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sábado, 3 de dezembro de 2022

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS ESGOTOS DE ALCAINS

Com a promessa de que, os efluentes industriais da ETARI do matadouro da Consal/Oviger serão drenados para a ETAR de Alcains no Cabeço do Carvão, conforme declarou no dia 12 de novembro à imprensa, o Sr. Presidente da Câmara, abre-se agora uma nova frente de luta, igualmente ambiental.

Desde que Alcains teve a sua rede de esgotos, aí por volta dos anos sessenta, os efluentes domésticos e muitos pluviais, são transportados para um poço, na Retorta, e ali, neste local, eram bombeados para tratamento na ETAR.

A ETAR estava junto ao poço de bombagem. 


Entretanto, como a ETAR era muito antiga e o tratamento dos efluentes era ineficaz, foi construída no Cabeço do Carvão uma nova ETAR, para onde os efluentes passaram então a ser bombeados.

Situação que se mantém nos dias de hoje, bem como o POÇO DE DEPÓSITO DE EFLUENTES, este na Retorta.

Entretanto, os poderes autárquicos de então, prometeram requalificar a ribeira da Líria, com passarinhos a chilrear, raposas a regougar, peixinhos a nadar, cágados a … , e, repuxos em espelho de água, a repuxar!!!


Não satisfeitos com A OBRA, decidiram à volta do POÇO DEPÓSITO DOS ESGOTOS, gastar cerca de 300 mil euros na OBRA, naquilo a que apelidaram de ZONA VERDE.

Quem se der ao trabalho de visitar o local e, comparar o que prometeram e a realidade atual, não deixará de se comover com tanta aldrabice.


SMASCB, ÁGUAS do CENTRO, e agora ADP, ÁGUAS DE POTUGAL, LISBOA e VALE do TEJO, até hoje nada de relevante por ali fizeram e a SANITA EM PLENA ZONA VERDE, ali se mantém exalando maus cheiros, fruto de má manutenção, as melgas e mosquitos infestam toda a zona envolvente, e, sempre que chove um pouco mais que o normal, os esgotos transbordam e inundam toda a zona onde o poço está implantado. 

A seguir uma cambada de ratazanas, quais coelhos, delicia-se com os sobrantes que deram à costa com a inundação, refastelando-se em plena zona verde em desequilibrado convívio com os parcos humanos que por ali passam os seus tempos livres.

A luta agora é esta.

FAZER E REFAZER TUDO O QUE ESTIVER AO MEU ALCANCE, PARA RETIRAR DALI, DA ZONA VERDE, O POÇO, DEPÓSITO DOS ESGOTOS.


Para tal, dou a conhecer, documento abaixo, um primeiro passo que dei no site das ÁGUAS DE PORTUGAL, do qual aguardo resposta.

Outros darei e aqui serão dados a conhecer.


Manuel Peralta



quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

LÍRIA, anunciada uma solução?

Apesar do ponto de interrogação, quero acreditar que, apesar de anormalmente tardia, e de há vários anos ter sido sugerida, se esteja agora a caminho de resolver o crime ambiental que, sob o conhecimento de todas as entidades, ambientais, autárquicas e de fiscalização, se estava a perpetuar na malograda ribeira da Líria.

Há muitos, vários anos!!!

Para memória e controlo futuro, convido a ler, as declarações proferidas pelo Sr. Presidente da Câmara, no âmbito da sessão comemorativa do aniversário da elevação de Alcains a Vila.


A ligação dos efluentes industriais provenientes da ETARI do matadouro Consal/Oviger/Fortunnasa, à ETAR dos efluentes domésticos de Alcains, situada nas proximidades do cabeço de carvão, quando tal acontecer, resolverá um problema ambiental grave, aos proprietários que têm as suas propriedades confinantes com a ribeira.


Estes são presentemente os muito prejudicados, e foram durante todos estes anos, pelas incúrias e o deixa andar das entidades que já referi. Os poços circundantes estão completamente contaminados pelas infiltrações das poluídas águas provenientes da ETARI da Oviger, e, comer o que quer que fosse da agricultura de subsistência que ali faziam, era arriscar graves problemas de saúde.


Ar, irrespirável, sangue a correr por vezes claro, ratazanas, cágados e toda uma população animal que por ali se acostumou a sobreviver naquele, ainda hoje, ambiente degradado, qua a ineficiente e ineficaz ETARI da Oviger, ali defecava…

Como bem analisou a CCDRCentro, desde o início deste ano, que o matadouro laborava com a licença para poluir, caducada…

Pior é impossível.

