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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A Líria no Reconquista

Foi assim.


Em 21.11.2013, a jornalista Lídia Barata, do Reconquista deu voz e trouxe para a esfera pública o maior problema ambiental que afeta a comunidade Alcainense, a poluição da ribeira da Líria.
Já o fez por outras vezes, e bem, cumprindo assim a digna função de jornalista, elevando a consideração e o respeito que o Reconquista me merece.
Só lhe peço que mantenha a “vela acesa” e, que procure junto dos responsáveis que prometeram resolver a questão, instalando um coletor para drenar os efluentes, para a estação de tratamento de águas residuais, quando cumprem o que prometeram, como o Reconquista oportunamente publicou.
Entretanto, as fotos de hoje ajudam a perceber esta PPP herdada que custou aos munícipes 300 mil euros.
Mobiliário urbano, assim.

 

 
Coletor do matadouro OVIGER, assim.

 

 
Mobiliário urbano, outro assim.

 

 
Oviger, assim.

 

 
Limpeza, assim e assim.

 

 
Mobiliário urbano, outro assim.

 

 
Árvores por plantar, assim.

 

Segurança das pessoas, também assim.
 

Manutenção de jardins, assim.


 
Parque infantil, também assim...


...e ainda assim.
 
 

O contraste entre o que se promete e a realidade vivida pelos sacrificados e abandonados munícipes, diz muito sobre o modo como se encara hoje a função de eleito local e municipal, parecendo até que haverá na câmara da cidade, um vereador do ambiente...
Aguardo que o que diz respeito à Junta e câmara da cidade, que seja então resolvida a limpeza da ribeira de todos os infestantes, limpando o curso da água de modo a evitar que perante umas mais que certas chuvas abundantes, a ribeira transborde e cause os prejuízos que por vezes as televisões nos mostram.
Já lá vão dois anos e de limpeza da ribeira, nada, por cá.
Entretanto, florescem, “madres teresas de Mampatá”.

Manuel Peralta

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Passar figo, secar passas

Duas expressões, duas vidas, duas realidades, uma alentejana e outra beirabaixana.
A alentejana do baixo Alentejo, entre Beja e Ficalho, passar figo, não no sentido de contrabandear mas sim de transformar figo em passa,  a outra a norte do tejo e para cá da gardunha, secar figo para se transformar em passa.

 
Ali estão na mesma dura e quente cama, sob um mesmo sol inclemente os pingo mel, por aqui denominados de abebra branca, os abebra parda, um ou outro corigo, que se derretem em inclemente castigo.
Estorricam.
Se observar mais atentamente a foto, alguns constipam-se e chega-lhes ao nariz uma torrente de açúcar, que delicia toda uma comunidade de vespas, abelhas, moscas e mosquitos, que em seara alheia metem foice, sem atritos.
Deixam semente.

 
Quentes.
Com toda a explosão de vida de quem tem calor e comida em abundância, deixam naquela passada os eflúvios conviviais da sua descendência.
Brotarão mais tarde quando se quiser comer o fruto, que serviu de doce abrigo à larva que germinará em bicho e que aqui na terra deles se apelida de “passa com carneiro”.

 
Escaldam-se.
Não se cozem em água quente, dá-se-lhes banhoca em água fervente, para os purificar, lavar e matar toda a fauna larvar.

 
Uma, duas três vezes em imersão, onde se não deve meter mão.
 
 

Voltam à cama ao tabuleiro que fintou, aqui não em sentido futebolístico, mas que fintou, isto é, levedou muita massa de pão.
Agora lavados, envernizados pela mistura de água e açúcar que os córou.


Agora cobertos com fino lençol que os protege de nova prole de insetos, para que assim as larvas não voltem a eclodir, e, a passa, se possa comer sem se abrir.


Chega o entrudo e enfarinham-se “passos” e passas, para que a doçura do açúcar se caldeie com a farinha, se apresentem mais cobiçosos e ainda mais saborosos.


Por fim, assim.
Dão uma trabalheira, muito ricos em calorias, são um alimento que amansou muita fome em tempos idos.
Conta a minha mãe que nasceu em 1925, que nos seus tempos de menina que foi, quem tinha uma saca de passas era rico!!!
Lembro-me da alegria com que familiares e vizinhos, menos abastados, sem horta ou tapada, recebiam e comiam uma sarroada de passas, dadas pelo meu avô ou pela minha mãe.
Nas frias manhãs das matações, quando se matava o bicho com um bom copo da melhor aguardente, preparava-se o estômago com duas ou três passas.
Em pequena horta que tenho, plantei sete figueiras, que estou a ver crescer, e a acompanhar no seu crescimento.
Algumas delas em vias de extinção que consegui arranjar e que já estou a dar.
Passado, fico por aqui, convidando-os entretanto a tomar um café comigo, assim.



