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quinta-feira, 28 de julho de 2011

GDA – GLÓRIAS DOUTROS TEMPOS

TPF – TRABALHOS PARA FÉRIAS

O descobridor mor do reino, Manuel Geada, decidiu presentear-nos com as relíquias seguintes.

Inauguração do primeiro campo de futebol, na tapada do Ti Júlio.

A equipa, convidada de honra para a dita inauguração, foi o Escalos de Cima que acabou por vencer o desafio, ganhando por 1-0.
Havia foguetes para celebrar a quase certa vitória, mas… o GDA teve de meter viola e foguetes no saco. De pé e não deitados, assim ficaram os foguetes.

Equipa do GDA, com camisola verde e vermelha e calção branco.

TPF – Trabalho para férias
Por em comentário e por foto, os nomes dos desportistas e dirigentes de ambas as fotos.
Agradeço ao Manuel Geada mais este contributo, ao Terra dos Cães.

Manuel Peralta

domingo, 24 de julho de 2011

INSPECÇÃO MILITAR

“...e para beber,
não há manias.
Torna-se a encher,
na taberna do Tobias...“

...o garrafão, claro.
Assim diziam estrofes da cantiga que, a malta nascida em 1949, acompanhada de três acordeonistas, cantava pelas ruas de Alcains, quando da sua inspecção militar.


Era uma semana de festa, de borga, de folia... um dia para a ribeira, outro para a inspecção, outro para levantar guia.
Iam uns de 19 para 20, se tivessem nascido de Janeiro a Junho e, outros de 20 para 21, se nascessem de Julho a Dezembro.
Mas antes, meses antes, e no ano anterior à ida à inspecção tinham a responsabilidade de fazer a fogueira de Natal.


Era ali o primeiro encontro, depois da escola em que todos se juntavam, já homens feitos com as virtudes e os defeitos...
Naquele tempo era tudo feito à mão... assim me dizia a memória do Domingos Farias Bispo, também ele nascido em 1949, ciclista quase todo o ano e que corria muito mais que o Massano...
Não havia motosseras, trabalhava-se a machado no corte de carvalhos e a vinho, algum pão e latas de atum.
Em carros de bois e muito excepcionalmente de tractor, transportavam o enormes madeiros que aqueciam fiéis, em portas, camarinhas, patinhos e batoréis.


...entretanto, nos meses anteriores ao dia da inspecção, 24 de Junho, subindo a varandas e terraços como ases, às namoradas, roubavam vasos...
Na véspera do dia da inspecção, começava a higiene com banho na ribeira da Ocreza, na Ponte Pedrinha, pois tinha-se abandonado o Laréco, bastante cedo, por lá se ter afogado um mancebo.


Iam a pé.
As bicicletas eram luxo.
Automóveis dois ou três em Alcains.
Acompanhados pelos acordeonistas e de toalha ao pescoço, cantavam a marcha da inspecção que o acordeonista principal havia composto com a respectiva letra.
Uns em cuecas, outros já de calção assim saltavam ou davam cambalhota... e assim saía eventual badalhoca.


De tarde, agora de táxi, iam para Castelo Branco levantar a guia... de marcha... sempre acompanhados pelos acordeonistas e de voz afinada e pandeireta na mão, davam largas à sua euforia, dançando e cantando de acordo com a idade pelas ruas da cidade.


Regressavam a Alcains, de guia na mão, dando de táxi voltas pelas ruas em ruído semi infernal de buzinas, pandeiretas e vozes atreitas.
No dia da inspecção, 24 de Junho, levantavam-se cedo pois a tarefa começava com o transporte dos vasos para o adro da igreja Matriz.
Entretanto e agora já de fato e sapatos novos, davam uma volta ao adro com os acordeonistas, entravam nos táxi e de vidros abertos acenando a amigos e familiares, partiam par a inspecção.
Por cá, no adro, era agora tempo de recuperar os vasos...