Vou aguardar pelo início e fim das obras que o Sr. Presidente da Câmara prometeu.

Voltarei.

Manuel Peralta

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

A Líria e o faz de conta que...

 … não é comigo!

Apesar de responsáveis, cada uma das entidades ambientais que venho referindo, nenhuma delas decidiu responder à pergunta que a cada coloquei, dando a conhecer o relatório da CCDR Centro, nomeadamente os pontos 9, 10 e 11 do referido relatório.

Ali se diz

Ponto 9, que desde 1 de fevereiro de 2022 o matadouro Consal/Oviger/Fortunnasa tem a licença caducada.

Ponto 10, é referido que há vários parâmetros ambientais que estão em desacordo com a lei, por ineficiência da ETARI, Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais do matadouro.

Ponto 11, é referido que a responsável do matadouro informou que os SMAS C. Branco se haviam comprometido a fazer a ligação do sistema de descarga dos efluentes, ao sistema coletor de esgotos dos SMAS C. Branco.


Então perguntei?


1. Ao Sr. Comandante Geral do SEPNA/GNR sobre o ponto 9.

Que medidas o Sepna/GNR vai tomar para repor a legalidade?


2. Ao Sr. Inspetor Diretor Rodrigo Ferreira, da IGAMAOT, sobre os pontos 9 e 10.

Que medidas vai tomar para repor a legalidade e, o que vai fazer junto do matadouro quanto aos parâmetros em desacordo com a lei?


3. À Senhora Presidente dos SMASCBranco, quanto ao ponto 11.

Quando irão os SMASCBranco, de que é responsável, cumprir o compromisso ali assumido?


A resposta foi zero, nula, em todos estes responsáveis.


Tinha uma vaga esperança que estas instituições cumprissem o seus deveres, mas esfumou-se.

A vida tal como a poluição da ribeira da Líria, vão continuar e eu, não deixarei de o denunciar.

Contem comigo.


Manuel Peralta

sábado, 19 de novembro de 2022

Bem Haja, (CCDRC/Drª. Isabel Damasceno)

Em publicação anterior no Terra dos Cães, dei a conhecer o relatório elaborado pelos colaboradores da CCDRC, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, relativo à situação de ilegalidade em que, as autoridades ambientais vêm permitindo a laboração do matadouro Consal/Oviger/Fortunnasa.


Porque se trata, entre outros quase cegos, do único relatório que evidencia a poluição do matadouro, bem como a situação de laboração sem licença, os parabéns e o agradecimento à CCDRC, na pessoa da sua responsável, são mais que merecidos.

A gratidão é sentimento que cultivo.


As entidades ambientais, fiscalizadoras e municipais, SMASCB, APA, ARHTEJO, CMCB, OVIGER, IGAMAOT, Junta da Freguesia e, FORTUNNASA continuam sem nada fazer para que este crime ambiental deixe de afetar os proprietários circundantes e o ambiente em geral.

Mas como tenho dito e escrito, desistir não é comigo.


Este brilhante relatório da CCDRC incita-me a continuar, porque a verdade é a única arma dos indefesos perante os que se demitem de a proteger.


Manuel Peralta

domingo, 13 de novembro de 2022

OVIGER/CONSAL, de licença caducada

Quem me segue nesta luta de tentar que a despoluição da ribeira da Líria seja efetuada, decerto desculpará que, o que venho fazendo, demore a realizar.

Estou a lutar sozinho contra o imobilismo reinante e contra muita indiferença ambiental e mais grave ainda, contra o incumprimento da lei por parte das autoridades que a deviam cumprir.

Sim, é isso mesmo, incumprimento da lei.

Entretanto na CCDRC, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, uma nova equipa chafiada pela Drª. Isabel Damasceno, a meu pedido a quem expus a situação, decidiu fazer um relatório, enviando ao local uma equipa, que fez umtrabalho exemplar, quer na ribeira quer no matadouro da Oviger/Fortunnasa.

Dou a conhecer o relatório que abaixo convido a ler.




Entre muitas anormalidades detetadas, são graves as que reportam os pontos 9 e 10 do relatório, nomeadamente referindo que o matadouro Oviger/Fortunasa tem a licença de utilização de recursos hidricos caducada deste 1 de fevereiro de 2021 e, no relatório de análises aos efluentes do matadouro há vários parâmetros em incumprimento.

