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segunda-feira, 29 de abril de 2024

FAVAS

Deixou-me  em herança indivisa o meu Querido PAI, herança de, sementes, que cultivo, FAVAS.

Rural que tenho imenso gosto em ser, dou a conhecer este "afavacado" texto.

Em Novembro, pelos Santos, semeei, em fevereiro e março tratei e em Abril, colhi.

As Favas são como os Portugueses, suportam tudo, gelo, neve, seca, inundações e, por fim dão frutos deliciosos, favas.


De uma faveira, colhi 4 favas cada com mais de 40 centímetros, com uma média de 6 a 8 grãos por fava.

Das mais tenras fiz esparregado, delicioso, que costumo comer com entremeada de toucinho frito ou grelhado e, por cima, um ou dois ovos estrelados, de pica no chão, do meu galinheiro.

Das de grão, como a figura mostra, fiz um pitéu caseiro que consta do seguinte.

Receita de minha solteira Tia, Ana Minhós, que invetivava a minha Mãe, quando eu pequeno, para eu ser padre, mulher de terços e rosários, e a quem eu dizia, que " as Minhózes rezam Pai Nossos como quem come tremoços".



Com um bom ramo de hortelã, cozo as favas de grão em separado.

Em tacho familiar, frito em azeite uma morcela moura, entremeada de toucinho, e entrecosto cortado fino. Retiro para travessa de "resmalte", para repousar.

No mesmo tacho e, para abocanhar todos os perfumes da fritura, estrujo uma boa cebola, alho, louro e pimentão para dar cor.

Como têm cozeduras diferentes, junto primeiro o entrecosto, depois a entremeada e por fim a morcela moura, para cozerem em água das favas já cozidas.

Por fim junto as favas e, o resultado é este.


Foi à vida mais de meia garrafa de um primo direito do "Saint Emilion", seguido de um café intenso, um de nata, pastel e, de mata borrão um cognac, VSOP, que o meu filho de Toulouse me trouxe, Leopold Gourmel.

Como diz a canção, "esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim", replico eu, " esta vida de rural toma conta de mim".

Pedro Peralta

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