Em novembro de 1981, aquando das comemorações do 10º. Aniversário da elevação da Aldeia de Alcains a Vila, havia um elevado entusiasmo dos Alcainenses pela forma como as festas haviam decorrido, pelo relevo e notoriedade que Alcains alcançou quer a nível local e regional, e pela presença do General Eanes, a nível nacional.
Televisão, rádios e imprensa nacional, para aqui se deslocou e das comemorações, deu boa nota. Voltarei ao tema com mais pormenores, em outro apontamento futuro.
Apresentaram-se então na Junta vários Alcainenses, desafiando-a a ajudar a dar corpo a uma comissão que se propunha angariar fundos em peditório, para a compre de uma ambulância. De memória, relembro os nomes de João Carrega, José Lopes da Silva, Manuel Lopes da Silva, José Pereira de Jesus, Sebastião Galoa e, peço desculpa por a minha memória não esticar mais… se, quem me lê, conhecer mais, que me informe ou, o faça em comentário.
Claro que o apoio da Junta foi total e eu, com a comissão, andei pelas ruas a fazer o peditório. Peditório este que foi muito bem acolhido pela generalidade das pessoas que colaboraram bastante, o dinheiro arrecadado é bem expressivo da adesão à iniciativa.
O Jornal do Fundão e o Reconquista davam nota de peditórios, e o Reconquista dava nota de peditórios entre os emigrantes, mas quer à comissão quer à Junta nem um tostão chegou, bem me lembro. Da parte das empresas, idem, o dinheiro conseguido foi dos bolsos dos habitantes de Alcains, 100%.
Claro que numa terra completamente dependente da boa vontade do Presidente da Câmara, não havia sequer lei das finanças locais, foi preciso muita ginástica para montar este serviço ao munícipe, desde garagem para recolha, um motorista em serviço de 24 horas, manutenção e, dar conhecimento público para que, em caso de necessidade, se tivesse acesso ao serviço.
Fiz um “flyer”, folheto, de aviso que foi maciçamente distribuído por todas as casas, dou qual dou nota para a posteridade.
Houve entretanto uma Grande ajuda especial do Alcainense Senhor António Ramalho, que tinha onde hoje está a CGDepósitos, uma oficina de automóveis, pois foi ali de forma GRATUITA que sempre se fez a manutenção da ambulância, uma bela carrinha de marca Mercedes Benz. Um agradecimento e reconhecimento da minha parte. Um BEM HAJA, com letra grande.
Quando se recebeu a viatura, foi feita no largo de Santo António, pelo Sr. Vigário, Padre António Afonso Ribeiro, a bênção da dita e, a partir desse dia ficou ao serviço de quem a solicitasse.
Claro que o dinheiro que faltava para a pagar na totalidade ficou a cargo da junta e, lá foram mais 200 contos, sacados ao Dr. Vila Franca.
A viatura teve vários motoristas ao longo do tempo, até que o Joaquim Valente Saraiva, vulgo Joaquim Feijão, contratado para o efeito, se ocupou deste serviço e, dele sempre tive por parte de quem a utilizava, rasgados elogios pela sua humanidade e espírito de serviço comunitário, um Bem Haja para ele.
Não sei quando, mas a viatura deixou de existir.
Manuel Peralta
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