A conivência com esta ilegalidade da APA, da ARH/TEJO, das autarquias, Câmara e Junta, do próprio SEPNA/GNR, diz bem da impunidade em que estas instituições se encontram.

Há muito tempo, vários aanos, que  esta situação existe, e até hoje nada e ninguém, exceção CCDRC, fizeram para resolver a calamidade ambiental reinante.

Os proprietários confinantes com a ribeira têm suportado a negligência que aqui descrevo.

Até quando?

Manuel Peralta

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

A Líria nas secretárias do Delegado de Saúde e do Comandante Operacional da GNR do Ambiente

 Bom dia, Dr. Augusto Santos Serrasqueiro.

Médico responsável pela Saúde Pública no Concelho de Castelo Branco

Dr. Serrasqueiro.


Solicito a sua ajuda, exercendo os poderes que a lei e os objetivos do seu serviço anunciam, nomeadamente, “gerir programas de intervenção no âmbito da prevenção, promoção e proteção da saúde da população em geral”, numa situação de poluição da ribeira da Líria em Alcains.

Esta situação de poluição é antiga, e as autoridades ambientais, até hoje, nada de relevante fizeram, para proteger quer  na saúde quer no ambiente os proprietários confinantes com a ribeira e a população de Alcains.

Os vários eventos de poluição industrial originados no matadouro da Oviger, ex- Consal, desaguam em plena zona verde de Alcains, ao longo da ribeira da Líria, e, seria bom que, quando pudesse, fizesse uma visita ao local, para observar o caos ambiental por aqui reinante.

Não o tenho incomodado com esta situação, mas, perante a ineficiência das autoridades ambientais em resolver a questão, dirijo-me a si, para que, me ajude a preservar esse bem que é a saúde pública e que aqui em Alcains, neste particular local, não existe.

Dou a conhecer neste email os vários email que envio a muitas autoridades, nomeadamente as autarquias, câmara e junta, sugiro a abertura do pdf em anexo, e se vagar houver, pode ver no meu blogue terra dos cães, toda a informação que ali venho depositando para memória futura.

Conto com a sua ajuda, nomeadamente para que, exercendo a sua autoridade de responsável pela saúde pública junto das restantes autoridades, a mesma seja preservada.

Muito obrigado e melhores cumprimentos.


Ao dispor

Manuel Peralta


Bom dia. 

Exmo.Sr. Tenente General, Comandante Operacional da GNR.


Tenho presente o seu OF104212/22.21260200, de 22.7. que remeto em pdf anexado, e que sugiro que as autoridades referidas em cc, dele tomem conhecimento.

Nestas diligências que ao longo dos anos venho exercendo junto das autoridades que têm como função principal cuidar do ambiente, apenas dos serviços de VExª, venho obtendo alguns resultados, nomeadamente e, entre outos, o da boa educação que é, no mínimo, responder às questões suscitadas pelos cidadãos pagadores de impostos, que garantem o exercício de funções públicas.

Sem remédio, 

Uma vez que o grupo Fortunna adquiriu recentemente o matadouro OVIGER, “Poluidor mor da ribeira da Líria”, e que o “Grupo”, se encontra em processo de licenciamento, venho pedir que me informe, sobre se já existe informação relevante sobre o licenciamento e, em caso de haver, se posso ter acesso às condições do referido licenciamento.

Isto porque as autoridades ambientais, todas, ao longo destes anos, nada de relevante fizeram ou impuseram ao poluidor, para que, penalizando-o, o obrigassem a tratar os seus abjetos efluentes que como podem constatar, mataram toda a fauna e flora na referida ribeira.

Trata-se igualmente de uma caso de saúde pública, que denuncio, uma vez que a poluição do matadouro Oviger continua, com sangue por vezes a correr claro na ribeira, com a mistura das gorduras e restos de carnes e outros poluentes provenientes da decadente ETAR da Oviger.

Relembro que quando o matadouro foi construído e, já lá vão mais de 50 anos, todo o equipamento da fábrica foi retirado de uma fábrica na Alemanha por ser Lá, repito Lá,  considerado obsoleto, isto há mais de 50 anos.

Quem o informa disto, foi quem esteve para lá o ir buscar, pois tinha acabado o meu curso de engenharia e fui convidado para trabalhar então na ex-Consal, agora Oviger.

