Aos responsáveis pelas Unidades de Saúde Locais, ULS, de Castelo Branco e Alcains.
Por indicação da Drª. Maria Alzira Vaz, em email recente, aguarda ela e aguardo eu, na qualidade de reclamante, resposta à reclamação que efetuei, relativa à qualidade do atendimento na Extensão de Saúde de Alcains.
Porque apenas quero contribuir para a melhoria dos serviços, numa terra onde popularmente se diz, “ladra mas não se morde”, sou compreensivo relativo aos constrangimentos atuais.
E estes são de dois tipos, gestão local e estrutural.
Se o primeiro constrangimento está ao nosso alcance, atendimento telefónico atempado, resposta aos email, simpatia, entre outros, o segundo de ordem estrutural, é o principal responsável pela degradação da imagem e qualidade do SNS local.
Assim.
1. Edifício
Foi um erro aproveitar o atual edifício, e instalar ali o que não existe em Alcains, um Centro de Saúde, quando efetivamente se trata de uma Extensão.
Sugiro retirar as mentirosas letras de Centro de Saúde, que como diria a Joacine, “é mentira”… “é mentira”…
O primeiro andar, sem elevador, com uma escadaria em granito ingreme, está desocupado para utentes.
Tudo ali é insuficiente, desde os cubículos onde médicos e enfermeiros prestam serviço, passando pelos parcos espaços existentes para atendimento e salas de espera de utentes.
Alcains terá atualmente cerca de 3500 habitantes com elevada taxa de envelhecimento e sem renovação da juventude que parte.
Antes de Covid a situação já era de rotura, com crianças e acompanhantes em cubículo com uma pequena ventana de ar exterior, os utentes em espera no corredor de acesso ao cubículo das crianças, sem ventilação natural, ou sentados em fila contínua de cadeiras no corredor de acesso aos cubículos dos médicos e enfermeiros.
As filas de espera para atendimento eram constantes, e, em tempos de gripe, estavam ali criadas condições, onde, a proximidade, era o caldo de cultura para a propagação da mesma.
Neste ambiente, e com a continuada falta de recursos, nomeadamente humanos, foi-se caminhando apesar das dificuldades.
Entretanto, surgiu o Covid.
Ali na Extensão onde antes se convivia entre entalados e enlatados, com o Covid, e as recomendações de manter as distâncias de segurança, tornaram impossível o convívio habitual.
E apareceram então as desgraças feitas, não confundir com Graça Freitas.
Eventualmente, repito eventualmente, por falta de equipamentos e proteções adequadas e, tentando cumprir as recomendações de segurança, os funcionários da Extensão, em espaço que já era exíguo, adaptaram o atendimento presencial à nova e inesperada situação e os utentes que já mal cabiam na Extensão, transbordaram para fora dela em filas que ontem chegaram a ser de mais de dez pessoa em espera.
Ao frio, ao sol, idosos e mais jovens esperando atendimento.
Esta é a grave situação atual.
2. Sugestão
Como sair disto.
Estamos na segunda onda Covid.
Vacinas chegarão amanhã na boca dos beijoqueiros e “selfíticos” do costume, políticos.
Para Médicos, Virologistas e demais especialistas que convirá seguir, tal demorará.
Mais ondas Covid virão, entretanto.
Manter ali os serviços de saúde, será perpetuar esta desgraça feita e por em causa a prestação dos cuidados de saúde, num momento em que Gripe e Covid, serão misturas explosivas.
Os vários pavilhões da escola José Sanches, antigo Ciclo Preparatório, estão desocupados. Em meu entender e atendendo à grave situação atual e futura, não seria de transferir para ali os serviços da Extensão?
Espaço não falta, há muito estacionamento para viaturas, a mudança seria fácil, pois a Extensão está vazia de equipamentos auxiliares de diagnóstico, e, quer médicos quer enfermeiros, com facilidade transportariam os estetoscópios ou as agulhas da injeções.
Se acaso esta minha proposta tiver vencimento, não se esqueça de ali colocar uma máquina dispensadora de café.
Vou remeter este email para o Sr. Presidente da Câmara da cidade de Castelo Branco.
Ao dispor.
Manuel Peralta
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