Em 13 de julho de 1981, foi a Junta da Freguesia notificada através de um telegrama, hoje quase inexistentes, que no ano letivo de 1982/1983 iria funcionar em Alcains uma Escola Secundária, inicialmente com os três primeiros anos, 7º. 8º e 9º ano, no edifício do Ciclo Preparatório.
Mas, porquê apareceu este telegrama? De memória cito o que aconteceu.
No âmbito da Assembleia Municipal, conheci e tornei-me amigo do Presidente da Junta de Cafede, o Senhor Major Castela. Este meu amigo, Major Castela, era familiar, presumo que cunhado, do Senhor Secretário de Estado da Administração Escolar, Dr. CARLOS ROBALO.
Dei-lhe conhecimento desta nossa, de Alcains, pretensão, e acertei com ele, e aceitou, que eu iria a Cafede um dia em que o Dr. Carlos Robalo por ali viesse passar um fim de semana familiar. E assim aconteceu.
O Dr. Carlos Robalo era um homem de porte muito elevado e detentor de uma voz que não esqueço, uma “voz toeira”, como diria a minha querida Mãe. Recebeu-me com elevada simpatia que não esqueço, no solar da casa do Robalo, um palácio para Cafede, e no quintal da casa, palácio, suspenso, estava um avião de elevada dimensão, que me impressionou, relembro.
Exposta a pretensão que o Dr. Carlos Robalo anotou, informou-me de que tudo iria fazer, pois como bom conhecedor do desenvolvimento de Alcains como era, não iria esquecer, pois seria de elementar justiça dar seguimento a este justo pedido.
Reafirmou que o pedido não era novidade, pois conhecia os ofícios, vários, com estatísticas, censos, disponibilidades de edifícios, que a junta, desde o início do mandato, havia enviado para a Secretaria de Estado. Tentei até que a diocese cedesse temporariamente o na altura quase desabitado de seminaristas, Seminário de Alcains, mas sem efeito. Há na Igreja, uma Igreja que gosta mais de receber do que emprestar, quanto mais dar…
E assim apareceu o famoso telegrama.
A comunicação social local e regional davam nota desta excelente notícia, como podem ler no escrito anterior.
Todos os dias cerca de 200 alunos de Alcains deslocavam-se para Castelo Branco e, a estes, havia que somar ao alunos das freguesias a norte de Alcains, Póvoa, Lardosa, Lousa, Tinalhas, Louriçal, Ninho, Escalos e S. Vicente da Beira.
Claro que nem tudo foram rosas, e as pequenas invejas locais das freguesias que, em seu entender, se igualavam a Alcains, preferiam continuar a ir para Castelo Branco em vez de Alcains.
Fez-se uma reunião na Câmara com o Presidente, as freguesias a integrar e, um elemento da Secretaria de Estado que, disse que nada havia a fazer, tudo teria de convergir para Alcains, pois era esse o Plano Ministerial para o ensino.
E assim aconteceu, até hoje.
Fiz decerto por Alcains, coisas de que me orgulho, mas esta, está acima de todas, dar condições de igualdade a todos os Alcainenses para crescerem.
Continua
Manuel Peralta
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