Agora uma passagem rápida pelas brasas e, até ao próximo.

Manuel Peralta

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Expressões populares, seu significado

Vou iniciar um capítulo relativo a fazer mais luz, sobre a origem de algumas expressões ditas populares, que por vezes usamos e vemos usar, na linguagem do dia a dia.
Aberto a todo e qualquer esclarecimento complementar, aguardo que esta tentativa de tornar mais claro o conhecimento, contribua para aumentar a dita cultura.
Cultura, que pode ser o que resta, depois de termos esquecido tudo o que aprendemos…

Manuel Peralta
 

JURAR DE PÉS JUNTOS

“Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu."

A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.


Manuel Peralta

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Junta, Líria e o resto




Ao mesmo tempo que colocava o texto anterior no blog, remetia para as entidades com responsabilidades na poluição idêntico texto, que narra a realidade que as entidades tendem a olvidar.




Dos Serviços Municipalizados recebi email com dois números de telefone para participar anomalias que ocorram na ribeira.
Das restantes entidades, moita, carrasco !!!




Da Junta recebi o email abaixo que, atentamente, convido a ler…
Como dizia o poeta… e, da moral desta história tirem vossas conclusões, que uma família (freguesia) não vive, só de boas intenções.
Continuarei.

Manuel Peralta



De: Junta de Freg. Alcains [mailto:junta.alcains@netvisao.pt]
Enviada: quarta-feira, 13 de Novembro de 2013 09:50
Para: 'Manuel Peralta'
Cc: geral@sm-castelobranco.pt; camara@cm-castelobranco.pt; sepna@gnr.pt; geral@arhtejo.pt; reconquista@reconquista.pt; junta.alcains@netvisao.pt; 'Cc:'; amavel.santos@aguasdocentro.pt; nuno.maricat@sm-castelobranco.pt; nuno.lourenco@sm-castelobranco.pt; oviger@hotmail.com; v.saraiva@aguasdocentro.pt; s.mexia@aguasdocentro.pt; j.magueijo@aguasdocentro.pt
Assunto: RE: Esgotos domésticos em Alcains.Poluição da ribeira da Líria.


Caro Cocidadão
Agradecemos a sua colaboração, certos de que nos anima a todos o bem estar de todos os Alcainenses.
Levaremos em conta as suas sugestões, preocupados que estamos em fazer neste mandato de 4 anos tudo aquilo que, dentro das nossas responsabilidades, sirva a totalidade da população de Alcains, que nos elegeu.
Respeitosamente.

A presidente da Freguesia
Cristina Granada



De: Manuel Peralta [mailto:manuel-r-peralta@sapo.pt]
Enviada: domingo, 10 de Novembro de 2013 16:57
Para: geral@sm-castelobranco.pt; camara@cm-castelobranco.pt; sepna@gnr.pt; geral@arhtejo.pt; reconquista@reconquista.pt; junta.alcains@netvisao.pt
Cc: joao.carvalho@sm-castelobranco.pt; amavel.santos@aguasdocentro.pt; nuno.maricat@sm-castelobranco.pt; nuno.lourenco@sm-castelobranco.pt; oviger@hotmail.com; v.saraiva@aguasdocentro.pt; s.mexia@aguasdocentro.pt; j.magueijo@aguasdocentro.pt
Assunto: Esgotos domésticos em Alcains.Poluição da ribeira da Líria.

Hoje, pelas 14 horas e 30 minutos, na pomposamente apelidada de,  “Zona de lazer de Alcains”, na tão maltratada ribeira da Líria, a situação da poluição pelos esgotos domésticos da responsabilidade dos Serviços Municipalizados da Câmara Municipal da cidade de Castelo Branco, é a que as fotos documentam.




Ao longo da ribeira, e mais propriamente frente ao miradouro com as escadas que permitiriam ouvir os pássaros a chilrear e os peixinhos a nadar, conforme o chefe da obra prometeu, a situação é também a que as fotos documentam.




Mais do que quaisquer palavras as imagens que as fotos reportam, dão conta do abandono e do crime ambiental que se perpetua em Alcains.
Passam os executivos municipais, as autoridades ambientais distraídas com a fiscalização que deveriam efetuar, por incrível desleixo e abandono, sentam-se à mesma mesa da impunidade capturadas por um deixa andar que é de estarrecer.
Num país falido e sob jugo estrangeiro, nada me admira.




Prometeram em mandato anterior, como o Reconquista publicou, que durante o 1º trimestre do corrente ano, abririam coletor ao longo da ribeira, que drenasse estes crimes ambientais para a estação de tratamento.
Estamos no fim do ano.
Às promessas pedem meças.