Enquanto o prometido coletor dos efluentes da Oviger não drenar em coletor ao longo da ribeira até à ETAR de Alcains no Cabeço do Carvão e ali, nesta Etar voltar a ser tratado este crime ambiental persistirá. E eu enquanto puder não desistirei de o denunciar.

Mas não o canso mais.

Aguardo por resposta se tal por si for considerado oportuno, uma vez que, nada de positivo espero, das autoridades ambientais.


Muito obrigado e melhores cumprimentos.

Manuel Peralta


Boa tarde Sr. Engº Fernando Malheiro


Dou conhecimento da resposta do SEPNA/GNR à minha denúncia.


Nada lhe tenho dito, estou, estão, os proprietários a dar o tempo que pediu, mas é desesperante.

Nada melhorou após a Fortunnasa ter adquirido este “ inferno ambiental”.

Os eventos de poluição são quase diários, nomeadamente quando há mais trabalho na matança, e os maus cheiros por acumulação de estrume, infestam toda a zona envolvente ao matadouro.

Prometeu, prometeram, a instalação de coletor até à ETAR e nada. Zero.

Prometeu modernizar o equipamento da ETAR da Fortunnasa e  nada, a avaliar pelos eventos que refiro.

A ribeira da Líria nunca seca, mas agora está em níveis mínimos de água, pelo que não haverá melhor altura para instalar o coletor, qua os autarcas JMorão/LCorreia prometeram. 

Nas autarquias Junta e Câmara “o adormecimento” é total.


Resta-nos o SEPNA/GNR que continua desperto o que agradeço.


Ao dispor

Manuel Peralta

sábado, 13 de agosto de 2022

TRABALHOS DE VERÃO NA LÍRIA

Enviada: 10 de agosto de 2022 13:31

Para: 'camara@cm-castelobranco.pt'; 'freguesiaalcains@gmail.com'


1. Tenho observado que, no corte dos infestantes da ribeira da Líria, têm passado por aqui várias equipas e colaboradores. 

A equipa que ontem e hoje ali trabalham, apesar de frágil para a exigência de trabalho, 4 homens equipados com 4 roçadoras, fizeram um trabalho digno de nota positiva, pois limparam margens, cortaram tabuas e outros infestantes e a Líria fica com nova cama, acrescentada à já existente, como ao longo dos anos tem acontecido. 

Para a Líria ficar sem esta cama, torna-se necessário “equipas de bota grossa”, que cortando, limpam, destroçam e voltam a destroçar, para evitar que em caso de enxurrada, se produza o efeito de barragem e a ribeira transborde, como já por duas vezes aconteceu com os prejuízos nunca pagos, inerentes.

A não se prestar atenção ao que hoje existe, grossa cama com mais de meio metro e com partes de tabuas com cerca de metro a fazer de cama, é mais que provável que o efeito de barragem aconteça.

A propósito de “bota grossa”, não resisto a contar o que observei nos tempos do Prof. Carlos Cupeto que foi diretor regional do ambiente, em que por aqui apareceram duas técnicas ambientais, de sapato de salto alto e verniz, para in loco, tratar deste eterno assunto, poluição do matadouro OVIGER, nem conseguiram descer para recolher amostras para análise…fiquei a partir daí esclarecido sobre este persistente calvário ambiental.


2. Chamo a particular atenção das autarquias, câmara e junta para o estado de abandono do parque de crianças da Aranha, repleto de ervas, com areia suja, que as crianças acabam por não frequentar pois ficam com as sapatilhas cheias de areia, como tenho observado e acabam por desistir de utilizar este parque, porque nos tempos que correm tal situação é inadmissível.

Os comentários de pais e vós, muitos emigrantes, que por ali passam com filhos e netos, são testemunhos evidentes do descontentamento existente.

Isto para não falar do abandono evidente em toda a zona verde, onde os bancos de pedra existentes estrelam os ovos de quem neles se sentam…mas os arquitetos são assim, fazem os projetos para eles, não para quem os utiliza. Deviam obrigar o arquiteto de tal projeto a sentar-se neles, quer de inverno quer de verão.

3. Por último sugiro que observem o estado, depois de limpo, em que ficou o observatório do espelho de água da dupla Sócrates/Morão em que prometeram passarinhos a chilrear, peixinhos a nadar e milhares de euros a voar…

Ao dispor

Manuel Peralta

domingo, 8 de maio de 2022

Matadouro Oviger/Fortunnasa - Ponto de situação

Desde 6 de dezembro de 2021, que venho mantendo este tema em aberto, ciente de que desistir não é meu propósito.