A inspecção militar decorria no quartel de Caçadores, hoje transformado em prisão, e consistia no seguinte.
Uma Junta médica militar observava os mancebos que, nus e em fila eram inspeccionados.
Peso, altura, maleitas ou doença, com observação da ferramenta.
Tiravam então “a sorte“.
O meu avô materno, Manuel da Paixão, que nasceu em 1893 dizia-me que tinha ido “às sortes“... queria dizer inspecção militar.
A sorte consistia em tirar de uma bolsa, um número que era o número mecanográfico e que nos identificava no serviço militar.


Perguntado ao mancebo a sua profissão, poderia por vezes vir a ser a especialidade na tropa. Dali se regressava de fita vermelha se apurado, de fita verde se esperado e de fita branca se livre.
Nesse dia almoçava-se em Castelo Branco regressando-se de táxi a Alcains onde se dava volta pelas ruas, com os acordeonistas, de pandeireta e fita na camisa, por vezes no chapéu ou até na bainha das calças para os que tendo ficado livres, ficavam livres de passear por todo o lado. Claro à frente sempre o garrafão, o palhinhas, de duas asas onde pegavam dois rapazes mais novos que serviam vinho aos que o bebiam.
Acertava-se ainda o dia do jantar da malta da inspecção, e marcava-se para o domingo seguinte o Baile da malta da inspecção.


Nesse ano, o baile foi na Casa do Povo, abrilhantado pelo então famoso conjunto os KAKOS de Vila Franca de Xira.
A partir de Janeiro do ano seguinte ia-se então para a tropa, numa das quatro chamadas trimestrais, a que correspondiam os quatro turnos de incorporação militar.
Assentar praça, recruta, especialidade, colocação em unidade e mobilizado para o Ultramar...


De memória cito uma cantiga da inspecção militar de 1959.
Era assim:

Chegou,
o dia,
da nossa inspecção.
A nossa alegria,
é o garrafão.

Nós vimos,
dizer,
A todos cá do fundo.
Que a nossa,
inspecção,
é a melhor do mundo.

Venha de lá o garrafão,
para que toda a gente prove.
O vinho da inspecção,
de 1959...

Lá, lá, lá... lá, lá, lá...

Pandeireta, acordeão, fita, vinho, garrafão, era assim a festa da inspecção.

Manuel Peralta

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Grande Alhada

Muito generosos são os alhos.

Semeiam-se por volta do dia de Todos os Santos, 1 de Novembro, normalmente já com a terra molhada pelas primeiras chuvas.
Em rêgo não muito fundo, algum estrume por baixo e querem ver abalar o dono..., quer dizer que não devem ficar muito enterrados.


Diz o almanaque O Seringador que, ao Natal, já devem ter bico de pardal... isto é, já devem estar nascidos.
Quase não necessitam de ser regados pois crescem no Inverno, dão por isso pouco trabalho.
Diz a tradição... dente bem alhado deve ser bem cinzado... isto porquê é costume polvilhar com cinza a leira onde os alhos estão plantados.


Arrancam-se pelos fins de Junho, ainda com a tona (rama),
ligeiramente verde e deixam-se a secar à sombra.
Começam então a escarcavelar, abrir, separando-se gradualmente os dentes que juntos estão na cabeça. (ver foto das duas cabeças de alho sobre o banco).


Com faca ou tesoura cortam-se as barbas ou bigodes, a raiz, tiram-se algumas palhas alhas, e corta-se a parte superior da tona, para se fazerem molhadas, ou résteas entrançadas.
Ficam assim os alhos limpos e prontos a utilizar.
As palhas alhas misturadas com cinza, são uma mézinha caseira para se curarem os cobrões ou zonas, aplicando-se essa papa em pano branco, sobre o cobrão.


Por cada dente de alho que se semeia, produz-se uma cabeça de alho com uma média de oito a dez dentes de alho, claro, isto se não for um cabeça de alho chocho...sem miolo, com pouca energia, oco, alquebrado, beijo pouco sonoro e ele hoje está chocho...

A propósito, conhecem algum banco que não esteja presentemente metido numa grande alhada?


Manuel Peralta

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Jorge António Eanes Barata

O Jorge Guita, o Ábachia.
O Amigo que partiu cedo.


