Junta totalmente dependente da Câmara em termos financeiros, com muito por fazer e, sem meios próprios, um ambiente social e municipal herdado do 25 de abril contra o futebol, enfim, era esta a situação em que se encontrava o panorama desportivo.

Foi, é, e sempre foi muito difícil encontrar quem quisesse ser Presidente do CDA.

Arranjado Presidente era muito mais fácil completar a lista dos corpos diretivos, pois em Alcains sempre houve desde os tempos do GLORIOSO GDA, GRUPO DESPORTIVO de ALCAINS, um enorme apoio ao clube e ao futebol.

No ano ou no ano seguinte ao da minha entrada como Presidente da Junta, havia também no CDA, uma crise diretiva. Não se encontrava quem quisesse ser Presidente do CDA.

Na sede da Junta da Freguesia decorria uma, entre outras já havidas, assembleias de sócios do CDA para se encontrar Presidente. Chegou-se a um extremo de se arranjar uma comissão de "Homens Bons", para depois de análise, se convidar quem, pudesse e quisesse ser candidato.

Conhecedor da situação, fiz-me de "Mné de Sousa" e decidi não aparecer na assembleia.

Habitando nessa data uma casa perto da Junta, fui surpreendido pelo tardio toque da campainha. Quem era? Era o Armando Pereira, neto do Ti Tobias, que me vinha chamar para ir à Assembleia pois, o indigitado e a custo para ser Presidente, só aceitaria se a Junta, desse de imediato 50 mil escudos, (50 contos de réis) ao CDA.

Era algum, na data, dinheiro, o 25 de abril tinha fixado o salário mínimo em 3300,00 escudos, havia já uma pequena liquidez na junta, e, claro como era meu dever, anui ao pedido e o indigitado a custo, repito, a custo, Presidente, aceitou.

Entretanto e fruto das boas relações que sempre tive no mandato com o Dr. César Vila Franca, Presidente da Câmara, foi possível melhorar a iluminação do campo de futebol com a instalação de quatro potentes projetores, que permitiram o treino semanal em melhores condições, e, instalar um PT aéreo para haver potência elétrica disponível.

Foi entretanto destacado para tomar conta do campo e melhorar a prática do futebol, um trabalhador permanente da Junta, fruto do que disse ao Presidente da Câmara, comparando a ajuda que a Câmara dava ao Benfica de Castelo Branco e a que se não dava ao Alcains.

E, assim foi, houve direção e o futebol continuou. Não me lembro do nome do Presidente que foi indigitado nessa altura. Se quem me ler se lembrar e puder ajudar, agradeço. Fica o pedido.

2. Quanto à questão com a família Trigueiros de Aragão, havia por parte dela, um certo "mal estar", por ainda não se terem definido as condições de cedência de tão importante infraestrutura, desde a sua cedência à Junta da Freguesia, e, já lá iam muitos, mesmo muitos, anos. Alertado para a situação pelo Sr. Cunha Belo, então chefe dos escritórios da Fábrica Lusitana, pedi-lhe que, quando viesse a Alcains familiar habilitado para o efeito, me informasse para ter reunião para se resolver de vez a situação.

E, assim aconteceu.

Reuni com o Sr. Diogo Trigueiros, pessoa de trato muito afável, a quem entreguei uma minuta de um projeto de acordo, após dar conhecimento na Assembleia de Freguesia, para ler, apreciar e, alterar o que entendesse necessário.

Passados uns tempos, voltei a reunir com o Senhor Diogo Trigueiros que, não fazendo alterações substantivas ao documento, o assinou.

Este documento, protocolo de acordo, ficou na Junta da Freguesia e de memória, recordo que, foi constituído um camarote para a família Trigueiros de Aragão, entrada gratuita em todos os espetáculos no recinto e, a utilização das instalações por parte dos trabalhadores da Fábrica Lusitana, sempre que delas necessitassem.

É o que recordo, depois de me chegar à mão o recorte do Reconquista que, David Infante, assinava.

Continuo  desde há muito sendo o sócio de bancada nº 88 do CDA, não sou assíduo ao jogos atualmente, mas, tenho acompanhado de perto as dificuldades do atual Presidente e treinador do CDA, o Sr. ÉLIO, filho de um dos excelentes atletas do GDA, o André da Ressurreição Esteves, vulgo, André Requeita.

Agradeço a quem me ler, que, se considerar oportuno, avive memórias suas, daqueles tempos, que as minhas são as que aqui descrevo.

Manuel Peralta


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