Dou a conhecer os email seguintes, que apesar de tardios, são positivos, e isto porque a Fortunnasa, está empenhada em acabar com esta inaudita situação, a poluição da ribeira da Líria, o mais grave problema ambiental da freguesia.

O senhor diretor geral Engº. Fernando Malheiro com quem me avistei pessoalmente, comprometeu-se a renovar o obsoleto equipamento da ETAR da Oviger e, por email que abaixo dou a conhecer, o Senhor Tiago Correia responsável pela qualidade da empresa, refere que “ está para breve a autorização da ligação do coletor poluidor  da ETAR da OVIGER ao coletor municipal da ETAR de Alcains, no Cabeço do Carvão,” situação que desde o início venho defendendo.

Resta-nos aguardar.

Manuel Peralta

Liria do lado nascente, hoje

***


De: Tiago Correia

Enviada: 6 de maio de 2022 16:03

Para: Manuel Peralta

Cc: freguesiaalcains@gmail.com; camara@cm-castelobranco.pt; 'Paulo Bernardino' <paulo.bernardino@cm-castelobranco.pt>; geral@apambiente.pt; sepna@gnr.pt; arht.geral@apambiente.pt; ct.ctb.sepna@gnr.pt; igamaot@igamaot.gov.pt; fernando.malheiro@fortunnasa.com; André Araújo <andre.araujo@fortunnasa.com>

Assunto: RE: Ribeira da Líria em Alcains. Ponto de situação da poluição.


Boa tarde sr. Manuel,

Agradecemos o seu contacto que mereceu a nossa melhor atenção.

Pela análise da situação que nos menciona, relativamente a alterações ocorridas de março para hoje, acreditámos que a mesma possa estar relacionada com a redução de caudal da referida ribeira, uma vez que, a nível processo de tratamento, o mesmo não foi alterado desde então.

Até ao seu e-mail de ontem, não tínhamos conhecimento de qualquer alteração à situação. Para que, possamos efetuar uma análise mais aprofundada e célere do que nos comunica, em caso de qualquer ocorrência, peço-lhe que entre em contacto imediato com o Eng. Fernando Malheiro.

Posso, entretanto, comunicar-lhe que, muito foi feito desde o dia em que nos reunimos, sendo que, acreditámos estar para breve, a autorização de ligação ao colector municipal.

Caso pretenda, peço-lhe que, entre em contacto com o Eng. Fernando Malheiro (932 262 610), que certamente lhe poderá adiantar mais pormenores.

Cumprimentos | Saludos cordiales | Best regards | Cordialement | Mit Freundlichen Grußen


Tiago Correia

Responsável Qualidade | Quality Manager


MEATRADING Lda.

Rua da Venda, Lote 6  4705-629 Sequeira

Braga Portugal

T. +351 253 304 180  F. +351 253 304 189

Ribeiro da Levandeira, hoje


***


De: Manuel Peralta

Enviada: 5 de maio de 2022 21:47

Para: geral@oviger.pt; jpedrosantos@fortunnasa.com; info@fortunnasa.com

Cc: freguesiaalcains@gmail.com; camara@cm-castelobranco.pt; 'Paulo Bernardino' <paulo.bernardino@cm-castelobranco.pt>; geral@apambiente.pt; sepna@gnr.pt; arht.geral@apambiente.pt; ct.ctb.sepna@gnr.pt; igamaot@igamaot.gov.pt


Assunto: Ribeira da Líria em Alcains. Ponto de situação da poluição.


Boa noite.

O assunto não está esquecido por parte dos proprietários confinantes com o coletor da Oviger/Fortunnasa, que drena na ribeira da Líria, os seus efluentes industriais.

A reunião havida em 6 de dezembro de 2021 com a empresa, na pessoa do senhor diretor geral, Fernando Malheiro, correu mesmo muito bem. Repito, muito bem. Educado, com vontade de fazer, coisa rara , e que andava a procurar casa para por cá se estabelecer.

Visitámos as instalações, anotámos as dificuldades do momento, a surpresa que causou a informação da situação dos efluentes e, a promessa de que, passados seis meses, já estariam em curso obras de requalificação dos equipamentos da estação de tratamento dos efluentes, nomeadamente a sua modernização, uma vez que no dizer do senhor diretor geral, os equipamentos em serviço eram obsoletos.