O Jorge Eanes nasceu em 8 de Abril de 1952.
Filho de Domingos Marques Barata e de Margarida dos Anjos Eanes, tem um irmão de nome Carlos.
Casou com Graciosa Dias de quem teve dois filhos, o Vitor e a Eduarda.
Conheci e convivi de muito perto com o Jorge.
Primeiro e quase ao mesmo tempo, com uma dúzia de anos, como estudantes e no escutismo.
Ele, no Curso Comercial, ia e vinha diariamente como os outros estudantes de bicicleta para Castelo Branco.
Partida em pelotão pelas sete e meia do largo de Santo António e regresso pelo fim do dia, por vezes de noite, uma vez que as aulas terminavam muito tarde naqueles tempos.
Tratávamo-nos mutuamente por “mister Pym”, sempre que nos encontrávamos relembrando o saudoso professor de inglês, Joaquim Romão, que o Jorge bem imitava e a quem chamava Jack Rooman.
Mister Pym, era o nome do protagonista de uma bem humorada lição do livro de inglês de então, The New English Primer.


No escutismo, pertencia com o Mário do Chafariz Velho, precocemente falecido em Moçambique na guerra colonial de acidente com arma de fogo, e com o Tái, ao grupo dos ábachias.
Este trio era o terror dos chefes do escutismo de então, relembro.
Na letra da marcha escutista, Flor da Fragância que começava assim...


Somos a flor da fragância,

que se difunde à distância.
Pulsa-nos dentro do peito,
um coração que anda atreito...

Eles cantavam assim...


Somos a flor da fragância,

Que cheira mal à distância.
Pulsa-nos dentro do peito,
Um coração já desfeito...


Foram eles, os ábachias, impulsionados pelo Jorge, que uma vez no acampamento Nacional de Escuteiros no Teixoso maquiaram o Elias Pereira de Jesus, já falecido, na altura chefe de patrulha, que terá ido fazer uma BA (boa acção), a uma tecedeira do Teixoso que, ao que se soube, tinha o tear encravado, e que, ao chegar tarde à tenda, levou com o pau de escuteiro na tola... nos dias seguintes o Grande Elias foi o bombo da festa, nas patrulhas e nos fogos de conselho, onde foi glosado até dizer chega.
O Jorge, era muito divertido, dotado de um humor corrosivo tinha de se ter muito cuidado com o que se dizia, pois ele no fim molhava sempre a sopa.
Filho do Ti Domingos Cocharra, homem de palco, grande artista, sapateiro de profissão, chamávamos ao Jorge, Jorge Guita, pois ele gabava-se de puxar a guita, as linhas de sapateiro.
O Jorge, filho de sapateiro, não foi doutor nem engenheiro, mas foi, para quem o conheceu, um bom e excelente companheiro.
No futebol, no escutismo, na tropa, na profissão, o Jorge deixou por aí muitas e merecidas saudades.
Dou nota da notícia do seu falecimento publicada no Reconquista de então.


Os seus companheiros de armas, que me contactaram pedindo pormenores sobre o falecimento do Jorge, são um testemunho vivo das imensas saudades que o Jorge entre eles deixou.


Os textos dos seus colegas insertos no blog Cavaleiros do Norte, mostram bem que o Furriel Barata estava em todas.
Por me parecerem de relevância para memória futura, solicitei a devida autorização para figurarem no Terra dos Cães.


O "truque" de escuteiro do (futuro) alferes Sousa

Furriéis Louro , Rodrigues, Nascimento, Barata e Barreto
Alferes Sousa e Lains dos Santos, gente de Zalala


