1. INICIATIVAS
A comunicação social de então dava boa nota dos graves problemas que a ausência de energia, em condições, em todo o Concelho e não só, causavam no desenvolvimento das atividades existentes e futuras.
Nas assembleias municipais que ocorriam com regularidade, e, sempre na qualidade de Presidente da Junta e no período de antes da ordem do dia, usava da palavra para dar eco dos problemas que a minha terra enfrentava. As atas da assembleia desse tempo, no arquivo da câmara municipal, testemunham o que refiro.
Por outro lado, e agora do ponto de vista da política, o PCP/APU, Partido Comunista Português/Aliança Povo Unido tinham obtido cerca de 500 votantes nas eleições da autarquia, e eu, o presidente tinha sido eleito numa lista independente. Dava-me, e, ainda hoje, me dou muito bem com o Ti João Visga eleito pelo PCP/APU para a Assembleia da Freguesia.
Por ouro lado, foi à equipa do Ti João Visga a quem a Junta adjudicou as várias centenas de metros quadrados de calçada portuguesa, toda de Alcains, com que se calcetaram quase todas as ruas que dela necessitavam, cito de memória, Av. General Eanes, toda a calçada sobre o ribeiro desde o café Esteves, passando pelo largo do Chafariz Velho até à casa do falecido João Santos, toda a rua do Álamo que ainda hoje resiste, parte da rua da Feiteira, parte da rua que da casa do Sr. João Santos até ao alcatrão do loteamento do ex Ciclo Preparatório, perpendicular à rua Cidade de Castelo Branco, na rua José dos Reis Dias que dava acesso ao Ciclo Preparatório e que não tinha saída, teve a Junta que destruir o cabeço de várias rochas que ali existiam e, para onde estava previsto fazer umas escadas, entre outras.
Enquanto presidente, o alcatrão esteve sempre, de Alcains, afastado.
Na Assembleia Municipal havia vários eleitos do PCP/APU entre eles o Dr. Francisco Costa que se debruçou sobre os dois graves problemas de Alcains, LUZ E ESGOTOS. Deles deu nota a comunicação social. Ver recorte abaixo.
Como já referi a questão da luz era um problema geral no concelho.
No âmbito da Assembleia Municipal foi criada uma comissão para fazer o levantamento geral da situação, da qual fiz parte e, entre outros o presidente da Junta de Cebolais de Cima, PSD, Alberto Romãozinho, mais tarde nomeado Governador Civil, uma vez que ainda ali existiam algumas indústrias de lanifícios.
O levantamento da situação destinava-se a esclarecer o Secretário de Estado das Obras Públicas, José Nobre de seu nome, dos problemas que por aqui, concelho, existiam.
Na EDP, como já disse, havia apenas dois engenheiros, Riscado e Barata, este, membro do PCP. ( só me lembro destes dois nomes de ambos ). Isto apesar de o Engº. Riscado ter sido meu professor.
Numa Assembleia e Câmara AD, Aliança Democrática, o mal estar democrático com o PCP era quase a norma e, como na EDP estava um membro do PCP, Engº. Barata, era ele responsabilizado, geralmente, pela ausência de serviço prestado aos clientes.
Lembro-me bem disso.
Fez-se entretanto a reunião com o Secretário de Estado, José Nobre e, ali, todos os elementos da comissão, autarcas, do PCP incluído, comerciantes, industriais, todos disseram expuseram as dificuldades existentes e, claro a acusação de inoperância dos serviços da EDP local, recaía sobre o Engº. Barata.
Também intervim para dizer, mais ou menos, o seguinte.
"Trabalho nos CTT desde 1974 no setor dos telefones, temos muito menos assinantes que consumidores de energia, temos cerca de mil pessoas em espera para ter telefone, temos no distrito 8 engenheiros, para o concelho de Castelo Branco cerca de 40 guarda fios, cerca de 12 assalariados para tarefas de ajuda a guarda fios, e vinte viaturas. E na EDP, Senhor Secretário de Estado? . Constava que na EDP além dos dois engenheiros, havia apenas uma viatura renault 4L, e mais dois jeepes para cerca de meia dúzia de eletricista ou pouco mais".
Claro que estas palavras destoaram bastante da crítica dominante e, mais tarde, a questão começou a ser equacionada de forma diferente e, deu-se então início àquilo que, por parte do Governo/EDP, se chamou OPERAÇÃO BEIRA BAIXA, que permitiu gradualmente outras opções de elevado investimento na rede elétrica, até aos dias de hoje.
Reflexos em Alcains.
Continua
Manuel Peralta
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