Foi a primeira vez desde a extinta Consal até à Oviger/Fortunnasa que tal aconteceu.

Foi igualmente objeto de informação de que a Oviger/Fortunnasa estaria a entrar em contacto com a Câmara, Junta da Freguesia bem como com  as entidades ambientais e fiscalizadoras, que têm responsabilidades na poluição na ribeira, para que seja instalado o coletor, que drene para a ETAR de Alcains, os ditos efluentes. 

Saímos de lá satisfeitos e, dispostos a dar o tempo necessário para que a empresa e as entidades responsáveis se entendam na resolução do assunto..

Fomos entretanto observando os efluentes drenados para a ribeira e, nos meses de dezembro de 2021, janeiro, fevereiro e meados de março de 2022, a satisfação com a situação foi total, entre nós comentávamos que, a continuar assim teríamos pela primeira vez os efluentes a saírem quase limpos do coletor.

Em vão, desde meados de março de 2022 até ao presente, voltou-se aos tempos da Consal e Oviger de má memória e, pior que tudo, de muita poluição. 

Com os tempos de Covid e agora putinados, e, conhecedores de vários problemas que existirão com fornecimento de equipamentos, prazos, alterações nos ministérios ambientais, e eventuais dificuldades em programas governamentais que ajudem as empresas a sobreviver, concedemos o benefício da dúvida e temos todos de ser pacientes com os tempos atuais.

Mas…

A poluição da ribeira existe, os proprietários são uns pobres desgraçados, o ambiente é destruído e, cada dia que passa, é mais um prego cravado no caixão do ambiente.

Decidi fazer este ponto de situação, para que o tema não fique no congelador dos processos, agora que vem o tempo quente e os maus cheiros invadem a zona verde de Alcains.


Ao dispor.

Manuel Peralta

Ribeiro do João Serrão, hoje


***


De: Manuel Peralta 

Enviada: 6 de dezembro de 2021 11:16

Para: 'freguesiaalcains@gmail.com' <freguesiaalcains@gmail.com>

Cc: 'Paulo Bernardino' <paulo.bernardino@cm-castelobranco.pt>

Assunto: Ribeira da Líria. Reunião com o diretor geral da Oviger


Bom dia

Dou a conhecer que hoje pelas 15 horas, o Sr. Diretor Geral da Oviger, Sr. Fernando Malheiro, marcou uma reunião comigo, a que se associam 3 proprietários confinantes com a ribeira, para se fazer um ponto de situação sobre a descarga dos efluentes do matadouro na ribeira.

Tal reunião, deve-se ao facto de eu ter remetido para a Fortunnasa, email a dar conta dos eventos de poluição que o matadouro Oviger, adquirido entretanto pela Fortunnasa, causava na ribeira.

Ao que me disseram, em resposta ao meu email, ficou a administração da Fortunnasa muito surpreendida, pelo facto de, no ato da compra, nada lhes ter sido dito sobre a situação que eu lhes referi.

Dou conhecimento desta reunião para ficarem cientes da evolução deste dossier.

Entretanto a ribeira para lá do coletor da Oviger continua totalmente assoreada, informo.

Cumprimentos

Manuel Peralta


Líria do lado poente, hoje

segunda-feira, 2 de maio de 2022

CANTEIRO - UMA ARTE DO PASSADO COM FUTURO

Guardei para memória futura este recorte do Reconquista, porque na data em que esta infantil e delicodoce notícia saiu, me fartei de rir com o texto de Lídia Barata cujo título, apenas, “uma arte do passado” corresponde à verdade.


Tudo o resto, manifesta uma ignorância total acerca desta passada, ingrata, mal paga e difícil profissão, e perguntava-me e pergunto hoje, com é possível escrever com total desconhecimento sobre a história desta profissão e na total incapacidade de analisar socialmente a pobreza a que esta profissão com futuro, no dizer da Lídia, conduziu, todos os que dela fizeram a sua arte.

E claro, apadrinhada e com elogios da escola, a que não faltaram as “tardes da Júlia”… escola esta que, nos rankings de desempenho, anda muito lá para baixo…


Assim titulava a Lídia.

“O curso vocacional de cantaria ajudou a preservar uma arte em vias de extinção e abriu portas para o futuro de alguns jovens”… (sic)

Como é possível numa pequena frase escrever tanto sem sentido?