"Zalala era um "buraco", a uns 60 quilómetros do Quitexe (falo de memória), aonde se chegava por uma picada cheia de mistérios, de perigos e de medos. Uma picada mítica, pela qual muito sangue se amassou em lama com o pó vermelho de Angola.
Os Cavaleiros do Norte já não viveram os dramas e tragédias de 1961 e anos seguintes, mas não foram «dispensados» de muitos amargos de boca e de alguns sustos. Por alguma razão lhe chamavam «a mais dura escola de guerra».
A foto que o Rodrigues me enviou mostra um grupo de bons companheiros Cavaleiros do Norte, de Zalala, companheiros de amizade e solidariedade semeada por Santa Margarida - e ainda por lá nascida... e por Angola crescida e multiplicada. Mostra um dos muitos momentos de convívio que sempre existiu entre furriéis e alferes da 1ª. Companhia.
A mim, pessoalmente, sublinha-se-me o alferes Sousa, dele puxando de memórias de quase 38 anos, quando, ele cadete e eu instruendo, malhámos com o corpo no duríssimo curso de Operações Especiais, os Rangers!!!, em Lamego. Memórias de uma noite de Agosto de 1973, quase apostava que de 15 para 16, no decorrer de uma operação de instrução nocturna que levou cadetes e instruendos em provas de individuais, a galgarem a mais vária malha de obstáculos.
Saímos nós de Penude (o quartel), atravessámos a cidade que gorgitava de divertimento e marchámos em asfalto até um qualquer sítio da estrada para Régua - onde, noite cerrada e separados por minutos, íamos sendo largados individualmente.

Achámo-nos, eu e ele, num qualquer sítio onde tínhamos de trepar uns 3 ou 4 metros a pique - tipo de rapel, mas ao contrário. E como subir? As cordas de sisal no chão, cortadas, tinham dado subida a quem nos antecedera, mas de nada nos ajudavam agora. A solução foi proposta pelo Sousa, suponho com estratégia aprendida nos escuteiros: dobrou-se uma árvore, segurei-a eu quanto pude, trepou ele e saltou o obstáculo. Depois, amarrou as cordas em cima e subiu eu.
E, atrás de nós, não sei quantos mais.

Não sei se o Sousa nos lê. Mas se lê, fique sabendo que aqui estou a recordar esta peripécia com os cabelos a arrepiarem-se-me!!! Emocionado!

Assim, desta e outras maneiras, se moldava a camaradagem e nos preparávamos para enfrentar quaisquer obstáculos que a guerra nos pusesse diante dos nossos medos, da nossa generosidade e da nossa, deixem-me dizer, da nossa coragem
.
"

Os estranhos cortes de cabelo à moda de... Zalala!!!

Rodrigues, Eusébio, Barata e Queirós

Um dia resolvemos cortar o cabelo. Claro que, em Zalada, longe de um possível, imprevisível ou provável olhar do comandante Almeida e Brito, pois bem sabíamos da disciplina que era imposta e que tínhamos sempre de cumprir com o aprumo na nossa apresentação. Caso contrário, bem podíamos contar com as devidas sanções - que ele não perdoava a ninguém, nem admitia desculpas.
E olhem lá se ele nos apanhava assim!Nem quero imaginar onde iríamos parar.

A foto é de um daqueles dias de liberdade (sem serviços) e, como tal, das respectivas e habituais “maluquices de Zalala” - que, porém, fomentavam as amizades e a união e nos ajudavam matar o tempo e a esquecer o resto.
Neste caso, combinámos os quatro cortar o cabelo. Solicitámos os serviços do barbeiro da companhia e da sua famosa máquina de cortar. Máquina, desse tempo, manual!
Não lhe pedimos os catálogos ou fotos de penteados da moda, porque isso não existia. Cada um foi designer a seu gosto. O Rodrigues optou por cortar o cabelo dos lados e a meio da cabeça, o Eusébio, cortou o cabelo à Santo António, rapado por cima e deixar o resto por baixo. O Barata, já prevendo o desfecho da iniciativa, rapou logo a cabeça e o Queirós fez um corte de “apache”.
E assim passámos a tarde, porque, no final, lá voltou o barbeiro, para nos fazer outro corte - como o do Barata, de cabeça rapada, não fosse o nosso capitão Castro Dias dar com a transformação dos penteados e, por tabela da disciplina militar, nos aplicar os respectivos castigos.
Assim se passava uma tarde em Zalada."

AMÉRICO RODRIGUES
Texto publicado em: http://cavaleirosdonorte.blogspot.com/2011/05/os-estranhos-cortes-de-cabelo-moda-de.html

Já lá vão quase 15 anos que o Jorge partiu... para os amigos parece que foi ontem...
Deixou por cá imensas saudades e muitas e boas recordações.
É em nome da amizade, da generosidade com que o Jorge se entregava em tudo o que fazia, que retribuo hoje a amizade a um bom amigo.