Por outro lado, as Águas do Centro ficaram de instalar durante o corrente ano um filtro de carvão na estação elevatória dos efluentes domésticos situada na dita Zona de Lazer.


 
Se o filtro foi instalado ou não, não sei. O que persistem, e persistiram durante todo o corrente ano, são os maus cheiros.




Os efluentes industriais da Oviger, continuam a correr  como corriam.
O Professor Carlos Cupeto da ARHTEJO, que prometeu resolver a questão juntando todas as entidades poluidoras, presumo que nesta guerra terá desaparecido em combate.


Por favor façam qualquer coisa e retirem Alcains deste martírio.
Basta de massacrar quem, pagando impostos, tem qualidade de vida ambiental ao nível da credibilidade do país.

Manuel Peralta

domingo, 10 de novembro de 2013

Em ALCAINS cheira mal...

Hoje, pelas 14 horas e 30 minutos, na pomposamente apelidada de,  “Zona de lazer de Alcains”, na tão maltratada ribeira da Líria, a situação da poluição pelos esgotos domésticos da responsabilidade dos Serviços Municipalizados da Câmara Municipal da cidade de Castelo Branco, é a que as fotos documentam.


 
Ao longo da ribeira, e mais propriamente frente ao miradouro com as escadas que permitiriam ouvir os pássaros a chilrear e os peixinhos a nadar, conforme o chefe da obra prometeu, a situação é também a que as fotos documentam.

 

Entretanto...



Como dos atuais diretos responsáveis pela situação nada de público se conhece e, como cada vez menos acredito em promessas, ainda que escritas como é o caso, fica o registo para memória futura.
O que constato é que entra e sai novo e velho executivo municipal e em Alcains continua a cheirar mal.

Atento, vou aguardar.
 
Manuel Peralta

domingo, 3 de novembro de 2013

José Ricardo Ferreira

Nascido no ano de 1976, o José Ricardo era um rapaz da minha geração. Conheci-o desde que me conheço a mim e desde ‘sempre’ partilhámos a infância muito perto um do outro. Nunca foi rapaz de livros e a secretária da escola, onde raramente parava quieto, estava cheia de ‘bichos-carpinteiros’. Cedo se percebeu que nunca seria doutor, desses como agora há muitos, mas eu desde cedo percebi o rapaz que era, confirmando mais tarde no Homem que se tornou, desses como agora não há muitos. As mãos ásperas de quem trabalhava a pedra, profissão nobre na vila de Alcains, contrastavam com a maneira afetuosa com que abraçou a vida.

Amigo fiel, respeitador e humilde, educado e verdadeiro, do José guardarei para sempre na memória as futeboladas das tardes de verão no campo ao lado da ribeira da Líria, as brincadeiras com as pressões de ar pelos terrenos da casa do povo, as incursões pelas hortas alheias em busca de fruta, as semanas de acampamento em Castelo Novo na casa do Serrasqueiro, na barragem da Idanha e ao pé da linha de comboio, as idas à piscina de Alpedrinha e as noites passadas no tijolo do Pedro Infante... enfim, muitas e muitas memórias.

Conheci-lhe muitas ’namoradas’, seduzidas pela conversa de malandro de alguma experiência vivida, logo após sentarem o rabo no assento traseiro da CBR600. Assim que teve a carta de condução já tirava o carro do estacionamento usando apenas o travão de mão e o acelerador. Amante da velocidade e propenso ao azar, sempre lhe confidenciei que à semelhança dos gatos também ele tinha 7 vidas… aparentemente não! Não foi a queda de bicicleta na descida da barreira da escola primária que lhe custou o baço. Não foram as quedas da mota que teve os autocolantes de origem pouco tempo, nem dos azares na altura do madeiro da malta de 76. Foi bem longe, a milhares de quilómetros da sua origem que perdeu a vida. Sobreviveu a uma queda de uma altura equivalente a um terceiro andar, mas sucumbiu às rasteiras da vida, que gradualmente lhe era retirada.
A tua partida foi prematura. A mim deixas-me a sensação de um vazio que não será preenchido. Viverás na minha memória pois à semelhança de outros amigos do nosso tempo, como é o caso do Sequeirinha, nunca serás esquecido. Permanecerás entre nós vivo e sorridente, de memória em memória, lembrança em lembrança.

A ti meu Amigo, nestas palavras deixo o meu ‘até sempre’ e o meu Obrigado. Pelos momentos que passámos, pelas cervejas que bebemos, pela fruta que roubámos e pelas conversas que partilhámos. Um dia virá que nos voltaremos a cruzar. Onde quer que estejas bastará perguntar por ti para te encontrar, pois pela pessoa que és, de certeza que toda a gente te conhecerá…

Obrigado por tudo, Cabeça.
Aquele abraço.

Pedro Miguel Pereira Peralta