A arte não se preservou, está extinta, as portas que o dito curso abriu estão fechadas e perdeu-se definitivamente a chave, e o futuro destes formandos extinguiu-se a caminho da europa. Hoje não há canteiros a trabalhar em Alcains.


Quando este texto foi escrito, já nada existia do que o curso vocacional pretendeu recuperar, e ao que consta, nem um sequer dos formandos caiu na ratoeira que a escola lhes quis armar. Sugiro a quem me lê, que reflita e acompanhe de memória os canteiros que conheceu ou conhece, como  foi a sua vida, os seus sinais de riqueza, que futuro deram aos seus filhos, enfim que atrativos tinha esta profissão dita com futuro.

Não conheço um único canteiro cuja vida não tenha sido muito difícil, que não tenha sido remediado a caminhar para pobre, com fortes perturbações respiratórias, com várias mortes precoces pelo exercício da profissão. Os que emigraram e foram muitos, e conseguiram por lá exercer a profissão, melhoraram bastante a sua, por cá precária, situação. Todos ou quase todos nem a reforma mínima conseguiram com os descontos sociais que fizeram, e angustiados andam com o futuro pois a sua reforma  nem sequer dá para viver o resto da suas difíceis vidas no Lar Major Rato.


Mesmo no auge das pedreiras de Alcains, repletas de canteiros, a imigração foi quase total para a beira interior e para todo o alto Alentejo. E é por ali, neste interior hoje vazio, que se encontram as inúmeras obras de arte que os canteiros Alcainenses fizeram e espalharam uma merecida fama na arte de trabalhar a pedra. Mas imigrando! Os que por cá ficaram foram sobrevivendo.

Deve ter hoje cerca de 55 anos, menos 17 que eu, o Adriano de Jesus Barata, conhecido na terra dos cães pelo apelido de Adriano ”Esgueira”, excelente canteiro, a quem em tempos ouvi sobre a sua arte de canteiro. Não foi nas “tardes da Júlia”, que me contaram, mas foi ele que me disse o que a seguir escrevo.


(sic… saiu da escola com a 4ª classe, e foi para a pedreira dar água aos canteiros mais velhos, descalço, e quando a sede dos outros estava saciada, começava a bater com a  macêta e o cinzel nas pedras sem qualquer utilidade. Passados dois a três meses nesta atividade, perguntava então o patrão o que queria e, se decidia ser ou não, canteiro. 

Ao dizer que queria ser canteiro, teve o seu pai de pagar ao patrão 500 escudos, já a trabalhar nas pedras andou 6 meses de borla, trabalhava de 2ª a sábado e, aos domingos, ajudava a carregar na camioneta a cantaria feita durante a semana. Quando foi capaz de desempenar e por uma pedra em esquadria, teve de levar 5 litros de vinho para os canteiros mais velhos que o tinham ensinado. Quando começou a ganhar dinheiro 10 escudos por mês, sem qualquer inscrição na segurança social, iniciou então a sua profissão na arte de canteiro. No dizer dele, o canteiro não é um escultor, trabalha a pedra, o granito, em esquadria como se pode ver no banco de Portugal e no tribunal, ambos em C. Branco. O canteiro não deve ser objeto de interesse de gente que nunca sentiu nas mãos gretadas, o sabor, a dor e o travo amargo do frio da ferramenta no inverno e o abrasador calor das pedreiras sem proteção no verão.  sic”).


Em conversa recente com o canteiro já reformado e perguntando eu se o seu neto não queria seguir a profissão do avô, sem papas na língua disse-me, era preferível, como se diz por cá, partir uma perna.

O fecho de quase toda esta atividade ligada às pedras/cantarias/calçadas por aqui, prova a total ausência de futuro desta quase bárbara profissão, em que trabalhando todos os dias, nunca se passa de pobre. Portanto Lídia Barata, as portas do futuro a que se refere, para alguns jovens, estão fechadas, e duvido que se encontre a chave…


Com a finalidade de esclarecer melhor o que escrevo, vou dar a conhecer vários nome de canteiros, que quem me lê pode conhecer e, convido-o a refletir sobre o que foram as suas vidas. Desculpas pelos nomes que não refiro, mas poderão sempre em comentário acrescentar o que lhes aprouver.