Manuel Peralta

quarta-feira, 6 de julho de 2011

JACULATÓRIAS

Orações Antigas

Volto ao tema, desta vez para dar a conhecer uma oração ensinada oralmente à minha mãe, por volta de 1935.
Quem a ensinou foi uma tia, Ana Minhós, toda a vida solteira, excelente cozinheira e doceira, nomeadamente na casa que a autarquia destruiu e que pertencia à Dona Josefina Marrocos Taborda Ramos, por detrás da Igreja Matriz de Alcains.


Quando eu era criança, por volta de 1955 a 1965, todos os domingos ia à missa, mas antes, tinha igualmente de passar por casa da minha tia Ana Minhós, na rua dos Mortórios, para me ver e dar a bênção.
Esta minha tia que recordo com muita saudade, era como disse uma doceira excepcional, mas rezava, rezava que cansava.
Mais tarde e num momento criativo, como ela se chamava Ana Minhós, comentava eu…


Os Minhózes rezam Pai Nossos como quem come tremoços…expressão que generalizei à Minhózada e que entopem quando confrontadas com esta Peraltisse…


Confissão da Virgem Maria

A Virgem se foi confessar,
na manhã de um Domingo.
Não por a Virgem ter pecados,
nem por os haver cometido.
Foi só para dar exemplo,
ao Seu Bendito e Amado Filho.


A Senhora quando se ajoelhou,
todo o campo iluminou.
O padre que tal viu,
por momentos duvidou.


Peço-te ao padre de missa,
está feita a minha confissão.
Peço-te por amor de Deus,
que me deites a absolvição.


Levanta-te Pomba Branca,
meu Espelho Cristalino.
Tu és o Clarão do Sol,
a Mãe do Verbo Divino.


Recolha oral de Maria de Lurdes da Paixão.

Manuel Peralta

terça-feira, 5 de julho de 2011

Figos Lampos

Cedo chegaram...
Este ano por aqui, excelentes.
Escorregavam pela garganta sem passar pelos dentes.


Esverdeados, avermelhados, ensolarados, rogados, alguns bem gretados...


Em manhã fria, pela humidade inchado e colhido em manhã estreita, abre grêta... são os melhores... deleitam suores...


Por pardal ou estorninho provado, picado, em águas furtadas colhido, são um castigo.
Escanções da fruta, estorninhos e pardais pontuam a qualidade, podemos comer à vontade.
Mas, se não houver atenção, não há figo há cascarão...


Mal colhido, de pé torcido, pele dilacerada, rasgada, colhido em quintal, muito bom mas sem valor comercial.


Para quem passava figo,
Arrastando muitos trastes.
Ofereço estes três figos,
Ao meu amigo Zé Vasques.


Manuel Peralta

segunda-feira, 4 de julho de 2011

ONZE ÉPOCAS DESPORTIVAS NO CDA

José Maria Teodoro

Remonta à época desportiva de 1986/87, então como seccionista do futebol sénior, com o CDA na terceira divisão nacional, o início da participação do Zé Maria nas actividades da gestão desportiva.
É claro que o bichinho já por lá andava pois já tinha sido atleta do CDA, conforme a foto abaixo, então ainda com muito cabelo, reproduz.


Ainda como seccionista e na época seguinte, 87/88, desce o CDA para o campeonato distrital.
Naqueles tempos ainda havia o princípio de que, quando alguém participava na gestão de uma actividade tinha de a deixar melhor do que a tinha encontrado... portanto, entregar o CDA sem ser na terceira divisão, não lhe passava pela cabeça, muito menos à direcção então presidida por Mário Minhós.
Arranca a época 88/89, então já como chefe do departamento de futebol, num campeonato distrital muito competitivo, pois no ano anterior, tinham descido quatro equipas do distrito.
Subiu o CDA à terceira divisão, foi campeão distrital e vencedor da taça de honra da Associação de Futebol de Castelo Branco, ver foto abaixo com o campo de futebol ainda não relvado.