João Moleiro, João dos Reis (pionto), Paulo Reis, (filho) Suiça, José Escudeiro (Alentejo), Manuel Maria Sanches, João Pardal, Joaquim Paralta (frança), José Baixinho (frança), António Russo, João Folgado (suiça), António Clemente Anes, António Estorino, (suiça), faleceu de doença profissional), João Beirão (frança), António “Bengalas” (frança), Martinho e João escudeiro (suécia), Manuel Escudeiro, Aníbal Escudeiro (comerciante), Silvestre Grilo e irmão Manuel “altamotora”, (frança e guarda prisional), Rola (Luxemburgo), João Anes, Polainas (frança), Leontino e Possidónio e, J. Pimenta que vindo das carpintarias, ainda se mantem nas pedras.


Referência especial ao António que sendo canteiro de base, a ele se deve a estátua do canteiro.

Nenhum canteiro foi ou ficou rico, os que melhor mexiam nas pedras, também viveram melhor. Um destes canteiros e, para rematar, dizia-me, sabes Manel … “só tinha o caminho das pedras para andar”.


Manuel Peralta

Nota. Os cursos vocacionais, as novas oportunidades, entre outros programas de humor, são do tempo de Sócrates/Maria de Lurdes Rodrigues.

terça-feira, 26 de abril de 2022

A OBRA, ANOS DEPOIS

Pessoa amiga e que me segue nesta aventura que é o blogue Terra dos Cães, entregou-me o caderno da propaganda à “OBRA”, que a câmara da cidade editou. Em papel de elevada gramagem e a muitas cores, ali se prometia em textos assinados por Joaquim Morão uma zona de lazer e de excelência, a despoluição completa da ribeira da líria, entre outras palavras que, o tempo, esse repositor da verdade, aclarou.


Manuel Marujo, em texto idêntico dizia ”… até há alguns anos, sentíamos que uma grande distância nos separava, a muitos níveis,  de Castelo Branco e de outras cidades. Hoje, em todos os aspetos, estamos mais próximos desses centros e continuamos a procurar trazer à nossa vila, o desenvolvimento tão ambicionado…”(sic). Em todos os aspetos, digo eu…


Convido a fazer um esforço de leitura dos textos que enquadram as duas fotos que acima edito, textos estes retirados do dito caderno.

Ali se dizia que ”…a despoluição do principal curso de água da vila e a respetiva regularização das margens está a ocorrer em bom ritmo. Em breve, os Alcainenses  poderão passar a usufruir de uma agradável zona de lazer, mesmo plantada á sombra da ribeira da Líria…” (sic).

Passado este tempo, a promessa de novos amanhãs que cantam, está assim como esta foto de hoje, repõe a nova realidade.


Noutra parte do texto afirma-se.

…destaque ainda para a constituição de um espelho de água agitado por 3 “gisers” que, associado á criação de um pequeno auditório junto à linha de água, onde será implantada uma represa amovível, permite fazer a aproximação entre os utilizadores desta praça e a ribeira…”(sic).

A foto seguinte mostra a situação atual do auditório, hoje transformado em WC da dita zona de lazer.

Continuando!

…o projeto cujas obras estão a decorrer, prevê a criação de um parque infantil e de uma extensa área relvada, com recurso a vegetação autóctone… serão também desenhados, no pavimento, os jogos populares como a malha, as argolas e a macaca…” (sic).

O repositor da verdade que é a foto seguinte, evidência a verdade então proferida.

A aranha está incapaz de se frequentada e a promessa dos desenhos dos jogos nunca viu a luz do dia.


Noutra frase entre muitas outras do dito caderno, dizia-se!

…o projeto de arquitetura paisagística da ribeira da Líria, que contempla não só a despoluição do curso de água, mas também a criação de um parque urbano junto à antiga ETAR, na avenida 12 de novembro, com funções de recreio, lazer e educação ambiental…” (sic).

A duas fotos seguintes retrata a situação do parque urbano.



E para terminar e continuando a transcrever o dito caderno.

…os percursos pedonais de lazer e descoberta da natureza apoiados em indicadores explicativos da ecologia local, fazem desta aposta o pequeno pulmão de Alcains…” (sic).

Observem aqui nesta foto os percursos pedonais.


Naquele tempo da dupla Sócrates/Morão a frase da propaganda era “A obra vale mais que as promessas”.

O tempo, esse malvado, encarregou-se de o demonstrar.


Manuel Peralta