A direcção de grande qualidade e de grande união que nem sempre é fácil conseguir, festeja com champanhe a época de oiro de então, acompanhada de seccionistas e amigos do CDA que ajudaram.


Na época de 1990/1991 então com o Antero dos Reis da Anunciação como presidente, disputa o CDA sempre com o credo na boca a terceira divisão e também não se desceu.
Já com o Horácio Serrasqueiro em presidente do CDA, na época 91/92, e com a perspectiva do presidente de se arranjar uma direcção que fosse capaz de manter o CDA sem o credo na boca, um CDA tranquilo a não depender de azares dos outros, foi decidido contratar um bom treinador e, em primeira opção, falou-se com o Miguel Quaresma, actualmente adjunto do Jorge Jesus e que na altura treinava os juniores do Estrela da Amadora.
Perante a indisponibilidade deste, indicou então o Valter Costa que tinha sido seu colega quando jogadores.
No seu dizer, fizeram-se então épocas desportivas muito boas e nesse ano ficou o CDA, num excelente quarto lugar, o melhor lugar até então na terceira divisão nacional.
A foto mostra a equipa que consegui tal desiderato, tal feito.


Para memória futura e porque me parece de referir, guardar e manter para não esquecer, a foto seguinte mostra a equipa do departamento de futebol que conseguiu tal feito.


João Lucas, Zé Maria, Joaquim Pio, Joaquim Pequenão (falecido), José Ricardo, Zé Manel, João Roxo, Conhé e Joaquim Soares (falecido).
Merecem aqui referência especial os Joaquins Pequenão e Soares, entretanto falecidos, formiguinhas, adeptos discretos mas maiores do CDA, que tanto ajudaram sem nada receber e tudo dando em troca.
Há uma dívida ainda não vencida de gratidão do CDA e da Autarquia a saldar com estes dois excelentes Alcainenses...pelo seu trabalho e dedicação ao seu clube e concomitantemente à nossa terra.

Na época 1993/1994, uma comissão administrativa, liderada pelo José Manuel Sanches e pelo António Clemente entre outros, atingiu o CDA o seu melhor lugar de sempre, subindo à segunda divisão nacional.

Por ali se manteve o Zé Maria nas épocas de 94, 95, 96,97, e 1998, com altos e baixos, com persistentes e continuadas falta de elementos para a direcção e com muitas comissões administrativas.
A época 98/99 na terceira divisão, deixou um saldo financeiro bastante negativo aos que ficaram, ao contrário do que vinha sendo hábito no CDA.
Preside então o José Maria Teodoro à direcção nas épocas de 1999 a 2001.
Herdou o maior passivo até então registado nas contas do CDA.
Apesar disso, diminuíram o passivo para metade e o CDA subiu de novo à segunda divisão B. Foi um ano de grandes resultados.
Assembleias eleitorais de novas direcções continuavam desertas, e como pessoalmente tinha assumido na CGD um compromisso de pagar a todos os jogadores aquilo a que tinham direito, teve de continuar mais um ano à frente dos destinos do CDA.
Com a esclarecida ajuda do Carlos Aleluia que tanto o ajudou nesse ano difícil, mantêm o CDA na segunda B, e, milagre dos milagres, deixam um saldo positivo nas depauperadas contas do clube.
Recorda que, nesses anos, se fez também um excelente trabalho no futebol de formação, agora praticamente inexistente.
Naqueles tempos mais de metade dos atletas eram oriundos da formação do clube, gente da terra e terras vizinhas que representaram o CDA.
Onze anos de vida activa ao serviço do CDA, continua ainda no dirigismo desportivo como Presidente do Conselho Técnico da Associação de Futebol de Castelo Branco.
Pelo currícula desportivo aqui apresentado o Zé Maria é merecedor de ser mostrado aqui no Terra deles que é a nossa... é o que faço com prazer.
A seu tempo e intermediando futebol com outras actividades, trarei ao Terra dos Cães, outros testemunhos e outras gentes que são merecedoras de igual referência em trabalhar para o CDA.
Peço que, se quem nos lê tiver fotos sobre as épocas que aqui referi, que mas envie para dar nota das gentes que enalteceram o nome de Alcains.

Manuel Peralta